Escolhas tem consequências

Três meses se passaram depois do dia do vinho. Liam tentou mais duas outras vezes conversar com Elora, mas ela se negou. Queria esquecer aquele dia e fingir que nunca aconteceu. No fim, a relação deles que já era ruim, piorou. Nem sequer trocavam alfinetadas mais e se ignoravam totalmente. Elora vingativa como era, ainda com raiva de David, começou a sair com o amigo dele, Matheus.

Estava na hora do intervalo, na maioria das vezes comiam todos juntos, mas dessa vez, Elora não era vista no pátio. Ayla pensou que a aula dela tinha sido prolongada. Pelo menos, era o que achava até Denise se aproximar de Liam.

— Liam, lembra que está me devendo um encontro? Comprei dois ingressos para o filme que conversamos outro dia. Para sábado, às 18h — Denise disse olhando sorrindo para Liam.

— Onde está Elora? — Ayla perguntou Ignorando totalmente o que Denise dizia.

— Está me achando com cara de babá de pirralha mimada? — Denise debochou. Ayla segurou o cabelo dela. Liam de aproximou na hora afastando as duas.

— Denise, você viu a Elora? — Liam perguntou segurando a irmã.

— Ela disse durante a aula que estava se sentindo mal, saiu e não voltou mais — Denise respondeu.

— Alguém já te disse que ser besta assim para homem só vai te fazer quebrar a cara bonito? Não? Acho que não deve demorar muito para você descobrir — Ayla disse olhando com raiva para Denise, depois se virou para os meninos — Procurem nos corredores, vou olhar no banheiro feminino. Mandem mensagem se acharem.

Deixando Denise onde estava, cada um foi para um lado. Ayla conseguiu ouvir um choro baixo assim que entrou no banheiro. Tentou localizar de onde estava vindo especificamente, pode reconhecer bem a bolsa que estava no chão, já havia conhecido ela sendo jogada no seu rosto. Bateu de leve na porta.

— Elora? — Ayla perguntou. Elora abriu a porta.

— Amiga, estou com problemas. — Elora disse soluçando de tanto chorar.

— O que aconteceu? — Ayla perguntou se ajoelhando preocupada, segurando a mão da amiga.

— Não posso dizer na escola, vamos gazear aula hoje? — Elora sugeriu a amiga.

— Liam vai me matar se eu fizer isso. Ele já está pegando no meu pé porque não estou estudando para o vestibular. — Ayla tinha recebido um sermão do irmão no dia anterior por ela não está se dedicando aos estudos.

— Por favor! Juro que é urgente. Depois explico ao Liam. Ele vai entender. — Elora pediu.

— Vou só para ver você explicando a ele — Ayla estava um pouco incomodada com eles dois se ignorando. Era um pouco cansativo o ambiente com os dois agora.

Para fugir, as duas decidiram usar todo charme feminino delas com o segurança da escola. Cabelo jogado para um lado, cabelo jogado para o outro, mas nada do segurança cair na rede. Elora desiste do plano A e fica no B.

— Aí Meu Deus! Vocês viram? Alguém acabou de pular o muro para dentro da escola. Quem será? — Elora gritou apontando para o muro distante e abraçando Ayla.

— Fiquem aqui, garotas. Vou verificar. — O vigia disse saindo em direção do muro.

Assim que ele se distanciou um pouco, elas abriram o portão e saíram correndo. Foram para uma praça próxima da escola. Compraram um sorvete e sentaram nos balanços, chupando o sorvete, vendo as crianças brincando, os cachorros passeando.

— Elora, qual o problema? Você parece pálida. — Ayla perguntou preocupada.

— Ayla, não me sinto bem. Pode ligar para sua mãe vir nos pegar? — Elora perguntou.

— A minha? Sabe que a sua é médica, né? — Ayla respondeu confusa com o pedido da amiga.

— Eu sei, por isso tem que ser a sua... — Elora disse antes de desmaiar.

Quando ela acordou já estava no carro, Ayla e Liam discutiam. Aurora ameaçava cortar a mesada dos dois.

— Liam, deixa sua irmã. Eu não vou dizer nada também. Vou deixar ela se explicar para o pai de vocês. Quando Jean sonhar que a senhora está fugindo da escola. Se der bobeira, te manda para um internato. Sabe bem como ele é em relação aos estudos. — Aurora disse olhando sério para o retrovisor, para ver a filha, que baixava a cabeça.

— Eu tô grávida. — Elora gritou dentro do carro no meio da briga. Aurora freou o carro com tudo. Fazendo outro carro bater atrás do dela.

— Aí. Droga. Vou resolver isso. E você, Elora, fique quietinha dentro do carro. — Aurora disse saindo para resolver.

— Você está grávida? — Ayla perguntou chocada.

— Sim, descobri hoje pela manhã. Estava suspeitando por conta do atraso e porque eu e Liam não usamos .. — Elora estava com medo de olhar para Liam.

— Eu preciso de ar. — Liam disse descendo do carro, mas logo retornou — Ayla, liga para o papai e passa o endereço. Temos um probleminha aqui.

Aurora estava em uma discussão imensa com a mulher que bateu atrás do carro. Elas pareciam se conhecer, mas pela postura de Aurora, seu filho sabia que não era coisa boa.

— Você só pode ter feito isso de propósito. Não bata ter destruído a vida do meu filho, agora queria me matar também. — Karol gritava cheia de ódio.

— Acho melhor você calar a sua boca antes que eu perca a minha enorme paciência. Eu não ia perder meu tempo me sujando como lixos como você. — Aurora disse inquieta. Queria sair daquele lugar o mais rápido possível .

— Oh! Essa criança me parece com o... — Karol falava, mas não conseguiu terminar, levou uma tapa na cara e Aurora segurava sua boca com a palma da mão.

— Liam, ligue para polícia antes que eu jogue essa mulher na frente dos carros. — Aurora disse sem tirar os olhos de Karol, que olhava assustada para Aurora — Sim, isso mesmo. Polícia. Você parece ter muita afinidade com ela. Aliás, até onde eu sei, você também, mas irei te lembrar, você tem uma ordem de restrição, não deve se aproximar de mim.

— Você acha mesmo que eu tenho medo de uma órfã maldita? Você é e sempre será o maior erro do idiota do meu filho. Eu rezo todos os dias para que você morra. — Karol disse depois de empurrar Aurora.

— A orfã maldita? Sério? É tudo que você tem? Se acha mesmo que hoje, me chamar de orfã me diminui, você está errada. Isso só prova que tudo que conquistei foi sozinha, mesmo quando pessoas tentaram de todas as formas estragar a minha vida. E você sabe muito bem disso. — Aurora gritou.

— Acho melhor você ficar calada, senhora Karol. Tenha muito, mas muito cuidado com a palavra que sairá da sua boca ou você vai voltar para o buraco que nunca deveria ter saído. — Jean chegou puxando Aurora para próximo — Liam, entre no carro e fique com sua irmã.

— Certo. — Liam estava confuso com tudo isso, mas obedeceu seu pai.

Enquanto a polícia chegava com uma pequena ligação de Jean adiantando o processo. Contato é tudo. Liam finalmente lembrou o que fez ele sair do carro assim que entrou.

— O que está acontecendo lá fora? — Ayla perguntou agitada.

— Não entendi direito, mas parece que aquela mulher e nossa mãe se odeiam — Liam respondeu.

— Liam, o que vamos fazer? — Ayla perguntou preocupada.

— Não faço ideia. — Liam respondeu olhando janela a fora.

— Eu posso ir morar com o avô de vocês. Tenho o bebê. Ninguém descobre. Coloco ele para adoção e fica tudo bem, certo? — Elora perguntou esperançosa.

— Não, não fica tudo bem. A ideia é péssima, sem contar que você já gritou que estava grávida dentro do carro. — Liam nem ao menos olhava para Elora falando.

— Você está chateado comigo? Quem acabou de se lascar fui eu. E você está puto? Me diz que merda vou fazer da minha vida agora. Minha vida acabou por causa de uma noite merda de bebedeira. — Elora gritou.

A polícia já tinha levado Karol para delegacia para prestar depoimento, Jean ficou de ir mais tarde. Tinha percebido que Aurora estava mais nervosa que o normal. Jean decidiu ir dirigindo e Aurora foi no banco do passageiro. Assim que ela entrou no carro, olhou para o banco traseiro, bateu com a mão na cabeça.

— O que foi Aurora? — Jean perguntou.

— Anna e Guilherme vão surtar. Que merda. Eles vão acabar matando alguém. — Aurora respondeu olhando para Elora. Sabia o quanto que Anna era cuidadosa com Elora. Quase que ela não saia com ninguém.

— Ninguém vai matar ninguém. Guilherme não é louco. Já a Anna, não coloco minha mão no fogo. — Jean brincou ligando o carro.

— Elora está grávida — Aurora disse olhando para ele. Que desligou o carro na hora, voltando o olhar para Elora.

— Guilherme vai matar alguém. Tenho certeza. Não julgo, mataria se fosse comigo. — Jean disse olhando para Ayla e Liam

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Comments

Léa Maria

Léa Maria

Falta de maturidade sempre traz problemas

2024-03-25

3

Léa Maria

Léa Maria

Muito interessante este início

2024-03-25

0

Juliana Vicentina Da Vo

Juliana Vicentina Da Vo

A história está ficando cada vez melhor.

2023-12-29

4

Ver todos
Capítulos
1 Nem todo mundo merece seu tempo
2 Enlouquecer faz bem para sanidade
3 O não tem remédio, remediado está
4 Escolhas tem consequências
5 Não adianta chorar pelo leite derramado
6 O que importa não é o que acontece, mas como reage a isso.
7 Viva as experiências para ter o que contar
8 A dor é necessária
9 Não jogue fora, conserte.
10 Não discuta com um tolo, perderá a razão
11 Reciprocidade é a melhor resposta
12 Tudo bem não está bem
13 A gente nunca vai está 100% pronto
14 Não deixem o dedos dos outros estragarem tudo
15 A vida consiste de tentativas
16 Escute sempre, mas jamais perca sua voz
17 Às vezes, o caminho certo não é o mais fácil
18 Critique menos, ajude mais
19 Não se pode escolher pelo outro
20 O sofrimento é necessário para o amadurecimento
21 Uma vida de supresas
22 A vida é muito curta para amar em silêncio
23 A confiança é como borracha
24 Para cuidar de alguém, precisa se cuidar primeiro
25 Nunca é tarde para mudar o percurso
26 Uma estrada difícil leva para os melhores caminhos
27 As vezes é melhor deixar o passado no passado
28 Às vezes os sinais são tão claros, que nos cegam
29 A vida não espera você se recuperar do tombo
30 O impossível é questão de opinião
31 Mas estou fazendo minha parte
32 O passado não reconhece seu lugar, está sempre presente
33 A Verdade Nem Sempre Liberta
34 A verdade vestida de mentira?
35 Como se consola alguém?
36 A dor é indescritível
37 Em meio ao tornado
38 Modo mãe leoa ativado
39 Minha família é indestrutível
40 Cada um ajuda como pode
41 O plano de fuga
42 Podem levar as duas
43 As mães são ameaçadoras
44 Ter serenidade para aceitar
45 As consequências das escolhas surgem
46 Não julgue a dor do outro sem vestir seus sapatos
47 Quem não te conhece que te compre.
48 A vida adulta é uma merda
49 Separando o joio do trigo
50 Vamos nos separar?
51 Eu vou provar
52 Quero que todos saibam
53 As mudanças começam bem devagar
54 Os filhos não podem mentir para mãe
55 Do 0 ao 100
56 Deixem que ela quebre a cara
57 O tempo não para
58 A felicidade não dura muito tempo
59 Busque a felicidade, independente dos problemas
60 O que pode dar errado?
61 Aquele papo de amigas
62 Reações
63 Qual será sua escolha?
64 Senta que lá vem história
65 Chá, café ou suco?
66 Os resultados
67 A lasanha não quer guerra com ninguém
68 Precisamos valorizar o diálogo
69 Zero dias sem problemas em família
70 Querida, escondi as crianças
71 O tormento voltou
72 Renata
73 Proteção
74 Pessoas são como cebolas
75 A diferença entre o remédio e o veneno é a dose
76 Noite com vinho
Capítulos

Atualizado até capítulo 76

1
Nem todo mundo merece seu tempo
2
Enlouquecer faz bem para sanidade
3
O não tem remédio, remediado está
4
Escolhas tem consequências
5
Não adianta chorar pelo leite derramado
6
O que importa não é o que acontece, mas como reage a isso.
7
Viva as experiências para ter o que contar
8
A dor é necessária
9
Não jogue fora, conserte.
10
Não discuta com um tolo, perderá a razão
11
Reciprocidade é a melhor resposta
12
Tudo bem não está bem
13
A gente nunca vai está 100% pronto
14
Não deixem o dedos dos outros estragarem tudo
15
A vida consiste de tentativas
16
Escute sempre, mas jamais perca sua voz
17
Às vezes, o caminho certo não é o mais fácil
18
Critique menos, ajude mais
19
Não se pode escolher pelo outro
20
O sofrimento é necessário para o amadurecimento
21
Uma vida de supresas
22
A vida é muito curta para amar em silêncio
23
A confiança é como borracha
24
Para cuidar de alguém, precisa se cuidar primeiro
25
Nunca é tarde para mudar o percurso
26
Uma estrada difícil leva para os melhores caminhos
27
As vezes é melhor deixar o passado no passado
28
Às vezes os sinais são tão claros, que nos cegam
29
A vida não espera você se recuperar do tombo
30
O impossível é questão de opinião
31
Mas estou fazendo minha parte
32
O passado não reconhece seu lugar, está sempre presente
33
A Verdade Nem Sempre Liberta
34
A verdade vestida de mentira?
35
Como se consola alguém?
36
A dor é indescritível
37
Em meio ao tornado
38
Modo mãe leoa ativado
39
Minha família é indestrutível
40
Cada um ajuda como pode
41
O plano de fuga
42
Podem levar as duas
43
As mães são ameaçadoras
44
Ter serenidade para aceitar
45
As consequências das escolhas surgem
46
Não julgue a dor do outro sem vestir seus sapatos
47
Quem não te conhece que te compre.
48
A vida adulta é uma merda
49
Separando o joio do trigo
50
Vamos nos separar?
51
Eu vou provar
52
Quero que todos saibam
53
As mudanças começam bem devagar
54
Os filhos não podem mentir para mãe
55
Do 0 ao 100
56
Deixem que ela quebre a cara
57
O tempo não para
58
A felicidade não dura muito tempo
59
Busque a felicidade, independente dos problemas
60
O que pode dar errado?
61
Aquele papo de amigas
62
Reações
63
Qual será sua escolha?
64
Senta que lá vem história
65
Chá, café ou suco?
66
Os resultados
67
A lasanha não quer guerra com ninguém
68
Precisamos valorizar o diálogo
69
Zero dias sem problemas em família
70
Querida, escondi as crianças
71
O tormento voltou
72
Renata
73
Proteção
74
Pessoas são como cebolas
75
A diferença entre o remédio e o veneno é a dose
76
Noite com vinho

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