"Foi de raspão mas valeu"

Um mês se passou e desde então não tive mais contato com a Desiré, não diretamente, continuei frequentando a Scandall, a vejo dançado sempre, nos comunicando por olhares nada, além disso.

Sempre no final do expediente dela fico a esperando do lado de fora, mas não sei o que acontece, ela nunca está lá, dá um jeito de ir embora sem que eu a veja.

Tentei pegar o número dela com o Lari, que se recusou veemente a me repassar o contato da amiga, sem dúvida a Desiré foi a mulher que estou tendo dificuldade de me aproximar.

Praticamente está me evitando, estou feito um stalker a perseguindo me humilhando por um pouco de atenção.

Hoje irei ministrar uma palestra na faculdade de São José, não é costumeiro meu pai me acompanhar nessas ocasiões.

Sempre que viemos aqui somos muito bem recebidos, foi improvisado um palco e uma pequena arquibancada no pátio, o pessoal já estava reunido esperando nos aguardando.

Dei inicio a palesta, interagi um pouco com os alunos, sem me atentar a quem estava ali nos ouvindo, uma lembrança atravessa o meu pensamento, assim que olhei fixamente para ela fiquei perdido, esqueci o que estava falando.

Pela surpresa estampada em seus olhos, ela não esperava me ver aqui.

Olivier: Joaquim? 

Joaquim: Desculpa, me distraí. Então, se vocês tiverem problemas futuros referentes aos estudos, avaliações, estamos disponibilizando mais um grupo de apoio, tenho certeza que todos poderão se ajudar dessa forma.

Olivier: Alguma dúvida pessoal?

Todos permaneceram em silêncio.

Joaquim: Nos despedimos aqui. Muito obrigado pelo tempo de vocês, e acolhimento de sempre, nos veremos em breve.

Uma enxurrada de aplausos enche os nossos ouvidos, os meus olhos seguia a Desiré na plateia que saiu as pressas, deixei o meu pai conversando com alguns professores e fui atrás dela.

No corredor lá fora eu não a via em lugar nenhum, sai a procura dela, quando finalmente eu estava desistindo a encontrei próximo os banheiros femininos se esquivando para que eu não a visse.

Olhei em volta, os alunos passavam despreocupados, ela não percebeu que eu estava atrás dela.

Não posso perder essa oportunidade de falar com ela, peguei em seu braço, ela se assustou, tentou puxar o braço de volta, eu a impedi. A ignorei, e seguir trazendo ela comigo.

Abrir a porta do banheiro e adentramos juntos.

Desiré: Me solta o que você está fazendo? Ficou louco?

Joaquim: Desculpa se te machuquei, foi o único artifício que me ocorreu para conseguir falar com você.

Desiré: Num banheiro feminino?

Joaquim: É eu sei, péssima ideia. Você vive fugindo de mim, e eu não sei como encontrar outra maneira de me aproximar de você.

Desiré: Eu não estou fugindo, só não tenho tempo para isso. Se não se importa, eu tenho um compromisso e você está me atrasando. — Agora se não tiver mais nada a dizer, eu já vou.

Joaquim: Não vai por favor, tenho algo para lhe propor.

Talvez minhas táticas de conquistas estão enferrujadas, não sei como chamar uma mulher para sair.

Desiré: O que seria?

Joaquim: Sexo casual, eu estou a fim, você está a fim, não vamos morrer por causa disso. Me dê uma chance, não vai se arrepender, eu juro.

Ela começou a rir sem nenhum pudor de mim.

Desiré: Eu não acredito no que acabei de ouvir. Você não está bem da cabeça.

Ela desvia o olhar. 

Joaquim: Cara, estou há um mês direto indo atrás de você naquele clube, louco para ter uns minutos com você.  — Juro que eu não sou um psicopata, embora esteja agindo como um.

Desiré: Sabe, o problema não é o sexo casual, não vejo nenhum mal nisso. A questão é que eu não confio em você Joaquim.

Joaquim: Ok, tudo bem, você tem todo o direito de não confiar em mim. Acredito que isso pode ser desejo, admito, estou sendo honesto com você, mas o que estaríamos perdendo se não tentássemos?

Desiré: Não posso mentir que também não me sinto atraída por você. Mas sinceramente acho que as coisas estão indo rápidas de mais.

Segurei no queixo dela fazendo-a olhar para me, peguei a mão dela e coloquei sobre o meu peito.

Joaquim: Estou travando uma batalha interna para não cometer nenhuma imprudência com você, sei que é loucura da minha parte, a única coisa que eu lhe peço. Encontre-se comigo, me dê quatro horas do seu tempo, prometo que depois disso sumo da sua vida.

Desiré: Desculpa, mas continuo não acredito em você, a gente mal se conhece, e se'xo é uma coisa muito íntima não sei se estou a fim de entrar nessa.

Joaquim: Eu sei, mas quando o desejo é mutuo a gente deixa rolar.

Os lábios dela estavam entreabertos, o espaço que compartilhávamos era minúsculo, nossos corpos colados um no outro, eu conseguia sentir o calor vindo dela, meu interior estava em chamas, a boca dela é algo que venho querendo experimentar faz muito tempo.

A puxei pela cintura, ela se arqueou, respirando pesadamente, nesse instante eu sabia que ainda tinha uma chance.

Olhando fixamente para a boca dela, instigado em beijá-la, me segurei, não quis assustar ela de cara.

Desiré: Preciso ir.

Joaquim: Espera! — Sussurrei no ouvido dela, os pelinhos se arrepiaram.

Encostei ela na parede, umedeci os lábios e fui beijando levemente em seu pescoço, precisei sentit o cheiro dela para f*der meu subconsiente, no último beijo ela soltou um pequeno gemido.

Joaquim: Não faz esse barulho comigo assim.

De repente o lugar estava pegando fogo, ela colocou às duas mãos sobre o meu peito e me empurrou de leve.

Desiré: Tenho que ir, você sabe onde me encontrar, está sempre por lá.

Ela sai, e me deixa sozinho, foi quase, agora tenho a certeza que ela também me quer, me recompus e sai do banheiro, por sorte ninguém me surpreendeu do lado de fora.

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