Cap 12 Alice

Gabriel ficou comigo até amanhecer, acabamos dormindo no sofá, acordo lentamente, sentindo o seu perfume, percebo que estava com o rosto sobre seu peito, e minha mão próximo a um lugar ainda proibido, recolho rapidamente a mão para uma área menos volumosa..., mas ele me atrai de um jeito que me causa vontades, curiosidades...

Não resisto em desligar delicadamente os dedos em seus músculos, já sinto um calor no meu corpo com essa tímida exploração por seu peito e abdômen, ele é tão lindo, tão grande e forte..., controlo essas sensações e me afasto devagar para não acorda-lo...., não sou uma pervertida, mas depois dessa noite, estou sentindo certos desejos, é como se algo que estava adormecido tivesse despertado.

Olho o horário, ainda é cedo, mas sei que ele tem que trabalhar e eu também..., o acordo com beijos delicados nos lábios, no rosto..., Gabriel me assusta ao me puxar bruscamente sobre suas pernas, não consigo evitar um grito pela surpresa..., tudo é tão emocionante e divertido, ele me abraça forte e beija meu rosto várias vezes como se quisesse ter certeza que estou aqui.

Após nosso momento romântico matinal, mostro onde fica o banheiro social, lhe faço um café e logo estamos nos despedindo com a promessa de muitas outras noites assim, com certeza agora, somos namorados..., assim que ele se vai, estou que não me aguento de excitação, me jogo no sofá lembrando de cada momento, dos mais quentes aos mais estranhos..., tem um misto de sentimentos e sensações: euforia, agitação, paixão, fogo, me sinto mais disposta, sorrindo para as paredes, estou muito feliz..., sinto a sensação que as pessoas dizem, das borboletas no estômago..., então é assim quando se gosta pra valer de alguém, é assim quando se ama..., posso falar com toda certeza: ele é o meu primeiro amor e quero que seja o único.

Após um banho e me recompor, me preparo para passar a manhã toda com Noah..., aproveito para começar o desenho do meu próprio rosto que Gabriel pediu, capricho nas linhas como se fosse de uma modelo... A manhã passa rápido e logo chega a hora de ir para a faculdade..., já estou ansiosa para ver ele a noite, mas ainda faltam muitas horas.

Tento me concentrar na aula, consigo absorver bem os conteúdos, meu bom humor e disposição ajudaram muito, nada vai estragar meu momento, parece que tudo ficou mais leve e mais bonito, o céu está mais azul, até o idiota do curso de administração me deu uma folga, não o vi na faculdade..., ao final da aula, sigo para casa caminhando até o ponto de ônibus como faço todos os dias.

Pensei mesmo que meu dia seria ótimo..., antes de chegar no ponto de ônibus passo próximo a um beco e exatamente nesse trajeto, sinto duas mãos me puxarem..., tento gritar, mas o desgraçado tapa minha boca e me arrasta para dentro dessa maldita ruela até uma parte mais afastada da rua principal, para o meu azar, não passa ninguém...

Logo entendo que é o idiota da faculdade, Robson me prende entre seu corpo e um muro alto, ele é alguns centímetros mais baixo do que Gabriel, mas é tão forte quanto..., o maldito tapa minha boca impedindo que eu peça ajuda e dificultando minha respiração., com a outra mão segura meu pescoço quase me enforcando, tento tirar suas mãos, mas o desgraçado pressiona minha coxa com o joelho me causando dor, aperta meu pescoço me fazendo ameaças...

Robson:_ Se gritar, faço você dormir aqui mesmo e ninguém vai saber, só depois que encontrarem seu belo corpo gelado, entendeu caipira?..., vou te dar uma amostra do que tenho pra você, só precisa me deixar curtir e ficar de bico calado..., entendeu?, tô perguntando se entendeu!

Ele fala num tom de voz furioso, ameaçador, estou assustada e tremendo..., ele parece ter usado algo que o deixou pior do que o normal, se é que dá pra chamar esse babaca de normal..., aprendi a não reagir, só quando tiver certeza que posso..., opto por obedecer ou vou desmaiar, balanço a cabeça nervosamente confirmando, preciso respirar, finjo concordar com tudo..., ele libera minha boca ainda me prendendo contra parede, aperta meu pescoço e minha cintura, começa a deslizar a mão para baixo, tento protestar, mas ele aperta ainda mais em meu pescoço...

Alice:_ Ta louco?..., me solta..., vou te denunciar..., seu maníaco...

Robson:_ Ninguém vai acreditar numa caipira que fica se insinuando.

Alice:_ Você tá drogado?..., me solta...

Robson:_ Não antes de me dar o que quero, ninguém me diz não, muito menos uma coitada como você, agora só fica quietinha, garanto que vai gemer gostoso na minha mão..., lembra do que falei que iria fazer com você?, é seu dia de sorte..., uma pena que não tá com aqueles vestidos bregas., mas isso é fácil de resolver, só abre um pouco mais as pernas..., eu disse pra abrir as malditas pernas ou vai se arrepender caipira...

Robson empurra minha cabeça contra o muro, não consigo respirar, faço como ele manda..., ele desce uma das mãos tocando entre minhas pernas, antes de começar a tentar abrir o botão e o zíper do meu jeans..., já entendi que não dá pra sair daqui sem que ele afrouxe o aperto, nem sei se ele tem alguma arma.

Ele tenta me beijar, viro o rosto, o sinto beijar meu pescoço, faço um esforço e relaxo um pouco o corpo para ele achar que estou cedendo..., ele começa a lamber próximo a minha orelha, e forçar a mão para dentro da minha calça o que me causa ainda mais repulsa..., aos poucos consigo posicionar o joelho na direção exata, aproveito um segundo de sua distração e uso toda a minha força lhe dando uma forte joelhada entre as pernas e o empurro, quando ele cai segurando as bolas, lhe dou um chute bem na cara..., medi força muitas vezes com meus irmãos e eles sempre me ensinaram a me defender.

Robson:_ Vai..., me ..., pa-gar..., vaga-bun-da...

Alice:_ Nunca mais encoste em mim seu doente, conheço sua família rica, faço um escândalo nos jornais e todos vão saber que não passa de um maníaco...

Robson:_ Isso... não acabou..., caipira desgraçada..., vai me pagar!

Saio de lá correndo, desisto de ficar no ponto de ônibus, vou para a direção oposta e peço um carro de aplicativo, ainda estou tremendo, mas consegui evitar que me tocasse onde pretendia, santa calça jeans que dificultou para ele, se tivesse de vestido nem sei o que ele poderia ter conseguido, sinto nojo só de imaginar.

Esse maldito mimado, só porque é rico acha que pode tudo, não sabe receber um não de uma mulher..., odeio esse tipo, maldito covarde, usa o nome de sua família pra fazer o que quer..., espero que fique inchado e se mantenha longe ao menos por um tempo, ficarei mais atenta com esse doente.

Vou direto para casa e pra minha surpresa Gabriel ta me esperando na porta..., limpo as lágrimas e tento disfarçar o nervosismo, mas agora que o vi, estou tão assustada que o abraço segurando pra não chorar novamente, só quero me sentir segura em seus braços..., o pior é que não consigo esconder minha angústia, ele sente que tem algo errado...

Késsid:_ Alice, aconteceu alguma coisa?

Alice:_ Não..., só senti..., sua falta...

Késsid:_ Você está nervosa, mal consegue falar, sei que aconteceu..., me fala..., por favor princesa, tá me deixando preocupado..., Alice, quero que me diga o que foi...

Alice:_ É..., só um idiota que..., as vezes tenta se aproximar..., ele me seguiu até o ponto do ônibus..., e tentou..., tentou me tocar...

Precisava desabafar, mas me arrependo de ter sido com Gabriel, ele parece transtornado de raiva..., não devia ter falado, imagina se ele souber que o infeliz ainda me tocou, mesmo que por cima da roupa..., acredito que Robson não irá se aproximar por um tempo, ele é um covarde, depois que ameacei denuncia-lo acho que não vai expor o nome de sua família..., não quero que Gabriel se envolva, tento o tranquilizar...

Alice:_ Gabriel, não fica assim..., já resolvi, só fiquei um pouco abalada, mas já passou...

Késsid:_ Vou dar uma surra nesse desgraçado..., tem que denunciar, isso é assédio..., me diga quem é esse maldito, Alice..., preciso saber...

Alice:_ Calma..., já resolvi, por favor..., não quero que faça nada.

Késsid:_ Alice..., não posso..., me diga quem é ele.

Alice:_ Não..., já disse que resolvi..., agora vamos entrar...

Kessid:_ Me prometa que se isso voltar acontecer irá me contar..., não, melhor, vou busca-la na faculdade e nos dias em que eu não puder você pede um motorista, esse desgraçado não vai mais se aproximar de você.

Alice:_ Esquece isso.., você trabalha nesse horário e não posso pagar um motorista todos os dias.

Késsid:_ Eu pago, não é tão caro..., e não me pede pra esquecer...

Alice:_ Não..., não é certo..., seu dinheiro é pra você se manter, não quero que gaste comigo..., já dei um jeito e não tenho medo.

Késsid:_ Não tem discussão Alice..., quero fazer isso, vou ficar mais tranquilo..., dou um jeito..., de pagar, não sei..., só me deixa cuidar de você, por favor..., aceita..., posso trocar de horário no trabalho...

Alice:_ Não precisa, vamos fazer como você disse se isso o deixa mais tranquilo, mas eu pago minha condução..., agora, pode me abraçar e me beijar?

Falo timidamente..., ele sorrir suavizando a expressão, parece um pouco mais calmo, também estou mais tranquila, é muito bom sentir que ele quer me proteger, o abraço forte me sentindo realmente protegida.

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