Às vezes, o caminho certo não é o mais fácil

Depois de alguns minutos, Elora acabou cochilando ali mesmo deitada no chão. O dia foi bastante agitado, com a gravidez, Elora começava a sentir mais cansada e com sono. Liam tirou ela do chão e colocou na cama com cuidado, cobriu, foi em direção da sala. Estava ainda preocupado com Ayla e Ryan que estavam teoricamente, assistindo filme. Ao descer descobriu os dois dormindo e a TV estava ligada passando filme. O celular de Ryan tocando sem parar.

* CHAMADA ON*

— Hey, seu cachorro, se você não aparecer logo, eu que fico de castigo hoje a noite. Sua mãe é vingativa, você sabe. Não me deixa desfalcado hoje, cara. — Vinícius pai de Ryan disse parecendo nervoso.

— Tio Vinícius, Ryan adormeceu no sofá daqui de casa. Se quiser, posso jogar ele em um carro de mão e levar para casa — Liam respondeu rindo.

— Ele está com a Ayla perto? — Vinicius perguntou.

— Sim, os dois adormeceram no sofá daqui de casa assistindo filme. — Liam respondeu confuso com a pergunta.

— Está tudo bem então. Vou avisar para Helena. Espero que ela deixe da ideia de greve para meu lado. Sabadão, queria me dar bem. E eu que pensei que eles atrapalhariam minhas noites felizes apenas quando crianças, quando crescem é pior ainda — Vinícius confessava

— Com quem você está falando? Achou nosso filho? — Helena gritou do outro lado — Vou dormir de calça jeans se ele não estiver em casa em dez minutos.

— Liam, vou buscar agora esse pirralho miserável. Ah! Minha noite! — Vinícius disse antes de desligar.

* CHAMADA OFF*

Liam teve uma enorme crise de riso com a ligação. Helena costumava bem de boa, mas enquanto o Ryan não estava em casa ela não ficava em paz. Sempre fazia Vinícius encontrar e buscar Ryan independente de onde ele estivesse. Depois de rir até a barriga doer, Liam foi acordar seu amigo.

— Qual foi, irmão? — Ryan respondeu abraçando mais forte Ayla.

— Primeiro, pode largar minha irmãzinha? — Liam tinha sentimento confuso em relação a Ryan e sua irmã. Ele tinha medo do que poderia acontecer caso finalmente algo surgisse deles dois.

— Que irmão ciumento você tem, Ayla. — Ryan disse olhando para Ayla que estava acordando.

— Se eu fosse você, não brincava com ele, lembre que ele fez jiu-jitsu por anos. Você era do clube de xadrez — Ayla brincou abraçando Ryan de olhos fechados.

— Você fala um negócio desse e me abraça? Seu irmão vai me surrar fácil. — Ryan estava assustado com a cara que Liam olhava para ele. Claramente estava pensando como poderia matar ele e onde enterrar.

— Se tiver abraçado comigo ele não vai fazer nada, nunca levantaria um dedo contra a irmã gêmea perfeita dele. — Ayla disse jogando uma perna por cima de Ryan.

— Cara, tu ainda me disse que ela não é mimada? Olha isso! Ela quer fazer meu melhor amigo me bater. — Ryan falou tentando fugir do lugar, mas Ayla não liberava ele.

— Não quero estragar sua alegria, querida irmã, mas Tio Vinícius está vindo buscar Ryan. Tia Helena estava ameaçando ele de dormir de calça jeans. — Liam informou rindo. Na mesma hora Ayla se levantou se arrumando.

— Que isso? Cadê você abraçadinho comigo? Vem cá, amorzinho — Ryan brincou puxando Ayla.

— Sua mãe com toda certeza vem. E Tia Helena é mais brava que Tia Anna e minha mãe. As duas são bem bravas, mas quando sua mãe fala algo, as duas ficam quietas. Acha mesmo que vou fazer algo que ela não gosta? Eu tenho juízo. — Ayla disse tentando escapar de Ryan.

— Você me jogou para seu irmão me bater. Acho justo minha mãe pegar você no flagra me seduzindo — Ryan disse ficando em cima de Ayla, antes que Liam pudesse reagir, alguém chamou na porta.

Liam ainda olhando para aqueles dois abriu a porta, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Helena entrou com tudo dentro da casa. Não dando qualquer tempo de ninguém reagir. Foi direto onde Ryan estava chutou ele fazendo ele cair no chão do outro lado.

— Você acha mesmo que vai tratar minha afilhada desse jeito? Vá galinhar em outro lugar. Deve ter aprendido com seu pai essas ousadias. Bora! Levanta! Vamos para casa. — Helena disse olhando para Ryan que se levantava rindo lembrando que Ayla tinha dito sobre sua mãe.

— Oi, tia Helena — Ayla falou toda tímida.

— Oi, meu amor! Se ele te atacar, chuta as bolas dele. Faça ele sofrer muito se quiser mesmo você. Homens só valorizam quando fazemos ele lutar por nós. Depois que ele provar que merece, você coloca coleira nele. Te apoio. Tô contigo, garota. — Helena respondeu puxando o filho do chão.

— Você deveria ficar do meu lado, mãe! — Ryan disse fazendo careta.

— Não, você tem cara de garanhão, certeza que aprendeu com seu pai. Ele pisca e as mulheres vão aos pés deles. Preciso proteger minha pequena afilhada das suas garras. Homens cachorros só destroem coração. — Helena falou rindo.

— Como esclarecimento, depois do discurso preconceituoso da minha esposa rebelde, eu não posso deixar de dizer, não sou eu que traumatizei ela, viu? Já adquiri ela assim. E não tenho culpa de ser um gato. — Vinícius disse puxando Helena para perto.

— Vai negar que seu filho tem cara de Don Juan? Olha o olhar dele. Ele nasceu para levar as menininhas para perdição. Preciso proteger a minha bebezinha. — Helena gostava de Ayla como filha, praticamente criou ela, não podia deixar seu filho arruinar o coração da sua bonequinha.

— Claro que é um Don Juan, ensinei ele direitinho — Vinícius falou orgulhoso do filho.

— Para casa os dois garanhões. E senhor esposa, vou dormir hoje com duas calças. Vou testar as você é garanhão mesmo na dificuldade. — Helena disse saindo da casa.

— Hey! Meu amor! Vem cá. Vamos negociar. — Vinícius correu atrás da esposa.

— Bem, vou indo. Até mais, motivo da minha discórdia família — Ryan brincou saindo.

— Beijos, senhor garanhão — Ayla gritou rindo.

— Ayla, o que você vai fazer em relação ao Ryan? — Liam perguntou sentando ao lado da irmã.

— Não tem resposta para isso. Tem muito contra a gente. E certeza que Ryan sente o peso maior. Você viu como Helena me trata? Ele não vai querer fazer raiva a mãe dele. E muito menos, correr o risco de me magoar e fazer você tomar partido. — Ayla confessou. Mesmo que ela tentasse algo com Ryan, ele iria dar um passo para trás sempre que ela desse um para frente.

— E você? Como se sente sobre tudo ? — Liam perguntou.

— Gosto dele, mas não sei se quero realmente ter algo com ele. Parece bom o amor platônico. Ele parece mais seguro. Não estraga nada. Então, talvez sinto como Ryan. É muita pressão — Ayla admitiu.

— Talvez vocês precisem esperar o momento certo. Não precisa ter pressa. Deve acontecer quando foi o momento correto — Liam aconselhou a irmã. Concordava que não adianta muito eles ficarem juntos sem estarem certos sobre isso.

— E você e a Elora? Vai ficar tudo bem? — Ayla perguntou colocando a cabeça no colo do irmão.

— Não sei, tudo é muito novo, mas eu tentarei meu melhor. — Liam respondeu acariciando o cabelo da irmã.

— Eu sinto sua falta em casa. Tem problema visitar com frequência? Nos nunca ficamos separamos. Choramos horrores quando nossa mãe nos fez ficar em quartos separados. E eu sempre acabava dormindo no seu quarto. Me sinto estranha com você longe. Lembra seus dias no hospital... — Ayla confessou.

— Eu também sinto sua falta. E pode vir, acho que Elora vai gostar. Apenas tenha cuidado do que fala com ela. Tente evitar ao máximo falar ou aconselhar sobre nós dois. E não me defenda, tá? Vamos conseguir nos resolver. — Liam alertou a irmã. Continuava pensando que eles deveriam resolver qualquer problemas com Elora entre eles.

— Combinado. E com o tempo, juro que vou me acostumar com sua ausência e diminuindo visitas. Só por agora. É uma espécie de gatilho. Talvez por isso a mamãe e o papai estejam agitados também. É difícil cuidar de você com a distância. Então, se cuida por favor e aguento um pouco da minha presença por enquanto. Prometo que não causarei problema. — Ayla disse, Liam pudia sentir as lágrimas de seus irmã em suas pernas.

— Eu sempre estarei por você. Vou sempre está aqui. Não tenha medo. E confio que você será diligente em relação a Elora. E Lala, eu ficarei bem. — Liam disse se encostando no sofá. Naquele momento sentia um mundo em suas costas. Lidar com a Elora, sua irmã, toda a preocupação do casamento e gravidez. Ele sentia a ponto de explodir a qualquer momento.

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