Capítulo 15

Matias tinha ido comprar peixes frescos no final da tarde e estava retornando, quando entrou dentro da casa tomou um soco do Arthur se desequilibrando e caindo junto com os peixes.

Arthur - Maldito, eu te falei para não tocar nela!

Acabou tomando uma cotovelada no queixo ao tentar se levantar e o sangue jorrou pela sua boca. Luna corre para ver o que estava acontecendo.

Luna - Meu Deus!

Arthur chega ficou sem fôlego de tanta raiva que estava, cego e completamente fora de si.

Matias coloca os braços na frente para não apanhar mais.

Arthur - Não me desafie!

Ele colocou a mão na cintura procurando a arma mas para o sorte de Matias ele tinha deixado no escritório.

Arthur - Levanta!

Ele o puxou pelo colarinho da camisa o jogando para fora da casa, que caiu deitado na areia.

Matias - Eu posso explicar, senhor!

Arthur pega os peixes e joga em cima dele.

Matias - Eu pensei que ela tinha saído sem autorização do quarto, por isso a levei novamente, mas juro que não toquei nela.

Arthur - Cala essa boca seu merda, mentiroso!

Matias - Foi um grande mal entendido, senhor, acredite em mim, o que ela falou foi invenção.

Luna - Deixa de ser mentiroso Matias, você deve sim ter feito alguma coisa com a garota, ela estava sentada à mesa quietinha, e quando você chegou, não estava mais lá!

Matias a olha com uma expressão assustadora, isso faz Luna baixar a cabeça e se resguardar.

Arthur - De hoje em diante você está proibido de entrar na casa, tem que ter minha autorização para isso.

Matias - Seu Arthur, não se esqueça que ela é uma prisioneira do seu pai, e não está do nosso lado.

O homem se levanta com dificuldade meio cambaleando, junta os peixes colocando dentro dos sacos plásticos e sai caminhando com a mão na boca que sangrava bastante.

Arthur - Onde você pensa que vai? Pode ficar aqui até eu voltar.

Ele entra na casa novamente já fazendo uma ligação para o marinheiro vir com um pequeno barco os pegar na praia e levar para o iate.

Arthur - Mande ela trocar de roupa, vou levá-la ao hospital da região.

Luna - Vou agora mesmo.

Ele sobe os degraus quase correndo e entra no closet para trocar de roupa.

...

Luna bate na porta já entrando, Shaira estava sentada na cama segurando a mão machucada.

Shaira - O que aconteceu lá fora, Luna?

- Senhorita\, se vista\, o seu Arthur vai lhe levar ao hospital.

Shaira - Mas o que aconteceu? Escutei uma discussão.

Luna - Seu Arthur deu uma surra no Matias!

Ela relatava com todo prazer o ocorrido, com sorriso nos lábios de satisfação.

Shaira mais uma vez estava perdida em seus pensamentos, pois isso esclarecia o acontecimento de hoje que o Arthur não ordenou agressão nenhuma.

Luna pega um vestidinho na mala e a ajuda a se vestir, o dedo da Shaira estava latejando e doendo bastante, dificultando qualquer movimento com o braço.

Ela calça um chinelo de dedo e vai esperá-lo na sala, que não demorou muito e logo desceu com dois celulares na mão e um cartão no qual ele colocou no bolso.

Arthur - Vamos?

Eles se olham e Shaira leva a visão para Luna, que confirma com a cabeça para ela ir de boa.

Ambos saem lado a lado e entram no pequeno barco, Shaira balança os pés tirando areia e seguem para o luxuoso iate.

Ela olhava para tudo e para todos os passos que o marinheiro fazia guiando com experiência o barco. Arthur não tirava os olhos dela, parecia que estava a decifrando e prevendo seus pensamentos de fuga.

Chegam no iate e ele a ajuda a subir segurando firme na cintura dela.

Marinheiro - Alguma coordenada que queira me passar, senhor?

Arthur - Somente faça o que eu ordenei e pronto!

Marinheiro - Sim senhor!

Ele toca no ombro da Shaira a guiando, sobem para o segundo andar do iate e entram em um quarto.

Arthur - Fique à vontade, esse é o quarto presidencial!

Shaira - O seu?

Eles se encaram novamente, poderiam passar horas se olhando sem emitir uma palavra sequer, era como se tivessem intimidade suficiente para essa troca.

Arthur - Você pergunta demais!

Ele se deita na cama e liga a tv, Shaira somente continuou parada em pé no mesmo lugar o olhando.

Arthur - Vai ficar parada aí me olhando?

Shaira - Acho que vou!

Ele deu um sorriso de canto de lábios, quase imperceptível, ela notou e relaxou se sentando na poltrona. A todo o momento segurava a mão e fechava os olhos sentindo dor.

Arthur - O médico da cidade é um amigo meu, então quando chegarmos lá você entra na onda e se comporte como minha namorada.

Mais uma vez aquela troca de olhares fulminante.

Shaira - Eu não quero fingir!

Arthur - Quer de verdade por acaso? Me poupe garota, se enxerga!

Shaira - Você é um grosso! Eu estou falando que não faço questão de dizer que sou sua namorada, eu teria vergonha de ter um namorado bandido! Pode dizer que sou a empregada.

Arthur - Olha bem para a minha cara garota, você acha mesmo que sairia a essa hora da noite para acompanhar uma empregadinha no hospital? Somente faça o que estou dizendo, se levantar alguma suspeita a sua família sofrerá consequências, o que acha?

Shaira apenas bufa e dá um gemido de dor ao mesmo tempo.

- Não tenho vocação para ser atriz!

Ele balança a cabeça e volta a atenção na televisão.

Shaira procurou não o olhar mais nos olhos e ele fez o mesmo. A maresia misturada com dor a fez ficar enjoada, mas também não tinha comido nada o dia inteiro, provavelmente era por esse motivo também. Decide não comentar nada com o Arthur, na sua cabeça, se contasse estaria se comportando como uma fraca.

- Falta muito para chegarmos?

Arthur - Um pouco!

Respondeu ele sem tirar a visão da TV.

Shaira constatou que realmente a ilha era distante de tudo e isso a deixou ainda mais preocupada.

- Oh\, não!

Lamentava sua situação novamente em pensamentos, encostou o rosto na poltrona de uma maneira confortável no qual acabou adormecendo com aquela malemolência que o mar deixava aos tripulantes a bordo.

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