Sem entender

Estava quase amanhecendo, Gustavo não havia conseguido dormir. A noite foi muito difícil para ele, sentir Denise sobre o seu corpo e não poder tocá-la foi a pior das experiências que já viveu.

Ela agora estava cochilando, os trovões já haviam passado, somente a chuva ainda insistia em cair e isso não era nada bom.

A perna de Gustavo fica dormente, quando ele tenta se mexer para fazer o sangue circular um pouco, Denise começa mexer o seu corpo bem em cima dele. Meu Pai!! Que tortura! . Ela abre os olhos e sorri.

_ Obrigada Gustavo.

Fala Denise sem notar que seu vestido havia subido, deixando exposto parte de seu bumbum. Quando Gustavo segura em sua cintura levantando-a na tentativa de liberar a sua perna nota de imediato que pegou em sua pele... Sem qualquer barreira.

_ Queria mexer a minha perna, sinto muito. _ Falava Gustavo com as mãos paralisadas na pele de Denise.

A sua mão parecia ter sido colada naquele local e ele não conseguia retirar, mantinha ela parada enquanto olhava no rosto de Denise. Ela também não fez menção de se levantar, permaneceu quieta. Apenas o encarou. Os olhos dela pareciam duas tochas ardentes que penetravam a alma de Gustavo, o mesmo não resistiu mais. Deslizou as suas mãos até a parte descoberta de seu corpo enquanto ela atacava sua boca num beijo cheio de desejo. Gustavo se livrava de sua camisa que parecia sufoca-lo de tanto que sua respiração estava ofegante. Denise tirava o seu vestido fazendo com que seus seios pulassem no rosto de Gustavo. Ele não conseguia parar, aquele momento era tudo o que ele queria. Com uma das mãos segurou o seio de Denise e colocou em sua boca, sugava-os de forma tão voraz que ela não conseguia evitar seus gemidos, estavam incontroláveis! Gustavo gostava do que ouvia, aquilo o deixava cada vez mais louco... O banco do carro não ajudava, mas com toda a destreza conseguiu arrancar-lhe a calcinha. Ali estava o motivo de tantas noites mal dormidas. Gustavo a desejava tanto que Denise podia sentir a sua ereção sob a calça, parecia que explodiria a qualquer momento. Sem pensar, ela terminou de o despir fazendo com que Gustavo gritasse antecipando sensações que nem tinha experimentado ainda. Queria estar com ela, dentro dela... Ali e agora. Denise se mostrava uma amante experiente, não perdia para nenhuma mulher que ele já havia conhecido, na verdade, não esperava que ela o deixasse daquela forma. Sabia que a desejava, mas jamais imaginou que seria daquela maneira tão animal. Seus corpos imploravam um pelo outro enquanto as suas mãos tocam nos locais mais secretos de seus corpos. Ela o queria, precisava senti-lo dentro dela... Não havia nada que pudesse interrompê-los de cometer aquela loucura. Gustavo, já não aguentando se segurar, se posicionou entre as pernas de Denise sem se importar com a sua segurança ou mesmo a dela. Ali não havia espaço para pensamento algum além dos que habitavam em suas mentes naquele instante. Denise o arranhava enquanto ele a penetrava chamando por seu nome. Cada estocada que Gustavo dava Denise tremia cada vez mais... Quando não conseguiram mais se segurar, seus corpos se entregaram ao êxtase daquele ato inconsequente.

Aquele ato impensado geraria futuros problemas e ambos sabiam disso.

Ali deitados naquele banco, não haviam palavras a serem ditas. Na cabeça de Gustavo não passava nada além do momento que ele acabara de vivenciar com aquela mulher. Denise, muito envergonhada, só conseguia imaginar em que Gustavo estaria pensando dela após ter feito tamanha loucura! Se sentia frívola, fácil... A sociedade não perdoava mulheres que se entregavam com tanta facilidade assim. E se ele pensasse que ela estava tentando dar um golpe nele usando desses artifícios femininos? Um silêncio constrangedor envolvia os dois...

_ Eu... _ Gustavo tentava falar alguma coisa a fim de tranquilizar Denise.

Muito constrangida com o que havia acabado de fazer, Denise abre a porta do carro e sai. Pega suas roupas e vestindo-se começa a dizer:

_Não se desculpe Gustavo. Eu quis isso, quis dessa forma... Não se sinta obrigado a falar ou fazer algo. Peço que apenas deixe como está. Eu sei o que homens como você pensam sobre uma mulher que sai com um cara e busca satisfazer os seus desejos da maneira como fizemos aqui. Não pense que estou tentando convencê-lo a ter qualquer coisa comigo além do que tivemos aqui.

Gustavo não sabia como reagir, com outras mulheres ele apenas pagaria e iria embora... Mas ela… ela era especial. Não queria se afastar dela, não queria estragar o que já tinha conseguido construir com ela até aquele momento.

_ Eu gostei muito. Você é muito especial, Denise. Não tire conclusões sobre o que estou pensando a seu respeito, por favor… _ Gustavo sai do carro e caminha em direção a Denise abraçando-a pela cintura enquanto a sua boca procura a dela.

Os dois ficaram assim por algum tempo. Denise sentia o conforto de seu abraço, aquilo era muito bom.

_ Não se sinta obrigado a nada Gustavo. Tudo foi bom, foi maravilhoso... eu precisava disso e parece que você também. Vamos fazer o seguinte, vamos nos manter como estamos... Somente amigos. Tenho muitos problemas e sei que você também não é daqueles caras que assumem um compromisso. Então, melhor assim. Vamos esquecer que isso aconteceu e tudo ficará bem, tudo bem assim? _ Falava Denise enquanto se afastava de Gustavo e voltava para o carro.

Agora que Gustavo enlouqueceria. Como assim? Depois de tudo que aconteceu essa mulher o despreza? Como ela quer que ele esqueça tudo o que vivenciaram aqui hoje? Ele nunca sentiu por alguém o que sentiu estando com Denise, não deixaria ela ir embora como se não houvesse acontecido nada entre eles. Gustavo precisava se manter firme, não podia vacilar e perder a mulher que ele amava e teve certeza disso nesta noite. Amava sim... Não poderia perdê-la.

_ Sim, tem razão. _ Gustavo finge aceitar. _ Eu respeito sua decisão. Vamos manter isso em sigilo e continuaremos somente amigos, tudo bem?

Ele segura a mão de Denise e continua:

_ Nada mudará entre nós. Só quero que saiba que hoje, isso que aconteceu entre nós, jamais esquecerei. Foi a melhor noite da minha vida e com a mulher que eu realmente queria estar... Como respeito sua decisão e nunca mais faremos nada parecido, posso te fazer um pedido?

Denise ouviu tudo que foi dito por Gustavo, não esperava que aquele homem falaria tantas coisas lindas para ela. Estava apaixonada... Mas não poderia continuar com isso, essa situação deveria parar. Ela tem problemas demais e não poderia dividir esses problemas com Gustavo, ele não merecia isso.

_ Que pedido, Gustavo? _ pergunta Denise.

_ Me beija. _ Gustavo pede, mas não espera pela resposta de Denise. No mesmo momento que pede já segura seu pescoço e a puxa para um beijo. Um beijo apaixonado e cheio de promessas... Denise sente o seu corpo flutuar, era um beijo que falava mais que palavras. Tudo estava claro para ela, para ele também.

Os dois se afastam e Gustavo assume o volante . Partem rumo ao campo numa viagem em que o silêncio é o imperador .

Perdida em seus pensamentos, Denise não sabia o que pensar sobre o que aconteceu horas antes... Gustavo era um homem que não queria relacionamentos, não tinha responsabilidades com os sentimentos das mulheres com que se envolvia... Porque falou todas aquelas coisas para ela? Estaria brincando com os seus sentimentos?

Gustavo prestava a atenção na estrada, mas ainda não conseguia entender o motivo de Denise estar daquela forma. Ele ainda conseguia sentir o que fizeram naquele carro, os bancos exalavam os cheiros de seus corpos que até algumas horas atrás ardiam de prazer sobre eles... Porque Denise estaria se afastando se foi algo tão bom para os dois? Tantas mulheres já passaram em sua cama, mas nenhuma delas se compara a Denise, nenhuma delas conseguiria chegar aos seus pés. Ter aquela mulher em seus braços superou todas as expectativas de Gustavo.

Ele segue sem entender...

A chuva já cessou, o sol voltava a brilhar. Tudo indicava que o dia seria lindo. Talvez a chuva só tivesse vindo para mostrar a esse casal que há sintonia ali, basta que fiquem a sós que a lenha começa queimar. 🔥

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