Capítulo 5

Gabriela

___ Olha só quem está aqui!___ Eloísa cruzou os braços e veio até mim.

___ E então? Vai aceitar minha ajuda, vai deixar seus amiguinhos órfãos passarem fome, Gabi?

Respirei fundo.

___ Não vai aceitar minha ajuda, então tudo bem! Vou ligar para a fiscalização e dizer que vocês passam por maus tratos.

Imediatamente ela desferiu um tapa em meu rosto. Levei à mão até a bochecha, surpresa.

___ Sabe como é, né? Precisamos ter provas visíveis.

Senti uma joelhada nas costas que me derrubou no chão, com certeza era uma de suas amigas.

Elas gargalhavam.

___ É tão divertido brincar com você!___ Maria colocou seu pé em minhas costas.

___ Pare!___ Gritei, tentando me levantar.

Ela tirou o pé enquanto ria.

___ Me desculpe, Gabi.

Eu estava farta daquilo tudo, não pensei duas vezes e me atirei no seu pescoço, dando tapas e mais tapas no seu colo, braços, tudo o que pudesse alcançar.

___ EU ODEIO VOCÊ!___ Gritei com toda a minha força, eu estava transtornada. ___ SUA DESGRAÇADA, EU QUERO QUE VOCÊ MORRA!

___ O que está acontecendo aqui, Gabriela?

Era a professora Márcia.

___ Solte-a agora!

Larguei Maria Eloísa e a mesma escondeu-se atrás da mais velha.

___ Professora, ela está sempre me perturbando, está fazendo bullying comigo.

Ergui as sobrancelhas, chocada.

___ ISSO É MENTIRA!

___ Gabriela, abaixe o seu tom de voz!___ A mestra me repreendeu.

___ Mas ela está mentindo! Eu juro!___ Comecei a chorar.

___ Não adianta fazer esse teatrinho, eu vi tudo. Vá direto para a sala dos professores! Vamos, Eloísa, vou ligar para os seus pais.

Bati na parede com força, ela tinha conseguido vencer.

___ Isso é para você aprender a não mexer com a Eloísa!___ Uma de suas amigas disse.

Mariana fez contato visual comigo enquanto eu saía da sala, pude ver em suas expressão que não estava concordando com aquilo.

Enxuguei as lágrimas e forcei um sorriso.

___ Está tudo bem!___ Disse, mesmo que ela não pudesse me ouvir completamente, pois estava sentada no fundo da sala.

Quando cheguei à sala, Márcia assumiu a postura de coordenadora e começou a gritar.

___ Que decepção! E pensar que era a representante da turma. Por que essa violência? Não se arrepende nem um pouco disso?

Não disse nada, permaneci com a expressão séria.

___ Eu não tolero bullying nesta escola, Gabriela, você sabe disso!

Foi até a mesa e, olhando para o computador, começou a redigir um documento.

___ Assine isso.___ Entregou-me a folha e uma caneta.

___ Uma expulsão?!___ Exclamei enquanto lia.

___ Como você não mostrou nenhum arrependimento, eu não tenho escolha.

Queria continuar gritando, tentando convencê-la da verdade. Contentei-me em cerrar o punho e assinar.

___ Espero que reflita sobre isso.

Saí sem responder nada e fui buscar as minhas coisas, quando cheguei, a minha mochila tinha uma pintura feita com corretivo escrito morra.

___ Tchau Gabriela. ___ Maria Eloísa apareceu.___ Vou visitá-la na casa do amor e nos seus empregos, não vai ficar sozinha.

___ Por que é assim? ___ Perguntei.___ Por que me odeia tanto?

___ Porque você é você! Não tenho que ter um motivo específico.

___ Eu tenho pena de você!

Minha fala a revoltou.

___ Meninas.

Assim que ela chamou suas amigas me agarraram, uma em cada braço e me arrastaram até o banheiro.

___ Achou que sairia desta escola sem nenhum problema?

As duas puxaram minha camisa, até conseguirem tirá-la, deixando-me só de sutiã, Eloísa começou a tirar fotos.

___ Pare com isso. ___ Tentei me cobrir, mas suas duas capangas me impediam.

Assim que tiveram o que queriam, elas me deixaram lá, enquanto eu chorava. Me vesti e saí de lá aos tropeços.

Fui ao abrigo e troquei de roupa, praticamente voando pela porta em seguida.

___ Gabi! Gabi! ___ A diretora me chamou, mas ignorei. Nada importava mais.

" Chega de tudo isso!"

Fui até a praia, na parte mais alta, uma colina com um gramado baixo, lá embaixo estavam várias roxas e a água. Ventava bastante aquela hora e eu estava usando o moletom cinza e rosa.

As águas estavam calmas, não havia mais nada em que pensar, ninguém para me atormentar, nenhum trabalho para fazer.

Aqui ninguém podia acusar-me de nada.

E pensar que tudo isso começou, porque fui defender uma colega.

Eu estava na dúvida, devia pular ou não, a grama escorregava e o vento fazia com que os cabelos cobrissem a minha visão, mas isso era bom, porque não queria ser vista chorando.

Respirei fundo, dando mais um passo à frente. Olhei ao redor, ninguém me veria, afinal havia uma grande árvore para me esconder.

" Por que estou pensando tanto?"

" Não tenho nada a perder!"

Fui até a beirada e joguei-me, o choque do corpo na água fez com que eu batesse a cabeça.

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Comments

Marli Franroz Hofildmann

Marli Franroz Hofildmann

nossa, que triste

2024-03-10

2

Ecleilda Justino

Ecleilda Justino

essas nogenta acho que dinheiro e tudo tenho raiva dessa pessoa que faz isso aff

2022-12-09

4

Ver todos

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