Propósitos egoístas possuem consequências severas quando existe arrependimento.
O imperador Zhao defendia seu amor pelo filho, mas tudo que havia ensinado ao filho é abrigar ódio em seu próprio peito. "Nada de ser fraco" gritava diversas vezes, em condições deploráveis o príncipe Liang não poderia chorar, ajoelhado diante do templo de sua mãe todos os dias sonhava com ela para não apagar o seu olhar da memória, era a único motivo que o fazia ter esperança, mas nada superava a ausência dela, seu pai saia do controle sem a sua esposa para o aconselhar... Um tirano de coração maldoso, com um harém ao seu dispor teve mais filhos e diversas mulheres, que também estiveram dispostas a educar Qi Liang, não houve nada mais depreciativo que ver seu pai fazer atos sexuais em sua presença, quando menino... O imperador não era gentil com mulheres, bruto e intenso pegava os cabelos sedosos em suas mãos dizia o jeito certo de domar uma mulher a uma criança... De todo modo, o imperador sempre esteve argumentando e decidindo o que seu filho deveria fazer, ele incitava o garoto a fazer igual!
Até que Qi Liang adquiriu consciência, entre o certo e o errado, preferiu se manter neutro em relação as decisões de seu pai, com um único propósito em seu coração que era apenas vingar sua mãe. Todavia, isso resultou em um enorme buraco no peito, ele não tinha nenhum legado além de nutrir rancor e tristeza.
E também, havia sua irmã caçula, Sue Liang era muito pequena e vivia afastada, a menina sempre teve uma condição de saúde difícil e isso era um tabu no império, os filhos do imperador deveriam ser perfeitos, mas Sue era frágil e parcialmente surda, tardando em aprender a falar e se comunicar. A princesa era tida como renegada, era quase como uma filha de criados, até Qi Liang em sua posse de herdeiro a resgatou, Sue era semelhante à imperatriz até mesmo no olhar, seu irmão a tinha como uma filha.
Ele agiu através de suas próprias emoções, mas não se sentia plenamente satisfeito, reconhecendo o veneno que havia alimentado em anos... Nada daquilo o levou à algum lugar além da culpa. E pensar dessa forma, o rosto de Xue Ming atormentava sua mente, no fundo de seu coração não queria a machucar. Sabia que foi errado. Entrava em desespero dentro de sua própria respiração pensando em como concertar o erro que lhe foi feito...
Afudando-se num rio denso onde seus pensamentos poderiam lhe engolir, nada era mais assustador do que a mente de Qi Liang... Tudo de sórdido que teve que viver e sua mãe estava lá no seu subconsciente ferida por ter de ver como seu filho cresceu e se tornou um "monstro" praticamente igual ao pai, exceto pelas mulheres.
O rapaz estava embriagado, em um surto de raiva ataca sua garrafa na parede dispersando cacos por todos os lados em seu palácio, ao lado de fora de sua mansão as criadas se encolheram assustadas, enquanto o príncipe lamentava a si mesmo.
O azar perseguia seus planos, talvez ele fosse amaldiçoado ao existir.
— Traga-me mais vinho — ordena a mulher que olha a grande bagunça no quarto dele, com olhos arregalados ela toca o peito, Xi-Wang, a sua concubina renegada, sabia que era uma péssima hora para questionar o que havia acontecido, vê-lo com o olhar perdido a fazia desabar, seu coração doía, ela correu para fora gritando as empregadas que lhe trouxesse vinho.
— Qi Liang...— Ela sussurra, mas ele preferiu não respondê-la.
A moça se recusou a deixá-lo, ela apertava seus punhos relutante, pensando entre: intervir e abraçá-lo ou deixá-lo sozinho.
— Até quando você vai me desprezar? Ouvi dizer que você já obteve sua vingança, porque você ainda parece focado nessa história da imperatriz?
— Tirem ela da minha frente! — Ele a ignora novamente pedindo para que seus guardas a levem em segurança até os aposentos dela.
— Não, espera! — Ela recua atordoada — Qi Liang, você está mais ferido que antes, quem seria capaz de ferir seu coração desse jeito? Eu não suporto o ver assim... Desde que sua mãe morreu, você é tão infeliz! Eu quero o ajudar! — Ela implora sendo solta na porta por um dos guardas-costas, ele balança a cabeça.
— Eu quero ficar sozinho, amanhã conversaremos.
A mulher assente, esperançosa, amanhã ela teria uma resposta.
Seus guardas acompanham a jovem para fora do quintal de sua mansão, ele espia dentre as cortinas Xi-Wang ir embora para sair também e tomar um ar, sem que ela o atrapalhasse.
Qi Liang toca os cabelos os bagunçando por instantes, fazendo sua franja ir para trás e voltar novamente para embelezar seu formoso rosto, ele suspira estando totalmente vermelho por estar completamente embriagado, pensa em quantos problemas teria que lidar incluindo a sua concubina, sendo honesto consigo mesmo não via sugestões agradáveis para afastar essa mulher dele, quase sempre ela vinha como um incômodo... Não ele não a amava, então, porque ela ficaria se torturando assim? E o torturando? Eles não escolheram se casar, foi apenas um acordo político, porque novamente os planos de seu pai submergia dentre todos os outros.
— Grr! — Resmunga, sabendo que nada daquele vinho havia adiantado, na tentativa de espairecer, nada lhe fugia da mente. Também não sabia o que iria fazer em relação a Ming-Yue, de qualquer forma o imperador o fez escolher, ele deveria salvá-la ou ela cairia sobre as mãos de Zhao.
"A culpa toda minha!" Seu pensamento o acusa, indisposto a concordar, havia uma possibilidade de Ming Xue ser responsabilidade dele, se e não intervisse seu pai a mataria cruelmente.
Ele já estava tonto escorando sobre as paredes de seu pátio, seus guardas mais próximos Mo Rhan e Yu Cheng o seguram em seus ombros imediatamente como se ele fosse um homem velho sem sua bengala.
— Por favor sua alteza, sente-se.
— Vocês, vocês... — Agarra um deles pelo colarinho, era Mo Rhan, o rapaz estava preocupado com o estado do príncipe mas não ousou o confrontá-lo pelo puxão, ambos se encararam — me deixe sozinho.
— Meu senhor receio que seja perigoso! — Yu Cheng se ajoelha pedindo para que o príncipe reconsidere suas palavras, ele estava bêbado e seus guardas estavam fazendo seu trabalho o protegendo, Qi Liang sabia que havia uma pessoa que nunca poderiam o proteger: de si mesmo.
— Eu estou bem, quero andar! — Cambaleando após soltar o pobre rapaz, ele balbucia totalmente perdido.
— O que deu em sua alteza, Mo Rhan? — Yu Cheng pergunta confuso bem baixinho para o outro.
— Não faço ideia, ele ficou assim depois de se encontrar com sua majestade — o homem de rabo de cavalo dá de ombros, seu olhar se torna frio.
— Isso teria relação? Será que sua majestade rejeitou a criada?
— Hm, a princesa Ming-Yue é ardilosa, mas não é ameaça ao príncipe, na verdade é muito gentil — Mo Rhan garante e o outro guarda o olha desconfiado, ele sabia que seu colega era espião da mulher, porém não pensou que o veria de guarda baixa afinal ela é inimiga do reino, pode querer se vingar de sua alteza a qualquer momento porque ele condenou cruelmente o reino dela.
— Não vamos perder tempo, sua alteza está vagando por aí bêbado! — Yu Cheng alerta e eles correm dentre os telhados acompanhando de cima o príncipe Liang que parece andar sem rumo por seu palácio, ele esbarra na mesa posta sobre o quintal e ri pelo descuido, porém um som singular chama sua atenção, era a voz de uma mulher cantando ao vento, uma voz atrativa. Ele aperta os seus olhos âmbares avistando o horizonte, estava fora de si, por isso ficou tão interessado numa simples canção, seu corpo seguiu a direção de sua locutora. Logo se deparou com a silhueta curvilínea de uma mulher no lago, iluminada apenas pela lua e se banhando sobre as águas rasas de sua mansão.
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Atualizado até capítulo 167
Comments
Lili 🌼
eita ... parece que teremos grandes cenas, por vim.
2024-03-21
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Suzi Ozorio
😍😍😍😍😍😍
2023-05-27
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