16.

Cinco anos haviam se passado desde que Arianna disse sim em um altar improvisado nos fundos da casa onde agora era o jardim de flores. Ela havia se casado com Ralf e sustentava o sobrenome Crawford com bastante orgulho.

Já era noite quando Arianna acordou sob o peitoral de Ralf no quarto, ele estava de olhos fechados com as mãos ao redor dela. Em silêncio ela ficou ali olhando para seu rosto sereno.

- É feio ficar espionando...- Ralf suspirou enquanto um sorriso surgia em seus lábios, ela deu dois beijos em seu peito.

- Não estava te espionando, só admirando...- Ela riu.

- Nunca conversamos sobre aquela noite... - Ralf interrompeu seus devaneios.

-Que noite? A que fizemos sexo pela primeira vez? Céus, isso foi há cinco anos… Já transamos depois disso, sabe não é? - Arianna perguntou.

- Nós não transamos, fazemos amor sua boba. E é sobre essa noite mesmo que queria falar... Afinal você me atacou! - uma gargalhada saiu dos lábios de Ralf enquanto ele olhava para Arianna, que deu um tapa em seu ombro.

- Eu, né?! Até onde sei você me beijou, me jogou nessa cama e me fez sua e desde então sou reivindica todas as noites por você... Bobo. - Ouvi-la dizer que era dele, fez com que Ralf sorrisse e alisasse a pele exposta dos ombros dela.

- Não sabia que você sentia a mesma coisa que eu... Quer dizer, eu sempre te tratei de forma indiferente, sempre fui grosso... Se eu soubesse mais cedo que me amava, tinha te raptado do Jonathan, mais cedo. - Ralf falou olhando para o teto.

Arianna nesse momento se sentou na cama olhando-o com atenção, seus dedos finos deslizam pelo rosto de Ralf pousando sobre seus lábios contornando os mesmos.

- Eu ... Te achava um grosso, é verdade, mas ao mesmo tempo também te achava bonito com um certo charme... E você nunca me deu muita abertura para conversar e saber como me sentia, mas a verdade é que quando não me tratava mal ou implicava comigo, eu via os olhares de ternura que me lançava e isso me fez te amar.... Sabia que por baixo daquela casca grossa tinha alguém gentil, alguém que valia a pena conhecer e amar... - Antes que ela terminasse de falar Ralf a beijava com ternura, seus lábios percorriam a pele dela com suavidade, enchendo seu pescoço de beijos e selinhos.

- Não te mereço… já disse que te amo? Eu te amo, senhora Arianna Crawford. - Finalizou Ralf ao puxar o corpo de Arianna sobre o seu. Antes de fechar os olhos novamente, a ruiva estendeu as mãos para o alto, estalando os dedos, nesse momento o quarto se escureceu e o teto do mesmo se tornava um céu estrelado.

- Meu marido nostálgico… Eu Te amo Ralf... Te amarei por toda eternidade.- Ari finalizou enquanto se aconchegou mais ao corpo dele, adormecendo em seguida.

Na casa Crawford desde que haviam retornado, nada era igual. Meredith e Albert se encarregaram de transformar tudo em diversão vampiresca. O pouco que a ruiva via dos irmãos ela podia ter certeza que Albert sorria mais, principalmente quando ela pedia ajuda a ele, mesmo que fosse algo que pudesse fazer sozinha. Os laços desenvolvidos entre eles eram fortalecidos diariamente, Arianna se sentia completa, estava ao lado do homem que amava, tudo parecia ter voltado ao normal ou pelo menos ela achava.

Era uma tarde ensolarada quando Albert sentou de forma desleixada ao lado de Arianna após depositar um beijo em sua testa, Ralf a tudo assistia da porta principal onde estava escorado admirando sua esposa.

- Como pode... Vocês têm duzentos anos de existência... E tantos inimigos assim?! - Ela protestava após ouvir Meredith contar sobre os inimigos que adquiriram ao longo do caminho, sendo o pior deles seu próprio pai Michael Crawford, o vampiro que caçava vampiros.

- O que podemos dizer?! Ralf não foi um bom menino nesses anos todos... - Albert zombou enquanto olhava para trás rindo de seu irmão.

- Você, comece a falar. - Arianna girava o corpo ainda no chão olhando para Ralf esperando ele contar sua versão.

- Bom, eu tinha o que? Cem anos de idade… Estávamos em um vilarejo do velho mundo quando uma camponesa de cabelos negros esbarrou em mim, o pai dessa moça achou que eu estava me engraçando com sua filha e tentou forçar um casamento. Me irritei e matei o vilarejo inteiro. - Nesse momento Ralf suspirou enquanto a ruiva o olhava abismada. Não tinha nenhuma expressão de julgamento em seu rosto. Albert tossiu algumas palavras como "sensível" o que fizeram todos rir.

- E você não deixou eu matar aquela mulher que tinha se jogado pra você na aldeia... - Arianna semicerrou os olhos enquanto apontava os dedos para Ralf.

A família toda reunida, rindo e conversando. Embora os assuntos fossem os mais banais possíveis, ela se sentia em casa, sentia-se acolhida. Nem mesmo quando era humana, viu Albert e Meredith serem assim; claramente a barreira que os impediam de ser quem eram tinham caído.

Gostaria de contar que todos viveram felizes para sempre, mas estaria mentindo, os problemas encontraram a família Crawford, depois de longos cinco anos de paz.

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Comments

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

não disse... pronto.. lá vem...

2023-08-29

2

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

conhecendo a autora já sei que lá vem bomba....

2023-08-29

1

Shirlei de Oliveira Almeida Souza

Shirlei de Oliveira Almeida Souza

É mais cedo ou mais tarde os irmãos iriam aparecer, né. Qual deles será Jhon, Grace ou o primogênito da família dela?

2023-08-14

1

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