O não tem remédio, remediado está

Ayla despertou no sofá, estava dormindo abraçada com Ryan no sofá. No susto, chutou ele para longe dela, desorientado, acordou levantando. Tinha um celular tocando, Ayla tentava achar desesperadamente. Quando finalmente encontrou, percebeu que não era o dela, mas sim, o de Elora, Anna, ligava para o celular da filha.

* CHAMADA ON *

— Filha, que demora. Já estava enviando o BOPE. Quer matar sua mãe do coração? Depois reclama porque vive de castigo — Anna disse aliviada

— Tia Anna, sou eu, Ayla. Anna está no banho agora. Estávamos nos arrumando para sair, vamos tomar café na rua. Quer que eu diga a ela para ligar depois? Ou passar algum recado? — Ayla falava, olhando por toda casa procurando Elora. Não encontrava.

— Certo. Se cuidem. Aliás, voltaremos hoje, já estamos no caminho, para falar a verdade. Vitória se feriu, precisou de alguns pontos, por sorte, por hábito estava com minha maleta metida e fizemos o atendimento de urgência dela lá mesmo. Só por prevenção, estamos indo para o hospital. Para que façam raio-x dela. Logo chegaremos, avise a ela — Anna avisou antes de desligar.

* CHAMADA OFF*

— O que está rolando? — Ryan perguntou bocejando com a mão na boca, vendo que Ayla estava agitada.

— Precisamos arrumar isso. Sua irmã se machucou. Todos estão voltando. — Ayla respondeu subindo as escadas.

— Pera! Ayla, como assim, minha irmã se machucou? Como está? Não diz uma coisa dessa e sai correndo como uma maluca — Ryan gritou correndo atrás dela. Que estava procurando seu irmão em todos os cômodos que passava.

Quando abriu a porta do quarto de Liam, para sua surpresa, encontrou seu irmão e Elora sem roupa deitados no chão abraçados. Ayla paralisou com a cena. Ryan que vinha atrás dela, percebe o que está acontecendo se choca.

— EITA, PŌRRÄ! — Ryan gritou fazendo que os que estavam deitados no chão acordassem.

Os dois despertaram na mesma hora com o grito, olharam um para o outro assustados. Elora gritou tentando se cobrir. Liam levantou, correu no seu close e jogou um conjunto de moletom. Aproveitou para vestir um também.

— Bem, vocês que lutem para resolver esse problema depois. Agora nossos pais estão chegando. Eu disse a tia Anna que estávamos saindo para comer e precisamos arrumar o caos na sala. Então levantem logo e vamos organizar isso — Ayla disse com olhar de desaprovação para o irmão. Não gostava do que tinha visto.

Ayla e Ryan desceram fofocando sobre o que realmente tinha acontecido, tentavam adivinhar como tudo havia chegado aquele ponto, já que sabiam que eles não se davam bem. Quando Elora estava saindo do quarto, Liam puxou ela, grudando seus corpos, fazendo os olhos se encontrarem.

— Elora, precisamos falar sobre o que aconteceu ontem a noite... — Liam estava alterado na noite passada, mas lembrava muito bem tudo que tinha acontecido.

— Eu sei, mas não temos tempo agora. Depois vemos isso. Vamos descer — Elora também lembrava, para piorar sabia que ela mesmo que tinha começado e insistido para que tudo acontecesse, o que não ajudava em nada, estava totalmente envergonhada.

— Elora, mas.. — Liam perguntou se sentindo estranho, enquanto Elora de afastava para evitar o assunto.

— Não se preocupe, nada vai mudar. — Elora queria chorar. Não era dessa forma que esperava ter a sua primeira vez dela, muito menos com o Liam. Amaldiçoava o vinho e prometia a ela mesmo nunca mais beber — Vamos descer.

Liam desistiu de tentar conversar, estava óbvio que Elora não queria falar sobre o assunto. Então apenas, deixou que ela fizesse o que sentisse vontade. Ambos se encontraram com os outros dois que já estavam arrumando tudo e ajudaram com organização. Pouco tempo depois já estavam em um restaurante pedindo o café da manhã.

Com o pedido feito, Elora se levanta para ir ao banheiro. Foi tudo tão rápido, que ela não conseguiu nem absorver tudo que havia acontecido. Precisava de um tempo para digerir a informação. Ela não estava sabendo agir na frente de Liam, se sentia toda errada. Ayla seguiu Elora, que estava tão mergulhada em seus pensamentos que não notou que estava sendo seguida pela amiga.

— Elora, o que diabos aconteceu entre você e o Liam? — Ayla perguntou de forma direta. Não era do tipo que media as palavras com a amiga.

— Um resumo, sem muitos detalhes, pulei na piscina de calcinha e sutiã, fingi que estava me afogando, agarrei o seu irmão na piscina, tudo esquentou, sai correndo para dentro de casa, ele foi atrás, entrei no quarto dele, tirei a minha roupa molhada e quando ele entrou... Ataquei ele. Que tentou fugir, mas eu meio que não deixei. Nunca mais eu deixo vinho entra no meu sistema — Elora contou a amiga com a mão no rosto, envergonhada.

— Acho que você deveria ficar bem longe do álcool — Ayla brincou. Sabia que não tinha que de preocupar, seu irmão nunca magoaria Elora. — Como vocês dois vão ficar depois dessa noite? Você já está estranha para o lado dele. Parece nem você mesma.

— Nada vai mudar. Conhecendo seu irmão, ele vai se sentir culpado e querer ficar comigo. querendo ou não. Ele vai se sentir responsável por mim. Liam sempre foi do tipo certinho. Não quero isso para mim. Vamos apenas ignorar o que aconteceu — Elora respondeu. Sabia que estava confusa com tudo que aconteceu, mas não parecia certo ficar com alguém que ela não sentia absolutamente nada e nem mesmo ele. Ao menos conseguiam se dar bem.

— Vai mesmo preferir mesmo ignorar? É sua primeira vez. Você pode tentar se dar bem com Liam. Sabe que ele não é tão ruim. — Ayla sabia que por mais que Elora quisesse dizer que não se importava, ela era muito mais sensível do que transparecia.

— Ayla, esquece. Sabe que não aguentamos nem dez minuto um com o outro. — Elora negou lavando o rosto

— Que engraçado. Não aguentam ficar dez minutos juntos, mas sinto que ficaram bem mais tempo brincando sem roupa, né? — Ayla falou brincando.

— Idiota. Vamos voltar logo. Seu irmão já já aparece bravo querendo saber onde a irmã dele se meteu. — Elora brincou puxando Ayla para fora.

Não tocaram mais no assunto, comeram e voltaram para casa. Liam e Elora continuaram estranho, mas era melhor ignorar. Quando chegaram em casa, seus pais já estavam esperando. Anna correu para abraçar Elora.

— Meu amor! Senti tanto sua falta. Nunca mais vamos sem você. — Anna gritou.

— Que drama! — Helena gritou batendo na cabeça de Anna. — Gostava mais quando você era uma vaca, muito mais divertida. Vamos, Ryan, não se misture com essa gentalha. Menos a Aurora, ela é o anjo daqui.

— Vamos embora logo, já já começa outra briga sua com Anna, eu já tive minha dose por todo final de semana. — Vinícius disse puxando Helena, sua esposa.

— Vai, foge mesmo ex-freira — Anna disse estirando o dedo.

— Só não bato em você porque já gastei minha cota de processos desse mês. Meu marido não aguenta mais. — Helena brincou saindo.

— Ahhh! Vocês duas nunca mudam. E você dois, como se comportaram? Ayla te deu muito trabalho para Liam? — Aurora perguntou sentando no sofá.

— Mãe! Você acredita que ele que me deu trabalho? — Ayla disse sorrindo, Elora arremessos a bolsa na cabeça de Aula.

— Eu já vou, idiota. Boa noite a todos, menos para Ayla. — Elora gritou e saiu correndo.

— Que isso, Elora! Que diabos. Vem cá, garota, enlouqueceu de vez? — Anna perguntou saindo atrás da filha.

— Bem, depois de todo drama, boa noite. — Guilherme disse pegando a bolsa da filha do chão. — Desculpa a Elora, Ayla. Ela puxou a mãe nos surtos.

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