Sobre o trabalho novo

Desiré: Nada disso, para que você é linda, o seu pior defeito é ser piranha o meu irmão só gosta das coisas certas, você quer dá para todos os caras que sente atração.

Lari: Antes piranha do que trouxa.

 Desiré: Por isso que você sofre, se apega depois eles te dão um pé na bun'da e você fica aí sofrendo pelos cantos.

Lari: Ok amiga, não tem porque entrarmos nesse assunto agora, vamos embora que hoje a noite promete.

Nos despedimos, fui para casa, hoje é folga do Rodrigo em outras palavras não há como evitar essa conversa, no portão da entrada entrei num dilema, se abria ou não a porta. Como se lesse o meu pensamento ele abriu a porta o mesmo tempo que eu.

 Desiré: Oi!? pensei que não estivesse em casa.

A expressão dele é embaraçosa, confusão, ira? Não sei.

Rodrigo: Porque eu não estaria, é a minha folga, porque não atendeu as minhas chamadas, Desiré?

Peguei o celular da bolsa só então notei que o mesmo estava sem bateria.

 Desiré: Fiquei sem bateria, esqueci de carregá-lo. Desculpa não fiz por mal.

Rodrigo: Não me distraia, estou tentando me concentrar aqui, as coisas não parecem fazer sentido.

Ele não falava coisa com coisa acabei ficando confusa, até esqueci o real motivo do meu nervoso.

 Rodrigo: Ah!? poderia me explicar porque esse pacote aqui da Scandall chegou endereçado a você?

Empalideci, quando olhei o pacote roxo e preto em uma das suas mãos, tentei manter a calma, eu não poderia demonstrar nenhum tipo de hesitação, tenho que ser firme.

 Desiré: É sobre isso que eu queria falar com você. Vem senta aqui.

Rodrigo: Não, estou bem, e não quero sentar. Só desembucha vai.

 Desiré: Ok, não terá um jeito certo de falar-lhe isso, você acabaria descobrindo hoje ou amanhã. Então há quase uma semana comecei a trabalhar na Scandall.

O queixo caiu, e meio que sem fôlego ele sentou no sofá.

Rodrigo: Você está me dizendo que será uma ‘stripper’?

Segurei o riso, e me contive a cara que ele estava me deixou com receio de fazer uma piada.

 Desiré: Me escuta por favor.

Rodrigo: Tá! desculpa. Mas o que aconteceu com outro emprego, pensei que você tivesse bem lá.

 Desiré: Rod, você sabe que lá eu ganhava uma miséria, mal dava para pagar as minhas contas e ainda tem a mensalidade da faculdade.

Rodrigo: Isso não aconteceria se você aceitasse a minha ajuda.

 Desiré: Ajuda? Você não acha o suficiente pagar o aluguel, as despesas de casa, e o pouco que ganho mal dá para lhe ajudar aqui em casa.

Rodrigo: Eu não quero a sua ajuda, estou concorrendo a vaga de chefe no restaurante, as coisas vão melhorar daqui para frente.

 Desiré: Irmão, faça isso por você, invista em você, estou com vinte e quatro anos, sou adulta, desde que os nossos pais se foram você tem cuidado sempre de mim. Pelo menos uma vez na vida me deixa tomar as rédeas da minha vida.

Rodrigo: Ok, confio em ti, tudo bem que essa história de você em cima de um palco dançando e outros caras lhe secando não me agrada, mas é trabalho.

 Desiré: É trabalho, irmão o salário é ótimo, valerá a pena prometo.

Rodrigo: Isso é coisa da destrambelhada da Lari tenho certeza, quero falar com ela.

 Desiré: Você não vai falar com ela Rod, por Deus, pelo menos uma vez na vida escuta-me por favor.

Rodrigo: Só dessa vez, mas quero conhecer o lugar e saber se é mesmo seguro para você trabalhar lá.

 Desiré: Não, você não vai me fazer pagar esse mico.

Rodrigo: Ou é isso, ou assistirei você dançando, será horrível, mas eu encaro.

 Desiré: Não fala mais nada, você pode ir conhecer o lugar.

Aceitava os termos dele, ou ele tornaria a minha vida um pesadelo.

Quando me arrumei e me preparei para sair o Rodrigo já estava no portão da entrada me esperando.

 Desiré: É sério isso?

Rodrigo: Está resolvido, não vamos entrar nesse assunto novamente. A partir de hoje irei com você, quando eu sentir ser totalmente seguro pode levar o meu carro e vir sozinha.

 Desiré: Mas e você? — Perguntei. — Não queria abusar da boa vontade dele, e o deixar a pé.

Rodrigo: Ficarei bem, vamos.

O clube fica no centro da cidade, quase meia hora chegamos, avistei a Lari de longe, descemos do carro quando ela viu o Rodrigo do meu lado ela fechou a cara.

Lari: O que ele tá fazendo aqui? 

Rodrigo: Relaxa aí que você nem é isso tudo, vim acompanhar a minha irmã, baixa a bola o encrenqueira.

 Desiré: Oi! amiga, dessa vez não eu não tive escolha.

Lari: Ele não ficará para o show não é, seria esquisito.

Rodrigo: Acredite, eu adoraria, mas tenho coisas melhores para fazer.

 Desiré: Ok, vamos, precisamos ensaiar a série antes de subirmos no palco, Roh a gente está indo.

Rodrigo: Passo que horas?

Lari: Não precisa levo ela.

Rodrigo: Não, é tarde. Que horas, Desiré?

 Desiré: Uma da manhã. Tem certeza que quer vir?

Rodrigo: Ok, olha se cuidem beleza, qualquer coisa me liga, e você não fique me esperando em beco escuro, fica na frente da casa, precisamente perto dos seguranças. 

 Desiré: A gente entendeu, vamos amiga.

Nos despedimos, ele ficou acenando de longe.

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