Capítulo 9

— O quê?!— O espanto meu e de Ellie fez Dylan rir. Mas isso não pode ser verdade. Não faz sentido termos que viver em uma relação falsa a vida inteira. Se bem que para mim seria bom, pelo menos iriam parar de correr atrás de mim e meus pais parariam de me encher com esse assunto.

— De jeito nenhum!— Ellie diz.— Não tem outra forma?

— Tem.

— Qual?

— Vocês estarem um relacionamento de verdade.

— Você me entendeu, Ayla.

— Amiga, esse é o único jeito. Exceto se você queira que as crianças vivam sem o pai delas. É isso que você quer?— Ellie nega.— Olha, não será tão difícil. Vocês dois são muito bonitos, não é como se fosse impossível vocês se olharem todos os dias. Além de que não precisarão se beijar ou algo do tipo. A não ser que alguém desconfie.

— Concordo com Ayla —Dylan diz.— Chris, isso poderá acabar com a perseguição e pressão dos seus pais.

— E Ellie, sua irmã parará de tentar te atingir.

— Mas eu nunca mais recebi notícias dela. E nem quero. Não consigo a perdoar.— Nunca vi esse lado dela. Quem é essa tal irmã dela que a fez ter tanto ódio?

— Viram. Os dois saem ganhando — Dylan fala. Se pondo de pé e vindo em minha direção.

— Vocês aceitam ou não?— Olho para Ellie e ela olha para mim. Seus olhos estavam brilhando, mas era um brilho diferente. Talvez seja desconfiança. Insegurança. Medo. Não sei. Mas não posso negar que isso também me traz uma certa insegurança, porém é bom para Anthony e Sophia. E, por mais que eu não esteja muito presente na vida deles, eu faria de tudo por eles.

— Aceito.— Ellie me surpreende ao falar primeiro que eu.

— E você, Chris?

— Também aceito.

— Ótimo. Vamos fazer o contrato logo.

Ayla parecia estar animada com isso. Como se ela nunca tivesse tido algum cliente com uma situação parecida. Estou desconfiado disso. Mandei meu investigador particular descobrir sobre Ellie, quando ele reunir todas as informações eu poderei saber se irei ou não confiar nela.

— Sentem-se um de frente para o outro.— Fomos até a grande mesa que tenho em meu escritório e sentamos, eu de um lado da mesa e Ellie de outro, na minha frente.— Christopher será a parte A, e Ellie será a parte B.

— Okay.

— Agora imponham suas regras — diz Dylan. Pegando o notebook e colocando em cima da mesa, se preparando para digitar os nossos termos.

— Coloque o título como "Contrato de casamento". Na linha de baixo escreva: "Christopher Johnson Walkhen está referente à parte A. Ellie Miller está referente à parte B". Agora vocês podem começar a falar seus termos.

— A parte B não poderá fazer nenhuma ação que possa sujar sua imagem ou a da parte A — começo.

— A parte A não pode obrigar a parte B a fazer nada contra sua vontade.

— Parte B deve manter-se fiel à parte A.

— Assim como a parte A deve se manter fiel à parte B.

— Não poderá haver nada de sentimentos entre a parte A e B.— Continuamos falando vários termos, alguns Ayla e Dylan não aceitaram. Mas falamos muitas regras.— O descumprimento de alguma regra acarretará uma multa no valor de $100(cem dólares).

— Mais alguma coisa?— Dylan pergunta. Nós negamos.— Okay, então ao todo são cinquenta e seis termos. Alguém quer mudar algo?— Todos ficaram quietos.— Vou imprimir.

Dylan manda, rapidamente, o arquivo para a impressora, que imprime tudo. Eu e Ellie nos encaramos com fogo nos olhos, por mais que não tenhamos ódio um do outro, viver acorrentado a uma pessoa pelo resto da vida é muito ruim. Enquanto fazíamos as regras era como se estivéssemos um contra o outro.

— Aqui está o contrato. Assinem.

Ayla entrega uma caneta para mim e eu assino no local referente à parte A. Logo, entrego para Ellie, que assina no local da parte B.

— Agora, Dylan, nós temos que assinar nos locais das testemunhas.

Assim, quando todos assinam, eu e Ellie levantamos e apertamos as nossas mãos. Firmando o contrato.

— Espero que você não descumpra nada, Chris.

— Digo o mesmo para você, Ellie.

Novamente o silêncio tomou conta do escritório, estava um clima um pouco tenso já que eu e Ellie nos encaramos com uma certa raiva. As regras que ela impôs eram contra mim e as minhas contra ela. Era óbvio que iria ter esse resultado.

— Pai? Ellie?— A voz de Anthony vem de trás da porta. Ele estava ali.

— Escondam esse contrato em um local que ninguém vá achar, muito menos Anthony e Sophia. Se lembrem de nunca contar ou mostrar para ninguém, isso poderá estragar tudo — Ayla diz, rapidamente. Então assentimos.

— E agora vocês terão que contar que estão juntos para Soph e Thony. Conseguirão fazer isso?

— Sim. Não é nada de mais.

— Não? Então vamos fazer um teste rápido.— Ayla olha para Dylan, parecendo entender o que estavam tramando.

— Aonde vocês se conheceram?— Ayla pergunta.

— Na praça — Ellie diz.

— No aeroporto — eu falo. Então, ouvindo a resposta de Ellie, olho para ela.— Eu não vou em praças.

— E eu não vou em aeroportos!

— Há quanto tempo vocês se conhecem?— Dylan pergunta.

— Há um ano — Ellie fala.

— Há dois anos — respondo, franzindo o cenho ao olhar Ellie.— Um ano é muito pouco.

— E dois anos é muito!

— Viram. Não é nada fácil. Vamos criar uma resposta que dê certo para ambos. Vocês se conheceram há um ano e oito meses em um parque de diversões que Chris levou as crianças e Ellie estava com seus amigos.— Ayla criou uma resposta muito convincente, porém me lembro desse dia.

— Mas eu realmente fui a um parque de diversões com Sophia e Anthony há um ano e oito meses. Dylan também estava comigo. Você se lembra?

— Sim.

— E eu também fui em um parque de diversões com Ayla e Ethan há um ano e oito meses.

— Eu sei. Eu vi vocês lá. Fora que Sophia tinha se perdido de você naquele dia e Ellie foi quem a encontrou e a levou de volta para você. Mas vocês nem sequer se olharam nos olhos. Só agradeceram e foram cada um para o seu lado.

— Ah… bem que achei que a Soph era bem familiar para mim.

— Pai? Ellie? Vocês estão aí?— Mais uma vez Anthony bate na porta e nos chama. Como Dylan já havia escondido o contrato quando estávamos conversando, não tinha mais nada para se preocupar.

— Estamos. Pode entrar, filho.

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