Destinos Trocados
Acordo em uma cabana…
(Estranho, eu tinha certeza que estava no meu quarto.)
Vejo duas meninas idênticas sentadas no chão, brigando por uma boneca quebrada. Uma mulher alta aparece tentando fazê-las parar, mas ela é empurrada por uma das meninas. Ela acaba batendo a cabeça em uma mesinha que tinha perto, as duas param de brigar, e uma delas, se aproxima da mulher.
— Simonne, acorda. — Ela começa a chorar, eu tento me aproximar dela, mas sinto uma grande dor, e acabo caindo.
— Você não vai fazer nada! — Enquanto uma está chorando, a outra está com a mão direcionada a mim. Ela tem algum tipo de magia, e em seus olhos posso ver uma profunda escuridão.
Eu não consigo dizer nada, minha voz não sai.
— Você é fraca! Não merece viver. — Estou sendo sufocada de algum jeito, quando parece ser o fim da linha para mim, a outra criança para de chorar e começa a falar com a irmã.
— Você não pode fazer nada com ela, não se esqueça do pacto. — Após ouvir isso, a outra criança me solta, seu olhar está muito sinistro.
— Saia! — Ela grita, sinto uma enorme dor de cabeça, e acabo desmaiando.
Quando abro os meus olhos novamente, estou em meu quarto, era só um pesadelo, mas mesmo assim, quanta agressividade em uma só criança.
Já não tenho medo desses sonhos esquisitos que tenho, me acostumei.
Alguém está batendo na minha porta.
— Senhorita, o café já está pronto. — A empregada diz isso com um sorriso no rosto.
— Oh, tudo bem, só irei me arrumar e já desço. — Ela se retira e eu começo a me arrumar.
Quando desço, percebo que farei mais uma refeição sozinha.
— Claire, onde está a mamãe? — A tristeza está estampada em meu rosto.
— A Senhora Hunter teve um problema no escritório, e precisou se retirar.
— De novo? Escuto essa desculpa há meses.
— Lillyan, você precisa compreender que a sua mãe é ocupada, ela não pode estar com você a todo momento.
— Sabe quanto tempo tem que eu não a vejo? Meses, ela nem se importa em saber se estou bem.
— As coisas não são assim, você deveria compreendê-la melhor, afinal ela é a sua…
Eu a deixei falando sozinha mesmo sabendo que isso não é educado, mas mal consigo segurar minhas lágrimas.
— Lillyan, espere. — Eu a ignoro.
Minha mãe não se importa comigo, não conheço meu pai, não sei nada sobre ele, eu estou mesmo sozinha?
— Lilly. — A voz de Edward me tira dos meus pensamentos.
— Edward? Como você entrou aqui? Minha mãe ordenou que barrassem você caso se aproximasse da casa, ou de mim.
— Tenho meus métodos, você não precisa saber disso agora. Aliás, quer vir comigo para um lugar?
Estou um pouco hesitante, por conta do último aviso que recebi da minha mãe.
— Lilly, tem duas semanas que você não sai de casa, não se sente entediada? — Ele franze a testa para mim, eu sei que ele quer só o meu bem, mas não posso desobedecer!
— Me desculpe, Edward, mas você não deveria tentar se meter na minha vida!
Eu o deixo sozinho e vou rapidamente em direção ao meu quarto. Edward me segue, ele é realmente teimoso, sempre foi!
— Você não vai embora?
Não enquanto você não aceitar sair comigo. — Ele não vai sair daqui tão cedo.
— Tudo bem, mas como iremos sair daqui sem sermos pegos?
— Do mesmo modo que entrei aqui.
Edward estende a mão para mim, eu hesito inicialmente, mas logo aceito.
— Essa é a minha garota!
Antes de sairmos, sinto uma enorme dor de cabeça, minha visão fica completamente escura, e a voz desesperada do meu amigo começa a ficar cada vez mais baixa. Começo a ver uma mulher com uma capa preta entrando em uma floresta, eu a sigo, não controlo meus movimentos. Ela parece carregar algo em seus braços, é um livro que aparenta ser antigo.
Ela para em uma parte aberta da floresta, escuto pequenos sussurros, mas não consigo distinguir o que está sendo dito por ela. Uma voz rouca e assustadora começa a ressoar sobre todo o ambiente.
— O que você quer, garota? Veio pagar o que me deve?
Ela continua sussurrando palavras. Inesperadamente, uma força extraordinária me puxa em direção a garota.
— É ela? — A voz misteriosa questiona a garota, que não diz uma só palavra. Seus sussurros pararam, mas o olhar dela parecia estar focado em uma só coisa, o livro.
— Abra o livro! — Como se estivesse em um transe, ela obedece à voz imediatamente.
O livro começa a brilhar, mas nada acontece.
— Estou aqui, para pagar as dúvidas de minha mãe, eu lhe ofereço a gêmea escolhida para o sacrifício.
(Sacrifício?)
— Tomarei o seu lugar, e em troca, o sangue dela restaurará os laços desfeitos no passado.
Ela se vira para mim, mas continua com a cabeça baixa. A luz da lua ilumina uma adaga que ela segura firmemente em sua mão, consigo ver um sorriso de canto, antes de começar a se aproximar de mim.
— Agora, tomarei o lugar que deveria ter sido meu por direito. Você foi a escolhida, e eu a exilada, mas hoje, isso irá mudar!
Não consigo dizer nada, nenhuma palavra sai da minha boca, nem mesmo consigo me mexer, estou completamente paralisada.
— Pare! — A voz interrompe antes que o pior aconteça. — Ela não é a gêmea do sacrifício! Você pode até me enganar, mas não o livro!
— Ah, mas eu não estou te enganando, não sei se você se lembra, mas o pacto pode até não ser desfeito, mas trocando a oferenda pela escolhida, no seu décimo oitavo aniversário, uma tomará o lugar da outra.
Pacto? Aquele sonho com as garotinhas, elas também comentaram sobre isso!
— Ela será exilada, sofrerá tormento pelo resto de seus dias, as criaturas da escuridão irão consumir seu coração, e ela será odiada por toda a terra, desde criaturas mágicas, até seus queridos humanos medíocres, sem poder algum.
De repente, sinto suas mãos em meu pescoço, ela está me sufocando.
— Esse será o meu início e o começo do seu fim, minha glória será a sua derrota, a escolhida será trocada pela oferenda, eu serei amada, e você odiada. A partir de hoje, todos irão conhecer as duas faces do mundo, a escuridão e a luz! Chegou o seu momento, Yara… — Meus olhos começam a se fechar, sinto como se a minha vida estivesse sendo sugada.
Acordo no meu quarto, tentando recuperar o oxigênio, vejo Edward me olhando preocupado.
— Você está bem?
— Ah, sim, eu acho.
— Não é o que parece. Você sabe que pode me contar qualquer coisa!
— Espera, como você entrou? A Claire não te viu?
— Ah, parece que ela foi fazer compras, acho que sua mãe pensa que só ela e os seguranças dão conta de mim.
— Entendo. Obrigada por ficar aqui comigo, acho melhor você ir, não quero que entre em problemas.
— Tem certeza de que está bem?
-Tenho sim, não se preocupe comigo!
Com isso, ele beija a minha bochecha, eu fico sozinha com os meus pensamentos.
(Ela me chamou de Yara?)
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Maria Eduarda
tô entendendo nada🥲 mais bola pra frente/Grin/
2024-06-05
1
Isadora Santos
Eu não tô entendendo nada 😭😭
2023-12-13
3