Ponto de vista (Wyn ou Edward)
Desde o começo, eu nunca quis ser rei. Meu pai sempre teve altas expectativas sobre mim, por isso não tive escolha.
Não muito tempo depois, ele descobriu que eu era fraco, e acabou me tratando como um lixo inútil. Minha mãe morreu quando eu nasci, então a única pessoa que eu tinha no mundo era meu pai. Por eu ser seu único herdeiro, ele procurou por várias formas de me curar.
Passaram-se anos, e o diagnóstico que recebi era de que eu não viveria mais de cem anos.
Apesar de não ter envelhecido, eu já era velho o suficiente para temer a morte próxima.
Eu continuava ansiando pelo amor do meu pai, mas ele nunca me amou. Para ele, o reino da luz era mais importante do que a própria família.
A guerra havia acabado, e meu pai saiu vitorioso, mas isso custou caro para ele.
Sabendo que logo chegaria sua hora, ele sabia que não existia forma de se salvar, por isso decidiu que faria o possível para que eu, seu único filho sobrevivesse e continuasse seu legado.
Eu fui treinado para ser rei, enquanto meu pai buscava por soluções.
Um dia, uma mulher aristocrata chamada Marina, se apaixonou por um ser do reino das sombras, sendo ele o atual rei daquele lugar. Ele era o inimigo jurado do meu pai, e também aquele que perdeu a guerra para nós.
Ela seria morta por quebrar as regras, mas ao saber que ela carregava um bebê, ela fugiu para o reino das sombras.
Nasceram duas meninas que continham os dois poderes, sendo assim mais fortes do que todos nós.
Meu pai sabia que a existência daquelas crianças era perigosa, e poderia trazer uma vitória inevitável para o reino das sombras. Com isso, ele decidiu sacrificar e tomar o poder delas. A princípio eu realmente achei que era por mim, mas o que ele queria de verdade era alimentar o próprio ego, não aceitou que existisse alguém que sobreposse seus poderes. Para ele, apenas o reino da luz poderia viver em glória.
Ele matou Marina enquanto tentava proteger suas filhas. Claramente, o rei do mundo das sombras entrou em desespero, mas não deixou de proteger aquelas crianças.
Foi então que meu pai não teve escolha a não ser criar uma falsa profecia.
Aquilo se espalhou por ambos reinos, ocasionando em tragédia.
Yara foi dita como "escolhida", e Olívia como o "sacrifício". No começo as pessoas queriam que Yara morresse, pois na profecia dizia que ela iria governar o reino da luz, e trazer a paz de volta para lá.
Isso foi motivo de traições e muitas outras coisas, por isso, para salvar suas filhas, o rei não teve outra escolha a não ser as deixarem longe do castelo.
O que ele não esperava é que uma delas matasse a irmã.
Ele entrou em desespero, mas não poderia deixar seu único familiar restante morrer. Por isso, mesmo com aquele pecado ele salvou Olívia.
Sendo sincero, me senti culpado pelos acontecimentos, mas não pude fazer nada.
Meu pai ficou louco de raiva por ter falhado, e por anos não teve notícias de Olívia.
Nesse tempo, o rei atual do mundo das sombras morreu, e um temporário estava o substituindo.
Parece que eles estavam esperando alguém voltar, por isso meu pai começou a investigar o paradeiro de Olívia.
Mais tarde, foi ela que veio até ele.
Meu pai queria os poderes dela, mas os objetivos que Olívia tinha não incluía morrer.
Ao contrário do que meu pai esperava, ela acabou roubando um pouco do poder dele com uma pedra estranha, tudo para que fosse gerado uma criança.
Ela fugiu, e meu pai descobriu os planos dela.
Olívia pretendia se vingar, mas ainda não tinha poder para fazer isso. Ela usaria a criança para o destruir, e ciente disso, ele se preparou para que ela não conseguisse entrar nesse mundo sem a ajuda de alguém do seu sangue. O problema é que o bebê que ela carregava possuía sangue de Uriel. Ele procurou outros métodos de a impedir, mas não conseguiu.
Ele esteve preparado para a chegada dela por anos, mas isso não aconteceu.
No fim, meu pai me mandou para a casa dela, assim eu iria vigiar a criança.
Olívia agora se chamava Alicia, alguém de quem ela roubou o corpo.
Ela estava atualmente no mundo humano, a criança era uma menina chamada Lillyan. Eu fiquei feliz por saber que tinha uma irmã, mas a vida dela era tão difícil.
Eu me senti mal por aquela criança ter as mesmas origens que eu, já que ela carregava um fardo ainda pior que o meu…
Eu a vi crescer e me aproximei dela com uma falsa identidade. Eu fui seu primeiro amigo, e ela também foi o mesmo para mim.
Olívia sabia quem eu era, e não hesitou em me ameaçar. Ela não fez nada contra mim, porque não podia, e isso foi o suficiente para eu conseguisse estar ao lado da Lilly.
Eu acabei me apegando a ela, e queria que aquilo durasse para sempre.
No final, foi inevitável a separação. Quando eu soube da existência de Mallia, acreditei que minhas irmãs foram separadas, mas no final eu mesmo descobri quem ela era de verdade, e o que também estava fazendo com Leon.
Naquele triste dia em que traí Lillyan, eu havia desistido de levá-la até o meu pai. Mas o destino é mesmo inevitável, e eu a entreguei mesmo tentando não o fazer. Da mesma forma em que pareceu que fomos controlados antes, aquilo aconteceu.
Não consegui me perdoar por isso...
Desde o começo nós seríamos inimigos, e por isso eu decidi que esperaria a hora pacientemente. Eu não pretendo matar a minha irmã realmente, eu apenas me entregarei e deixarei o trono que é dela por direito. Assim, ela terá o poder de se defender sozinha de Olívia.
Os únicos momentos em que senti que tinha uma família de verdade, foram enquanto eu estive com ela.
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Atualizado até capítulo 37
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