Capítulo 16

As empregadas estavam nervosas com a entrada do príncipe Max no quarto. Mas por mais que foram expulsas, elas ficaram do lado de fora da porta, preocupadas com o que poderia acontecer com Luna, já que conheciam seu temperamento quando se irritava. Apesar disso, elas sabiam também que o príncipe era muito rude e não hesitaria em bater nela, como já havia feito outras vezes.

Ouviram Max e Luna gritando um com o outro, seguido pelo som de um golpe. Elas se olharam surpresas e assustadas.

Depois de um curto silêncio, começaram a ouvir o som de mais golpes. Completamente assustadas com a possibilidade de Luna ter sido agredida, elas decidiram entrar para encontrá-la em cima de um Max praticamente inconsciente. A princesa, após alguns segundos de as empregadas terem entrado, ainda o estava golpeando com punhos, então elas se aproximaram para pedir que soltasse.

A face do príncipe já sangrava, seu olho direito estava inchado e tanto seu nariz quanto o lábio estavam com sangue.

Enquanto isso, Luna, quando se acalmou e pôde levantar a cabeça, as empregadas viram que ela havia partido o lábio, entendendo que o primeiro golpe havia sido dado pelo príncipe. Este parecia não entender que sua esposa não era mais a mesma de meses atrás, então achou que se a batesse ela apenas receberia os golpes sem resistir.

- Chamem os guardas e que o levem para o quarto dele - disse Luna\, olhando para as empregadas.

-Sim, princesa.

Uma empregada respondeu e saiu correndo em busca dos guardas.

Depois, quando chegaram ao quarto, dois guardas muito surpresos levaram o príncipe Max dali.

Uma camareira se aproximou de Luna para perguntar...

-Desculpe a pergunta, alteza, mas você não acha que esse incidente com o príncipe apenas tornará as coisas mais difíceis para você?

-A que você se refere?

-Bem, vocês vivem sob o mesmo teto e é óbvio que ele vai querer fazer você pagar por tê-lo golpeado.

Luna pensou um pouco e decidiu que a moça estava certa.

-Eu suponho que você tem razão. Estar sob o mesmo teto que ele é um problema. Eu preciso me mudar.

-Como? - as empregadas não podiam acreditar no que ouviam. O príncipe herdeiro viver separado de sua esposa, isso seria um grande escândalo se viesse a se saber.

-Sim. O que vocês ouviram. Vão e limpem um dos pequenos palácios que há aqui. Amanhã eu vou me mudar, já não posso ficar aqui com esse homem que pensa que pode entrar quando quer no meu quarto. Além disso, se encarregue de dizer aos guardas que coloquem vigilância no palácio onde vou ficar. Eu não quero surpresas.

O que aconteceu com o príncipe Max apenas reforçou sua decisão de pedir o divórcio.

-Está bem, alteza. Vamos dar um jeito nas coisas para a mudança imediatamente.

Depois disso, as donzelas se ocuparam de limpar o palácio onde a princesa iria competir pela manhã. Elas também começaram a arrumar as coisas dela em baús, para terminar a mudança o mais rápido possível.

Enquanto tudo isso acontecia, em um dos jardins do palácio, onde a concubina Carolina descansava, uma das donzelas que lhe era fiel entrou correndo.

- Senhora!

- O que aconteceu? Por que você está entrando assim?

- Senhora\, algo aconteceu.

- Do que você está falando? O que aconteceu?

- A princesa bateu no príncipe!!!

- O quê?

- Sim\, minha senhora. Tiraram ele do quarto dela inconsciente e totalmente espancado.

- O que? Como ela se atreve a bater no meu amado? Onde está o príncipe agora?

Disse Carolina, levantando-se da cadeira onde estava sentada.

- O príncipe está no quarto dele. Levaram ele para lá. Também chamaram o médico para examiná-lo\, minha senhora.

Carolina, muito agitada, foi para o quarto do príncipe ver como ele estava.

Quando ela chegou, havia três guardas e o médico no quarto.

- Como ele está?

- Ele está bem\, não se preocupe. Ele desmaiou por causa da força do golpe\, mas não é grave.

- Como não é grave? Tentaram matá-lo\, vejam como o deixaram.

Os guardas e o médico se olharam, pois para eles era apenas umas poucas pancadas, nada tão grave como uma tentativa de assassinato.

- Quero que vocês vão e prendam a princesa por este crime.

Disse a concubina aos guardas.

- Desculpe\, concubina\, mas aqui não há um crime. A princesa e o príncipe discutiram e ele a agrediu primeiro. Ela apenas se defendeu dele.

Carolina ficou irritada, não apenas por ter sido desrespeitada pelo soldado, pois para ela, ser chamada de concubina era diminuí-la de nível, mas também pelo fato dos outros concordarem, como deu a entender as palavras do primeiro.

Antes, todos zombavam da princesa e agora a justificavam, era como se todos beijassem o chão sob seus pés.

Chateada com o que os soldados disseram, acabou expulsando todos e cuidou dos ferimentos de Max.

Não podia acreditar que Luna ousou bater em Max, ela costumava suportar seus golpes e punições, nunca oferecendo qualquer resistência. Definitivamente, agora ela havia mudado bastante, como as servas do palácio diziam. Mas Carolina tinha certeza de que, quando o príncipe acordasse, ele mesmo puniria Luna pelo crime de tê-lo agredido.

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