Fico por um tempo nos braços de Cris ele estava mesmo mais magro e só de pensar que ele estava sozinho por ai meu sangue gelou, eu aqui mau ou bem estava bem na medida do possível e ainda tinha as meninas e ele coitado.
Perai coitado nada, onde ele estava quando eu mais precisava dele? Me pego balançando o corpo empurando-o, colocando as mãos na cintura e começo a falar, bem calma mais firme.
_Por onde você andou esse tempo todo? Fiquei muito preocupada.
_Ficou é?
_Claro que fiquei! Todas ficamos!
_Tentei achar aquele miserável! Mais depois daquilo tudo ...Ele sumiu, ninguém sabe dele.
_Aí você resolveu deixar nós quatro à própria sorte?
_Não seja tão dramática, pelo que vi vocês se viraram muito bem sem um homem aqui para mandar em vocês!
_É isso que parece para você?
_Por que toda essa revolta?
_Por que você não voltou antes?
_Eu não podia deixar a Ana sozinha. -Diz pegando a mão da moça que estava atrás dele beijando-a na testa e lhe dando um sorriso carinhoso.
_Além do mais ela estava doente e muito fraca para trazê-la, então tivemos que esperar até que ela melhora-se.
Fico lembrando das nossas últimas palavras antes de sua partida e uma coisa me deixa confusa, antes ele dizia que eu não o conhecia e acho que estava certo, ele sempre se deu bem com as garotas, saia e ficava com várias por aí, mas nunca trouxe nenhuma delas para assumir um compromisso sério ,o que deixava papai bem zangado. E agora ele aparece aqui com essa fulaninha?
_Prazer em conhecê-la Ana! Eu sou Sofia essa e Isabela.
_É um prazer, Cris fala muito de vocês! - Diz a moça sorrindo.
Tento ser simpática mais não consigo parar de pensar no que ela estava fazendo aqui, e quem são aqueles caras estranhos e porque estão nos rondando como se fossem cobras a ponto de dar o bote. Meus sentidos ficaram em alerta total só esperando o primeiro golpe, estou quase em pânico imaginando a cena se desenrolar em minha mente em câmera lenta.
Eles eram altos e também estavam magros assim como Cris e pareciam muito à- vontade não como recém conhecidos e sim amigos, mais isso não fez com que meu alerta desligasse.Tinha algo errado no ar.
_Quem são seus amigos? -Diz Isa com um sorriso travesso.
_Esse é o Lucas! Cris aponta para o loiro.
_E outro marrento ali é o Pedro.
_Eles estudarão comigo e por milagre encontrei com eles depois de me meter em uma briga na cidade. Se eles não tivessem entrado para me ajudar eu teria apanhado até morrer.
_Que horror! - Isa fala surpresa.
_Mas o que você estava fazendo na cidade Christian?
_Eu andei muito estava com fome e quando parei para descansar e comer uma fruta um bando de caras veio com tudo para cima mim, acharam que eu tinha mais na mochila e queriam pegar e se eu entrega-se morreria de fome, então tive que me defender foi aí que eles me encontraram e me salvaram.
_Meu Deus que sorte a sua, ainda bem que eles te ajudaram.
_De qualquer maneira fiquei sem comida e nós quase morremos de fome.
_Foi aí que encontrei meu anjo da guarda. - Ele fala olhando para a Ana.
_Ela me viu e numa noite muito fria me chamou para entrar no prédio onde ela morava, de cara eu não quis aceitar por causa dos caras, não podia entrar e ficar quentinho enquanto eles estavam do lado de fora congelando.
_E aí o que aconteceu?- Isa pergunta impaciente.
_Ela saiu e chamou eles também! Foi uma noite muito boa conversamos e comemos uma sopa deliciosa que ela tinha preparado, dormimos uma semana no apartamento, ela estava começando a ficar doente daí ajudamos a vedar as janelas e consertar algumas coisas quebradas para agradecer a hospitalidade e generosidade, na hora de nos despedimos eu não consegui deixar ela sozinha lá e quando eu e os caras decidimos vir pra cá pareceu uma boa ideia!
- Cris a puxou para mais perto ainda.
_Isso é tão romântico. -Diz Isa sendo sarcástica.
Afinal todos sabiam que ela não era nada romântica.
_Tudo bem! Não podia deixá-la e nem seus amigos aí? Aponto paras os caras.
Mas porque todos vieram para cá?
_Porque essa casa também é minha, e pra falar a verdade não íamos conseguir sobreviver muito tempo por lá, aquele lugar está um caos logo vão acabar matando uns aos outros por causa de restos.
_Eu entendo Cris mais não temos como alimentar tanta gente, nossas reservas são limitadas.
_Podemos dar um jeito os garotos são ótimos caçadores e eu modesta parte sei cozinhar de tudo, ficaremos bem se continuarmos juntos.
Ana fala toda segura de si.
_Não acho que seja tão fácil! E se o povo da cidade vir pra cá? O que a gente vai fazer?
Quem aquela garota achava que era pra já chegar querendo da pitaco, não fui com a cara dela.
_Vamos nos defender e proteger o que é nosso! - Cris responde cheio de confiança.
_A idéia parece boa mais se me lembro bem não conseguimos defender o papai aquela noite e era apenas um rapaz, não acredito que conseguiríamos nos defender se fossem vários invasores.
Respondi sentindo o peso daquelas lembranças em meus ombros.
Meses haviam se passado desde a morte de papai e o remorso ainda me atormentava, eu não comentava com a Isa é claro, não tinha sentido torturá-la com aquelas lembranças, mas será que
eu tomei a decisão certa? E se eu tivesse descido. Será que ele teria morrido? Talvez a culpa fosse minha, porque eu tinha que ser tão medrosa?
_Vamos ver o que a mamãe acha disso. Não quero discutir com você. - Diz Cris.
Acabo de me dar conta de que ele não sabe sobre mamãe e..._Droga! Lucy ainda esta lá em cima, coitada deve estar desesperada já faz um tempão que a gente está aqui conversando e a pobre menina doente preza em um armário cheio de mofo. Subo as escadas o mais depressa possível e quase arrombo a porta do armário com o pé, a única coisa que me impediu foi pensar que poderia machucá-la então paro subitamente e chamo por ela .
_Lucy? Lucy?
_Você está me ouvindo? Abra a porta meu amor!
Mais não ouso nada. Nem um sussurro, nem uma respiração. Agora totalmente desesperada chuto a porta com toda força sem hesitar, procuro por ela no armário escuro mais nada, minhas mãos correm de um lado para o outro tentando agarrá-la mais não a encontro, finalmente Isa aparece atrás de mim com uma vela na mão e Cris está logo atrás dela. Minhas mãos tremem ao senti-la mais embaixo caída no chão, tento puxá-la para fora mais ela parece pesada demais, o estranho é que antes eu a
carregava no colo de um lado para outro mais agora não conseguia nem tira-la de lá.
_Chega pra lá deixa que eu ajudo! -Diz Cris me empurrando para o lado.
Fico sem reação ao vê-la, sem vida sendo tirada do armário.
_Não! Não! De novo não. -Entro em desespero.
_Não vou enterrar mais nenhum membro dessa família.
Saiu correndo pela porta descendo as escadas passando pela porta da cozinha e indo em direção a floresta escura sem conseguir pensar em nada coerente. Escuto Isa e Cris me gritando.
As vozes vão ficando cada vez mais distante e meus olhos cheios de lágrimas me impedem de ir longe , tropeço em alguma coisa e bato em uma árvore enorme . Ouço alguém chamar mais tudo que faço e fechar os olhos e me permitir ser invadida pela escuridão.
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Atualizado até capítulo 55
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