Capítulo 7

Edward me visitava quase todo dia, mas depois que fomos ao parque, ele não me visitou por uma semana. Fiquei preocupada, acabei perguntando a Claire sobre ele, mas ela não sabia me informar. Por ela ser prima dele, achei que saberia, já que foi graças a Claire que conheci Edward.

Por dias, me perguntei se havia algo errado, e por que Edward parecia tão preocupado comigo. Pensei e repensei sobre as coisas que ele me disse, não tinha como eu ter dito isso sobre a minha mãe. Meus sonhos, aqueles que pareciam reais, pararam, e eu estive estranhamente bem nesses últimos dias. Eu não entendia a razão, mas eu achava que parecia falso, que a vida que eu vivia não era realmente a minha vida.

— Ah… Tanto tempo sozinha já está me fazendo pensar coisas estranhas…

Continuo perdida nos meus pensamentos, até que Claire bate na porta.

— Senhorita? Posso entrar?

— Claro.

Claire estava segurando uma caixinha.

— O que é isso?

— É um presente da sua mãe, ela disse que se sentiu mal pela forma como lhe tratou, e disse que te ama muito!

— Ha… Nem mesmo deu as caras para me entregar ela mesma, como sempre.

O que mais me estranhava, era ela dizer que me ama. Minha mãe não demonstrava carinho, era como se eu nem mesmo fosse sua filha.

Eu abri a caixa, era um colar lindo. Assim que eu o toquei, senti uma sensação de perigo, algo tão forte que pensei que poderia morrer a qualquer hora.

— Senhorita Lillyan?

— Claire, pode se retirar.

Olhei fixamente para o colar, mesmo com a sensação ruim, era um presente da minha mãe, e por alguma razão, eu sentia uma imensa atração por ele. Acabei colocando.

Senti o meu corpo ficar mais pesado, e acabei dormindo logo em seguida.

[…]

— Minha pequena, seu nome será Lillyan! — A mulher acaricia o bebê.

(Essa é a minha mãe e eu? Por que estou vendo isso?)

Em seguida, eu já parecia estar com um ano.

— Isso, você aprendeu a andar rápido! — Ela abraça e beija a criança.

Os cenários continuam mudando, até que chegue a minha idade atual. Vejo minha mãe sentada à mesa comigo.

(Isso não é aquele dia que ela não veio… Espera, por que diferente me sinto confusa?)

— Lilly, mandei que Claire preparasse a sua comida favorita!

(Minha mãe alguma vez me chamou de “Lilly”?)

— Você acertou, é exatamente isso! — ela estava sorrindo.

(Não, a minha comida favorita não é essa, ela é… Ah… Eu também não me lembro disso?)

Claire apareceu com um sorriso.

— Senhorita, sua mãe especificamente pediu que seu prato favorito fosse feito com muito amor!

(A Claire me chamou de senhorita? Ela vem fazendo isso há dias, antes desse sonho… Mas desde a infância ela me chama de… Eu também esqueci isso.)

Acordo ainda com o corpo pesado.

Aquilo já não pareciam mais sonhos, e sim lembranças. Não parecia real, mas, ao mesmo tempo, em que eu tentava dizer a mim mesma que não vivi aquilo, tudo que eu pensava em dizer desaparecia da minha cabeça, deixando um grande vazio.

Depois de mais dois dias, Edward veio me visitar.

— Por que você sumiu sem dar notícias? Fiquei preocupada.

— Precisei resolver alguns problemas com a minha família. Como esteve esses dias? Se lembrou do que me disse no parque?

— Ed, eu não disse nada no parque, tenho certeza!

O rosto de Edward estava estranho.

— Lilly, você está bem? Você parece cansada.

— Ah, não tem como! Por esses dias o que mais fiz foi dormir. Estou bem, Ed! Não se preocupe… — Dou um sorriso.

Mesmo eu dizendo para ele não se preocupar, tive a certeza que minhas palavras somente não adiantaram.

— Ah… Sabe, eu estou muito feliz!

— Aconteceu alguma coisa boa?

— Sim! A minha mãe me deu um presente, e o melhor de tudo foi que ela disse que me ama!

Eu disse aquilo, mas algo estava me encomendando, ainda mais porque o jeito que eu estava falando parecia o de uma criança.

— Sua mãe disse… Que te ama? Tem certeza?

— Claro! Ela sempre faz isso!

— Lilly, você…

Alguém bate na porta.

— Pode entrar!

É Claire.

— Senhorita Lillyan, venha tomar café!

— Sim, Claire.

— “Senhorita”? Desde quando Claire te chama assim? E por que ela não reclamou por eu estar aqui novamente?

Ed nos olhou confuso. Eu queria o explicar, mas meu corpo apenas se moveu para fora do quarto.

— Vamos! — Eu o deixo para trás.

Logo, estamos Ed e eu sentados à mesa. Claire nos serve, e eu sinto uma coisa estranha, mas apenas ignoro.

— Lillyan… Você odeia beterraba, mas está comendo uma agora…

— Seu bobo, desde quando odeio beterraba?

— Desde sempre!

(Por que Edward está assim? E mais ainda, por que fico encomendada sempre que ele diz essas coisas?)

— Quer sair? — Edward de repente encosta em mim.

— Ah, não! Minha mãe faz muito por mim, não posso desobedecer. Ela ficaria triste!

— Você… Algo não está certo. — Edward se levanta e sai, me deixando sozinha.

— Ed! — Eu o chamei, sabendo que ele não voltaria. — Por que você está assim?

Os dias estavam se passando, eu estava entediada, sempre que pensava em fazer algo, assim que chegava no jardim eu ficava normal. Estranhei isso, mas não tinha certeza do que estava acontecendo. Nesses dias, eu sonhei com momentos com a minha mãe, apesar de eu não lembrar de ter vivido aquelas coisas.

Eu sentia que tinha algo errado, mas não conseguia descobrir o que era. Tudo que eu conseguia pensar era em Edward, queria vê-lo. Sem ele, tudo parecia cada vez mais quieto. Me deitei na cama olhando fixamente para o teto, o silêncio me sufocou, mas não havia nada que eu pudesse fazer.

De repente, escuto um barulho na janela do meu quarto. Hesitei em ir até lá por alguns segundos, mas o barulho continuou.

— Eu tinha certeza que fechei a janela.

Alguém me agarra.

— Me soltaaa! — Grito, desesperada.

A pessoa cobre a minha boca para que eu pare de gritar.

— Não grite!

A voz daquela pessoa me pareceu familiar, mas não conseguia ter certeza de quem era.

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