Capítulo 15

Gabriela

___ Boa tarde!____ Falei em frente ao balcão da recepcionista.____ Estive aqui faz cerca de 15 dias, sabe me informar se alguma outra garota esteve aqui também? Ela tem a minha idade e se parece comigo!

___ Não sei se poderei lhe informar.

___ Por favor!___ Implorei, usando um olhar de " me ajude, estou em perigo"___ Ela é minha irmã.

A mulher, que devia ser no máximo uns 5 anos mais velha que eu, ficou visivelmente sensibilizada.

___ Verei o que consigo, só um minuto.

___ Obrigada.

Assenti.

Ela digitou algo no computador e, usando o mouse, ficou rolando a tela por uns 10 minutos.

___ Pode me dizer o nome?

___ Rafa...Gabriela! Gabriela da Silva.

___ Certo, só mais um instante.

Ela mordeu os lábios e respirou fundo, antes de me dar a informação.

___ Sinto muito mas ninguém deu entrada aqui com esse nome.

___ Muito obrigada.

Ms despedi e saí, atordoada. Na noite anterior, enquanto vasculhava as coisas de Rafaela, acabei encontrando um diário antigo. Nele dizia:

" Hoje, uma moça apareceu, ela me perguntou se eu não me lembrava dela, mas nunca nos encontramos antes."

" Agora, parando para pensar, descobri essa semana, quando mexi nas coisas da diretora, que tenho uma irmã gêmea. Provavelmente essa mulher me confundiu com ela!"

Imediatamente me veio uma lembrança, quando eu tinha 5 anos, uma mulher muito parecida com a mãe de Rafaela me visitou no orfanato.

" Nos encontramos pela primeira vez, quando você tinha 5 anos!"

Tinha sido eu, não Rafaela!

" Aquela moça quer me levar para a casa dela. Eu devia ter dito que era minha irmã, quem ela queria ver? Desculpe Gabriela, mas eu quero muito ser adotada."

Enquanto eu andava, um senhor idoso passou por mim.

___ Essa droga de celular! Realmente não sei usar isso!

___ Precisa de ajuda, senhor?___ Perguntei.

___ Ah! Eu agradeceria muito, menina.

Peguei o aparelho.

___ Qual é o problema, senhor?

___ Acho que está com defeito no som, não consigo ouvir nada!

Sorri e aumentei o volume, que estava no mudo.

___ O senhor deve ter tirado o som sem querer.

___ Ora, veja só! Essa tecnologia de hoje! Na minha época ninguém tinha telefone, se queríamos falar com alguém distante, usávamos cartas e se fosse urgente, um telegrama!

___ Os termos mudam bastante, não é? Será que o senhor me emprestaria só um pouquinho? Estou sem o meu!

Ele assentiu.

___ Claro, menina! Pode usar.

Liguei para a polícia local.

___ A única informação que temos é que foi encontrado um corpo.

Gelei.

" Um corpo?"

___ Muito obrigada, senhor!

Entreguei-lhe o telefone e saí correndo, em direção ao ponto de ônibus. Quando o coletivo chegou, perguntei, com certo receio, ao motorista.

___ Sabe me dizer, como posso chegar ao cemitério?

Ele me encarou surpreso, mas não disse nada.

___ Esse ônibus passa pela rua que dá acesso a ele.

___ Obrigada.

Passei pela roleta e sentei-me no primeiro banco.

" Não acredito!"

Lembrei-me de quando estava me afogando, a pessoa que veio nadando e segurou a minha mão, antes que eu perdesse a consciência foi Rafaela, foi a minha irmã.

" Ela morreu por minha causa!"

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Comments

Marli Franroz Hofildmann

Marli Franroz Hofildmann

aí que dó autoraaaaa. já foram separadas na infância.... poxa

2024-03-10

1

Ecleilda Justino

Ecleilda Justino

aí meu Deus não atoura elas tem que estar vivas não permita ela morre ...

2022-12-09

4

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