Conhecendo Joaquim Bittencourt/ Despedida de solteiro.

Desde muito cedo aprendi que devemos dar muito valor ao dinheiro que ganhamos, ainda hoje lembro do meu pai acordando bem cedinho para ir trabalhar.

Viemos de uma família de Concierge, oficio passado do meu bisavô para o meu avô, depois para o meu pai e por último para me e os meus irmãos.

Há vinte anos o meu pai fundou a empresa a Hotel's Line, nossa atual e presente empresa.

Trabalhei como porteiro em um dos nossos hotéis por um ano, é tradição entre a nossa família, sou formado em Gestão Empresarial, ao lado do meu pai administramos a Hotel's Line.

Sou o filho do meio, os meus outros dois irmãos não são envolvidos nos negociosos da família, eles até tentaram, mas não era a vocação que eles queriam.

Jonas o mais novo é pintor, atualmente mora no Rio De Janeiro.

A Majú é designer de interiores, casada tem dois filhos reside em Belo Horizonte com o seu esposo, sempre que encontra uma brecha no trabalho ela vem nos visitar.

Os meus pais são divorciados há quinze anos, no início da separação a minha mãe fazia papel de mãe, nos visitava sempre que podia, até o dia que ela conheceu um cara e simplesmente sumiu das nossas vidas.

O meu pai estava começando com a empresa, ele tinha que cuidar dos negócios e da gente, mesmo com tantas dificuldades ele escolheu ficar sozinho.

Cinco anos atrás ele conheceu a Mariana, estão juntos desde então, nos trata como se fossemos filhos dela, a relação deles é saudável e ver o meu pai feliz me completa de todas as formas.

A minha vida não estava na melhor fase, a empresa vai bem, minha família também, o que está tirando o meu sono ultimamente é a Manuela.

O namoro esfriou, não é a mesma coisa de três anos atrás, quando pedi a mão dela em casamento estávamos na mesma sintonia, eu tinha certeza de que era aquilo que eu queria para a minha vida.

Duas tentativas frustradas de terminar o noivado e cada vez que penso em tocar no assunto ela sempre arruma um jeito de mudar de assunto.

Perdoar uma traição é um caminho sem volta, talvez esse tenha sido o meu pior erro. A traição ocorreu um mês depois do pedido de casamento, sei que irão me perguntar porque a perdoei.

O homem quando está apaixonado não enxerga nada a sua volta, perdoa tudo independente do erro que a mulher venha cometer, justamente o que aconteceu comigo.

Não presenciei a traição, foram rumores que chegavam aos meus ouvidos através dos meus amigos, e quando o assunto é mencionado inúmeras vezes por pessoas chegadas a mim, até por desconhecidos que comentavam quando me viam passar. Era sinal de que algo de fato havia acontecido, logicamente fiquei com o meu ego ferido, a confrontei, como esperado ela negou até a morte.

A Manu é cínica, a conheço bem ela jamais admitiria uma traição, muito menos romperia o nosso noivado, desde então estou nesse impasse, e decidi aborrecê-la a ponto dela se cansar de mim, mas isso está ferrando com a minha vida.

Fica difícil arrumar uns casinhos para me divertir, a mulher não dá brecha, além de ciumenta, age feito um cão farejador ela não me deixa respirar, o medo que tenho é acabar cedendo ao casamento por não aguentar mais a pressão que ela tem me feito passar.

Estou jovem, tenho muito o que viver ainda, e não vai ser um noivado que irá tirar a minha liberdade.

Cumpro todos os meus deveres como filho e funcionário, sim, por mais que tenho idade o suficiente e capacidade de sobra ainda não assumi totalmente o controle da Hotel's Line.

Recentemente inauguramos duas escolinhas preparatórias para as crianças carentes do antigo bairro onde nasci, o meu pai ficou muito orgulhoso pela iniciativa de criar esse projeto.

Desde então venho me dedicando a empresa, dando palestras em  algumas faculdades aqui da região, onde somos um dos principais colaboradores, e responsáveis por implantar bolsas de estudo para os jovens carentes das comunidades.

É algo que foge totalmente do meu cotidiano, trabalho no ramo de hotelaria, mas esse foi um sonho do papai que infelizmente ele não conseguiu dar andamento, sentir que era meu dever fazer isso. 

Márlon um dos meus melhores amigos, irá se casar em três semanas, não sei se fico feliz ou triste por ele estar indo ao altar, pensando bem estou no mesmo barco, ao menos ele demonstra felicidade quando fala na Laísa, os olhos dele chega a brilhar.

A despedida de solteiros não era para acontecer só uma desculpa esfarrapada do Lucas e do Breno sair para a noitada e pegar todas as mulheres que aparecem na frente deles.

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