Capítulo 7

A madrugada estava tensa, Shaira só chorava muito angustiada, o quarto estava meio escuro, somente a meia luz do abajur iluminava o ambiente.

Shaira - Por favor, Deus, me ajude ou eu vou acabar morrendo nesse lugar.

Estava sem forças para chorar, por um momento pensou em desistir de tudo e se entregar, mas lembrou do irmão e logo afastou essa hipótese de seus pensamentos obscuros.

Shaira - Vou tentar, eu tenho que sair desse lugar, pois não vou aguentar muito tempo.

Ela nesse momento fecha os olhos e escuta o som das ondas, fazia dias que estava ali e não sabia onde estava, ou sequer havia visto o mar. Aquele som a deixou relaxada, de maneira que foi amenizando toda aquela ansiedade e angústia em seu coração e seu corpo. Não demorou muito, fechou os olhos lentamente, tudo escureceu por completo e entrou em sono profundo.

...

Arthur acordou com a campainha tocando sem parar, ele se senta na cama e leva as mãos à cabeça.

Jennifer - Bom dia, amor!

Ela estava nua, somente com o lençol enrolado no corpo, o abraça por trás beijando a nuca dele.

Arthur - Porque você não atendeu a porra dessa porta?

Jennifer - Oh, amor!

Arthur - Se vista e vá para a sua casa!

Ele tirou as mãos dela do abdômen dele e se levantou nú mesmo, entrando no banheiro. Jennifer veste uma roupa e vai abrir a porta, para a surpresa dela era o todo poderoso Charles Baker.

Jennifer - O... oi, senhor Charles!

Charles - Cadê o meu filho?

Jennifer - Está no banho, senhor!

O homem tira o casaco e senta-se no sofá de frente aos enormes janelões de vidro e fica olhando a cidade sem muita paciência.

Charles - Já vi que estava a noite inteira ocupado para não ter atendido as ligações do próprio pai. Vá lá menina, diga que eu estou aqui!

Jennifer - Sim, senhor!

Ela sabia que o senhor Baker era um dos homens mais poderosos do mundo, e ficar frente a frente com ele era praticamente impossível, viu então uma oportunidade de pedir um emprego de executiva em umas das suas empresas, mas ficou com receio de comentar alguma coisa naquele momento, já que ele não estava com uma cara receptiva. Acabou deixando para uma próxima oportunidade e seguiu para o quarto. Arthur estava no closet vestindo sua roupa.

Jennifer - O seu pai está lá na sala!

Arthur amassa os lábios, passa os dedos por dentro dos cabelos e se encaminha para a sala.

- Tudo bem, meu pai?

O homem fica olhando para ele em silêncio por alguns instantes.

Charles - Preciso da sua ajuda!

Arthur - Que ajuda? Se for tentar me convencer a administrar suas empresas, a resposta é não! Já tenho as minhas e estou feliz com os meus negócios.

Charles - Filho, você é meu único herdeiro, tudo que é meu será seu um dia, vamos deixar de cerimônia e nos entender.

Arthur fica olhando para o pai, pois realmente queria se entender com ele.

-  O que o senhor quer?

Charles - Estou em apuros, não posso contar com mais ninguém no mundo a não ser você, que é meu sangue.

Arthur - Seja mais claro!

Charles - Recentemente eu entrei em um golpe, pessoas querem me derrubar, arquivos foram vazados e agora estou nas mãos de uma garota.

Arthur - O que tem nesses arquivos?

Charles - Coisas comprometedoras, posso dizer que isso acabaria comigo!

Arthur - Já vi que não é boa coisa, o senhor como sempre indo para o caminho da máfia né, que droga!

Charles - É o nosso nome que está em jogo e o nosso império!

Arthur - E onde eu entro nessa?

Charles - Essa maldita garota, tem os arquivos, arranque dela e traga para mim. Ela é uma mal caráter, está trabalhando para os meus inimigos.

Arthur - Não vou participar dessa palhaçada!

Charles - Não estou pedindo, Arthur, estou ordenado. Vou lhe dar dois meses para conseguir esses arquivos.

Arthur - O quê? O senhor só pode está caducando, novembro e dezembro? Eu vou viajar, sinto muito!

Charles - Não me decepcione Arthur, se meu império que levei anos cair a culpa será sua. Sabe, você é igualzinho a sua mãe.

Arthur - Não seja tão baixo meu pai, você está falando dela porque sabe que é meu ponto fraco.

Charles - Me ajude, meu filho! Só confio em você nesse mundo.

Arthur - Somente dois meses?

Charles - Sim, é o tempo que ela terá!

Arthur balança a cabeça não concordando, mas era seu pai que estava pedindo, apesar de tudo, acabou aceitando. Charles praticamente pulou de felicidade, pois agora poderia respirar mais aliviado. Tinha a total convicção que seu filho jamais o trairia.

Ele acompanha o pai até a porta e ao abrir se depara com uns quatros seguranças, Charles acena para eles e descem. Arthur fecha a porta do seu apartamento e volta para o quarto arrumar sua mala, já que viajaria para o Caribe ainda hoje.

Jennifer - Já vou indo bem benzinho!

Ela dá um abraço nele, não correspondido, abaixa a cabeça sem jeito, pega a bolsa e sai do quarto. Arthur recebe uma ligação sendo informado que o jatinho já estava a sua disposição.

Arthur tinha plena consciência que seu pai não era um homem totalmente honesto, sabia muito bem do que ele seria capaz de fazer para conseguir vencer, seja qual a dificuldade que tivesse que enfrentar, ele sempre entrava para ganhar, não importava como.

Levar esse carma nas costas como o único herdeiro era um fardo para o Arthur, muitas das vezes ele abriu mão da herança e como sempre seu pai usou o psicológico para convencê-lo a não desistir. Se era realmente como o Charles Baker havia falado, esses arquivos vazados poderiam deixá-lo na miséria e ainda levá-lo à cadeia.

Mesmo não querendo se envolver nessa situação, não tinha outro jeito, teria que fazer o que foi incubido e salvar a fortuna do seu pai.

...

Arthur Barker, 32 anos de idade, formado em Direito e Publicidade. Filho do grande empresário no ramo de tecnologia com empresas espalhadas no mundo inteiro, e ele como famoso herdeiro de bilhões. Com todos esses atributos, era um dos solteiros mais cobiçados de Nova York, muito charmoso e sedutor.

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