capítulo 7

Fico por um tempo nos braços de Cris ele estava mesmo mais magro e só de pensar que ele estava sozinho por ai meu sangue gelou, eu aqui mau ou bem estava bem na medida do possível e ainda tinha as meninas e ele coitado.

Perai coitado nada, onde ele estava quando eu mais precisava dele? Me pego balançando o corpo empurando-o, colocando as mãos na cintura e começo a falar, bem calma mais firme.

_Por onde você andou esse tempo todo? Fiquei muito preocupada.

_Ficou é?

_Claro que fiquei! Todas ficamos!

_Tentei achar aquele miserável! Mais depois daquilo tudo ...Ele sumiu, ninguém sabe dele.

_Aí você resolveu deixar nós quatro à própria sorte?

_Não seja tão dramática, pelo que vi vocês se viraram muito bem sem um homem aqui para mandar em vocês!

_É isso que parece para você?

_Por que toda essa revolta?

_Por que você não voltou antes?

_Eu não podia deixar a Ana sozinha. -Diz pegando a mão da moça que estava atrás dele beijando-a na testa e lhe dando um sorriso carinhoso.

_Além do mais ela estava doente e muito fraca para trazê-la, então tivemos que esperar até que ela melhora-se.

Fico lembrando das nossas últimas palavras antes de sua partida e uma coisa me deixa confusa, antes ele dizia que eu não o conhecia e acho que estava certo, ele sempre se deu bem com as garotas, saia e ficava com várias por aí, mas nunca trouxe nenhuma delas para assumir um compromisso sério ,o que deixava papai bem zangado. E agora ele aparece aqui com essa fulaninha?

_Prazer em conhecê-la Ana! Eu sou Sofia essa e Isabela.

_É um prazer, Cris fala muito de vocês! - Diz a moça sorrindo.

Tento ser simpática mais não consigo parar de pensar no que ela estava fazendo aqui, e quem são aqueles caras estranhos e porque estão nos rondando como se fossem cobras a ponto de dar o bote. Meus sentidos ficaram em alerta total só esperando o primeiro golpe, estou quase em pânico imaginando a cena se desenrolar em minha mente em câmera lenta.

Eles eram altos e também estavam magros assim como Cris e pareciam muito à- vontade não como recém conhecidos e sim amigos, mais isso não fez com que meu alerta desligasse.Tinha algo errado no ar.

_Quem são seus amigos? -Diz Isa com um sorriso travesso.

_Esse é o Lucas! Cris aponta para o loiro.

_E outro marrento ali é o Pedro.

_Eles estudarão comigo e por milagre encontrei com eles depois de me meter em uma briga na cidade. Se eles não tivessem entrado para me ajudar eu teria apanhado até morrer.

_Que horror! - Isa fala surpresa.

_Mas o que você estava fazendo na cidade Christian?

_Eu andei muito estava com fome e quando parei para descansar e comer uma fruta um bando de caras veio com tudo para cima mim, acharam que eu tinha mais na mochila e queriam pegar e se eu entrega-se morreria de fome, então tive que me defender foi aí que eles me encontraram e me salvaram.

_Meu Deus que sorte a sua, ainda bem que eles te ajudaram.

_De qualquer maneira fiquei sem comida e nós quase morremos de fome.

_Foi aí que encontrei meu anjo da guarda. - Ele fala olhando para a Ana.

_Ela me viu e numa noite muito fria me chamou para entrar no prédio onde ela morava, de cara eu não quis aceitar por causa dos caras, não podia entrar e ficar quentinho enquanto eles estavam do lado de fora congelando.

_E aí o que aconteceu?- Isa pergunta impaciente.

_Ela saiu e chamou eles também! Foi uma noite muito boa conversamos e comemos uma sopa deliciosa que ela tinha preparado, dormimos uma semana no apartamento, ela estava começando a ficar doente daí ajudamos a vedar as janelas e consertar algumas coisas quebradas para agradecer a hospitalidade e generosidade, na hora de nos despedimos eu não consegui deixar ela sozinha lá e quando eu e os caras decidimos vir pra cá pareceu uma boa ideia!

- Cris a puxou para mais perto ainda.

_Isso é tão romântico. -Diz Isa sendo sarcástica.

Afinal todos sabiam que ela não era nada romântica.

_Tudo bem! Não podia deixá-la e nem seus amigos aí? Aponto paras os caras.

Mas porque todos vieram para cá?

_Porque essa casa também é minha, e pra falar a verdade não íamos conseguir sobreviver muito tempo por lá, aquele lugar está um caos logo vão acabar matando uns aos outros por causa de restos.

_Eu entendo Cris mais não temos como alimentar tanta gente, nossas reservas são limitadas.

_Podemos dar um jeito os garotos são ótimos caçadores e eu modesta parte sei cozinhar de tudo, ficaremos bem se continuarmos juntos.

Ana fala toda segura de si.

_Não acho que seja tão fácil! E se o povo da cidade vir pra cá? O que a gente vai fazer?

Quem aquela garota achava que era pra já chegar querendo da pitaco, não fui com a cara dela.

_Vamos nos defender e proteger o que é nosso! - Cris responde cheio de confiança.

_A idéia parece boa mais se me lembro bem não conseguimos defender o papai aquela noite e era apenas um rapaz, não acredito que conseguiríamos nos defender se fossem vários invasores.

Respondi sentindo o peso daquelas lembranças em meus ombros.

Meses haviam se passado desde a morte de papai e o remorso ainda me atormentava, eu não comentava com a Isa é claro, não tinha sentido torturá-la com aquelas lembranças, mas será que

eu tomei a decisão certa? E se eu tivesse descido. Será que ele teria morrido? Talvez a culpa fosse minha, porque eu tinha que ser tão medrosa?

_Vamos ver o que a mamãe acha disso. Não quero discutir com você. - Diz Cris.

Acabo de me dar conta de que ele não sabe sobre mamãe e..._Droga! Lucy ainda esta lá em cima, coitada deve estar desesperada já faz um tempão que a gente está aqui conversando e a pobre menina doente preza em um armário cheio de mofo. Subo as escadas o mais depressa possível e quase arrombo a porta do armário com o pé, a única coisa que me impediu foi pensar que poderia machucá-la então paro subitamente e chamo por ela .

_Lucy? Lucy?

_Você está me ouvindo? Abra a porta meu amor!

Mais não ouso nada. Nem um sussurro, nem uma respiração. Agora totalmente desesperada chuto a porta com toda força sem hesitar, procuro por ela no armário escuro mais nada, minhas mãos correm de um lado para o outro tentando agarrá-la mais não a encontro, finalmente Isa aparece atrás de mim com uma vela na mão e Cris está logo atrás dela. Minhas mãos tremem ao senti-la mais embaixo caída no chão, tento puxá-la para fora mais ela parece pesada demais, o estranho é que antes eu a

carregava no colo de um lado para outro mais agora não conseguia nem tira-la de lá.

_Chega pra lá deixa que eu ajudo! -Diz Cris me empurrando para o lado.

Fico sem reação ao vê-la, sem vida sendo tirada do armário.

_Não! Não! De novo não. -Entro em desespero.

_Não vou enterrar mais nenhum membro dessa família.

Saiu correndo pela porta descendo as escadas passando pela porta da cozinha e indo em direção a floresta escura sem conseguir pensar em nada coerente. Escuto Isa e Cris me gritando.

As vozes vão ficando cada vez mais distante e meus olhos cheios de lágrimas me impedem de ir longe , tropeço em alguma coisa e bato em uma árvore enorme . Ouço alguém chamar mais tudo que faço e fechar os olhos e me permitir ser invadida pela escuridão.

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