Assim que chego em minha casa, analiso a correria de funcionários de um lado para o outro, o que era muito estranho, eles só ficavam assim quando alguém era demitido ou havia faltado no dia. Mas, pelo que eu me lembre, ninguém faltou ou se demitiu hoje.
Ainda pensativo caminho até a porta de entrada, o que me arrependo de ter feito, dentro da casa estava muito pior. Sophia estava chorando muito alto e Anthony jogando pratos, talheres e almofadas de um lado para o outro. Quem eles pensam que são para fazer isso? Lhes dei a melhor educação que pude e é assim que me retribuem?!
— O que está acontecendo aqui?!— Grito, me aproximando. Fazendo todos os olhares virem até mim e Anthony parar de jogar os objetos.
— P-pai...?
Tudo em um completo silêncio, todos paralisaram. Mas ainda estava estranho, eles só agiam assim quando a babá não se encontrava em minha residência, porém não me lembro de ter demitido-a.
— Papai!— Sophia, ainda com lágrimas em seus olhos, corre até mim. Abaixo e a pego no colo, seu cabelo castanho ondulado me fez lembrar de Ellie.
— O que foi, meu amor?
— Thony não para de jogar as coisas… isso está me dando medo.— A pequena se encolhe em meu colo.
— Onde está a babá?— Pergunto aos funcionários, que, finalmente, começaram a se mexer.
— Ela se demitiu, senhor Walkhen. A senhorita Alves falou que já estava em uma idade avançada e não queria ter que lidar com Anthony e Sophia, então ela mandou um e-mail se demitindo para o senhor.
— Mas ela só tinha trinta e nove anos...— Fico reflexivo por um tempo, não é novidade nenhuma babá conseguir aturar Anthony e se aproximar de Soph.— Arranje uma nova babá.
— Okay, senhor.— Assim que meus olhos vão para a pequena menina em meu colo, me lembro de outra pessoa: Ellie. Por mais inacreditável que pareça, Sophia é muito parecida com ela. Os cabelos castanhos, ondulados e longos e os olhos cor-de-mel… entretanto, eu nunca havia visto Ellie na vida, essa foi a primeira vez.
— Espere!— Falo, quando a funcionária ainda não havia saído.— Eu mesmo contrato a babá.— Lembrar de Ellie me fez relembrar que ela trabalhou como professora em uma creche, o que significa que ela sabe lidar com crianças. Talvez ter uma secretária que será a babá dos meus filhos seja um bom investimento.
— Certeza, senhor?
— Sim. Agora voltem ao trabalho. Tenho que ter uma conversa com Anthony.— Todos os que estavam na sala de estar se curvam e saem do cômodo.
Enfim, volto minha atenção para o garoto de cabelo e olhos pretos— que se parece muito comigo — no sofá. O encaro e vejo um medo tomar conta da expressão de seu rosto.
— Não adianta ficar com medo agora — digo, me aproximando.— Anthony Johnson Walkhen, o que você pensa que estava fazendo?
— Qual é, pai? Eu só estava me divertindo.
— Cuidado com o linguajar!— O advirto.— Quantas vezes eu terei que te repreender por conta disso, Anthony?! Olha o estado que você deixou a sua irmã! Sophia é muito pequena e jovem para ter que lidar com alguém como você.
— Grande coisa...— ele revira os olhos.— Eu não falo nada quando Sophia começa a chorar e não para mais. Ela é muito mimada!
— Olha quem fala... Suba agora para o seu quarto, você irá ficar sem seu celular, tablet, videogame e televisão por uma semana!
— Mas pai...
— Uma semana e meia! Sem mas, agora sobe.— Me olhando pela última vez e cruzando os braços, Anthony vai em direção às escadas, subindo revoltado.
Olho o cômodo e consigo perceber o estado que o local ficou. Pedaços de porcelana e vidro espalhados, talheres jogados no chão e almofadas espalhadas...
— Por que Anthony é assim?
— Porque nós não temos uma mamãe, papai. Anthony ficou bravo quando chegou da es… escola.— Ela se embola um pouco para falar a palavra "escola" por conta de estar parando de chorar aos poucos.
— Obrigado por falar, querida. Agora você tem que dormir.
— Mas amanhã não tem aula, papai.
— Não?
— Não, estamos de férias.
— Okay, mas você tem que dormir mesmo assim. Agora são mais de dez horas, não é bom para você estar acordada ainda.
— Tá, papai.— Vou em direção as escadas e mando os funcionários limparem a bagunça que Anthony fez. Assim que chego no quarto de Sophia, a deito na cama e cubro-a, que olha para mim com seus olhos brilhando.
— Boa noite, meu anjo.
— Boa noite, papai.— Dou um beijo em sua testa. Fico a olhando por um tempo e depois saio do quarto, indo até Anthony, vendo que o mesmo estava deitado de costas para a porta. Então saio de seu quarto.
— Senhor Walkhen — fala a mulher de cabelos loiros levemente grisalhos, a governanta, se aproximando de mim.— Acho que devo uma explicação pelo que aconteceu com seu filho.
— Deve mesmo. O que houve para ele ficar daquele jeito?
— Hoje ele foi liberado horas mais tarde da escola por conta de uma competição escolar. Mas quando acabou, os professores estavam chamando as mães e os pais para irem até os filhos para tirarem foto. O senhor não estava lá, fui informada de que estava muito ocupado no momento. Então dois colegas de Anthony começaram a falar que a mãe dele havia o abandonado e que o senhor iria fazer o mesmo, já que não se importava com o garoto, mesmo que ele tenha sido o melhor...
A mulher dá uma pausa. Quem esses garotos pensam que são para falarem uma coisa dessas para o meu filho?
— Quando chegou aqui, ele ficou revoltado e falou que tudo que os garotos falaram era verdade... então acabou tendo um pico de estresse e fez o que o senhor viu.
— Quem são os garotos?
— Um se chama Murilo Barros e o outro Peter Lima.
— Bom saber que os filhos dos senhores Barros e Lima estão tratando meu filho assim... já sei como resolver isso.— Saio de perto dela e entro em meu escritório. Já avisei o senhor Lima para não brincar com fogo, pois uma hora iria se queimar… e acho que agora foi essa hora.
O senhor Barros eu também avisei para não mexer com quem está quieto, mas parece que dar informações sobre meu divórcio há três anos não foi o suficiente para ele.
Ainda pensando em como faria o que pretendo, me lembro de realizar uma proposta para minha secretária. Vendo o horário decido ligar rapidamente, havia pegado o número dela em seu currículo, que ela deixou em minha mesa antes de sair. Não demorou muito e a mulher atende a ligação.
— Alô?
— Senhorita Miller?
— Sim, sou eu. Com quem estou falando?
— Aqui é o senhor Walkhen, seu chefe. Desculpa o horário, mas gostaria de fazer uma proposta para a senhorita.
— Ah, sim, senhor Walkhen. Pode falar.
— A senhorita aceita ser a babá dos meus filhos?
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Fatima Maria
GENTE O CHEFE PEDINDO SOCORRO A SUA SECRETÁRIA NÃO É FÁCIL E A SECRETÁRIA MAL COMEÇOU A TRABALHAR E ESTÁ EM OUTRA FUNÇÃO.🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2024-10-04
0
Érica Cristina
E lá vamos nós para essa aventura😘😉🤭
2024-02-18
8
Ivanir Fernandes Barbosa
Com certeza ela vai aceitar,as vai se surpreender quando descobrir que ela e a menina são parecidas.
2024-02-17
1