Capítulo 4

Depois dessas palavras horríveis de Max, ela viu ele sair do quarto, deixando Lua completamente confusa. A pobre não entendia nada. Ela só sabia que foi usada pelo homem que amava, do pior jeito possível, que brincou com seus sentimentos e iria trazer outra mulher. Uma mulher que ele amava e respeitava, ao contrário dela.

Depois de chorar por quase um dia inteiro, sem parar, decidiu que, se Max não a queria, pediria permissão ao imperador para se divorciar. Mas no dia seguinte, quando tentou sair do palácio do príncipe herdeiro, onde morava depois de casar, já que uma esposa não pode viver longe do marido, não foi permitido sair. Depois de insistir muito, os guardas disseram que tinham ordens para não deixá-la sair sem a presença do príncipe.

O príncipe previu seus pensamentos. Ela só podia sair dali se ele a acompanhasse, e era óbvio que ele não iria acompanhá-la ao palácio do imperador para pedir um divórcio. Então, ela voltou para o quarto e não tentou mais sair.

Uma semana depois, chegou a mulher que seria a concubina de Max. Ela se chamava Carolina, filha de um barão.

Ela era muito mais bonita do que Lua, tinha um corpo escultural e cabelos claros que combinavam muito bem com seus olhos castanho-escuros.

A sua chegada foi um assunto no palácio. Toda a servidão falava sobre isso, de que o príncipe na verdade odiava sua esposa. Que não havia voltado a vê-la desde o casamento. Luna ouvia como seu nome era mencionado por todos como se ela tivesse feito algo para incomodar o príncipe, o que resultou no seu desprezo.

Assim continuaram os rumores até que, de repente, um dia Luna saiu para caminhar sozinha, porque as damas não queriam estar com ela, já que era desprezada pelo seu marido. Do nada, ela e Carolina se encontraram, ambas sem suas damas. Luna não queria problemas, pois na verdade Carolina não tinha culpa que Max mentisse para ela e abusasse dela. Então, ela ia seguir em frente sem dizer nada, quando Carolina se jogou ao chão e começou a chorar, pedindo desculpas a Luna e dizendo que não queria se intrometer em seu casamento.

De repente, Max apareceu e derrubou Luna no chão, aproximando-se de Carolina para ajudá-la a se levantar.

- Você está bem\, Carolina?

- Sim\, meu querido. Não é culpa dela\, é minha. Eu não devia ter me metido no seu casamento. Por isso ela me odeia! - dizia enquanto chorava.

Max, muito irritado pelo que Carolina estava dizendo, se aproximou de Luna, que já tinha se levantado, e lhe deu um tapa forte, fazendo seus lábios sangrarem.

- O que eu te disse\, idiota? Não machuque Carolina ou você pagará caro. Espero que tenha ficado bem claro? - ele se aproximava de Luna de forma ameaçadora.

- Sim\, alteza! - respondeu ela com medo.

Depois de testemunhar isso, Max segurou a mão de Carolina e saíram do jardim, deixando Luna no chão, pois após o golpe, ela caiu novamente.

Vários servos testemunharam a repreensão de Max a Luna, mas não o começo da situação. Os rumores de que Luna insultou e tentou prejudicar a concubina Carolina começaram a se espalhar.

Várias situações semelhantes ocorreram, em que Carolina afirmava que Luna a magoava ou feria seus sentimentos. Luna sempre era repreendida por Max, com um golpe aqui e outro ali, tendo que pedir desculpas de joelhos, limpar o que havia derrubado e passar dias sem comida.

No palácio, circulava o rumor de que Luna era má, que odiava a concubina Carolina e sempre a intimidava. Mas o que não se espalhava eram os castigos injustos que ela sofria nas mãos deles dois.