Imprevisto

Que imprevistos acontecem todos sabem, mas precisaria ser logo hoje? Mário não queria crer que isso estava acontecendo com ele logo hoje. A sua mãe o ligou bem cedo para pedir que ele a fizesse um favor, quando Sônia soube que seu filho passaria próximo de sua residência hoje quando estaria a caminho da casa de campo de Gustavo, ela não perdeu tempo. A família de Mário conhecia a de Gustavo há alguns anos, sabia onde ficava essa casa de campo. Ocasionalmente Sônia e Vitória, mãe de Gustavo, se falavam e hoje Vitória soltou que seu filho dissera que iria passar o final de semana com Mário e alguns amigos.

_ Mário, será só para trazer as coisas que esqueci em seu apartamento na última vez que estive aí, filho _ Sônia falava tentando convencer Mário. _ Não irei te atrapalhar, você só irá passar aqui e deixará as minhas coisas... Será bem rápido, meu amor...

Mário não conseguia falar não para sua mãe, mesmo quando queria.

_Mas mãe, o carro não tem espaço... irei levar as meninas e o carro já é bem apertado, com as suas coisas que não são poucas não sobrará lugar!! _ teimava Mário com a sua mãe.

_Filho, eu nunca te peço nada... Logo hoje que sua mãe precisa de você, você não pode atendê-la. Eu que te amo mais que tudo, faço tudo por você... Filho, preciso muito que traga as minhas coisas. Aproveite que irá passar aqui pertinho... Não tomarei seu tempo, juro. _ Sônia sabia como agir com seu filho, na arte da manipulação ela era craque.

Mário tentou por mais alguns minutos convencer sua mãe de que não conseguiria, mas desistiu. Sabia que essa conversa não chegaria a lugar algum, a sua mãe estava irredutível. Já fazia algum tempo que estava prometendo levar as suas coisas, mas nunca tinha tempo e Ele sabia que dona Vitória provavelmente já havia denunciado a sua viagem a casa da família Delamare. Decidiria o que fazer enquanto dirigia a caminho da casa de Mariana.

_ Tudo bem, mãe. _ falava Mário dando-se por vencido.

_ Obrigada, filho. Te amo demais, tá? _ despediu-se sua mãe desligando o telefone em seguida.

Mário saiu apressadamente até a despensa, haviam algumas malas guardadas lá, todas de sua mãe. Como ela conseguia andar com tantas coisas e ainda comprar mais coisas quando chegava ao seu destino? Meu Deus!! Acomodou todas as bagagens no carro. Pronto. Quando terminou, olhou seu carro e pode constatar que só caberia mais uma pessoa além dele naquele carro, falaria com Mariana, queria levar Denise com ele. Tentaria ver o que fazer quando chegasse nas meninas. Saiu dirigindo o mais rápido que podia, já estava atrasado.

Chegando na casa de Mari, Mário buzinou. As meninas apareceram, cada uma com uma mala. Estavam lindas demais...

Mariana estava com um vestido simples e bem leve, muito parecido com o de Denise. Eles voavam com a brisa que batia... A simplicidade tem a sua beleza.

_ Mário, já estávamos preocupadas!! _ falava Mari. _ Estamos nos atrasando, vem tomar um café conosco antes de sair. _ Falava Mari enquanto puxava Mário pelas mãos em direção a porta de entrada.

Denise os acompanhou até a sala. Mário sentou-se e começou a expor o problema que tinha para resolver.

_ Meninas, tem um problema. Minha mãe me pediu para fazer um grande favor a ela já que a casa dela fica no caminho do local que iremos, não tive outra escolha a não ser atender esse pedido. Contudo, agora o meu carro só possui um lugar além do meu.

_ Não tem problema, Mário. _ falou Denise já pegando o telefone para resolver a questão. _ Graças a Deus que o Gustavo havia me falado que se precisasse poderia ligar para ele. Ontem ele me deu seu telefone pessoal para nos comunicar hoje.

Denise falava enquanto ligava para Gustavo. Mário não entendeu o porquê de Gustavo fazer isso, ele nunca foi de interagir com os empregados da forma que tem agido com as meninas. Mari trouxe as xícaras de café e alguns sanduíches, enquanto servia Mário e Denise ia dando o seu palpite.

_ Então. Acredito que o senhor Gustavo vai nos dar uma Luz para esse problema. Não se preocupe Mário, está tudo bem. Vai dar tudo certo e nós estaremos aproveitando a viagem o quanto antes.

Denise não consegue contactar Gustavo e desliga o telefone, mas assim que desliga o seu telefone toca. Era Gustavo retornando à ligação.

_ Oi Senhor Gustavo. É a Denise.

Enquanto eles se falavam, Mário observava toda a situação. Gustavo retornando à ligação de Denise foi algo que ele nunca pensou ver um dia . Denise desliga o seu telefone e comunica os amigos:

_ Bom… Consegui resolver. Gustavo, quer dizer, Senhor Gustavo está vindo para cá. Uma de nós irá no carro dele e a outra com Mário. _ Denise Explicava animada.

Mário tenta dividir as meninas da maneira que o convinha, mas neste instante chega um carro buzinando apressado na porta de entrada. Denise vai verificar quem seria enquanto Mário e Mariana permanecem na sala conversando.

Era Gustavo. Denise sentia o seu coração querer saltar pela boca. Como ele estava lindo!

_ Denise... _ Gustavo falava enquanto caminhava em sua direção, ela podia notar um sorriso no canto de sua boca... Será que ele sabia que estava mexendo com ela daquela forma?

Gustavo aproximou-se, abraçou a sua "amiga" beijando o seu rosto. Quando deu o beijo, puxou bem o aroma que emanava dos seus cabelos arrepiando Denise da cabeça aos pés. Num salto ela se afastou tentando se proteger... Gustavo estava demais naquele estilo mais desportivo...

_Senhor, quer dizer, Gustavo! _ Denise tentava disfarçar o seu interesse. _ Fico feliz que tenha vindo. Aceita tomar um café conosco antes de sairmos?

_ Não. Prefiro sair logo, parece que tem uma tempestade a caminho e se nos apressarmos a noite já estaremos em casa.

Após falar isso, pode notar que Mário e Mariana estavam os observando da porta.

_Mário! _ Gustavo fingiu surpresa. _ Vamos nos adiantar? Temos muita estrada pela frente, amigão.

Mário saiu e Mariana trancou a porta para finalmente partirem. Mariana não esperou decidirem quem iria com quem, ela não iria com o patrão de maneira alguma... Não tinham nada para conversar, nenhuma intimidade... Pelo menos Denise teria algo para ir conversando com ele já que Gustavo estava a tratar de sua separação.

_ Vamos Mário!_ Gritou Mari já dentro do carro de Mário. Ele ficou desanimado, mas era educado demais para tirá-la de lá e colocar em seu lugar a Denise. _ Vem logo...

Mário suspirou olhando para Denise enquanto Gustavo ria disfarçadamente.

_ Boa viagem. Nos encontramos lá, então._ falava Mário enquanto dava um beijo na bochecha de Denise e apertava a mão de Gustavo. _ Cuidado na estrada,irmão…

Após falar, Mário entrou no carro com Mariana e partiu em direção ao campo com o carro lotado de malas.

Gustavo não se aguentava de nervoso. Estava sozinho com Denise, numa viagem de carro... Quase um dia de viagem, só os dois... Gustavo estendeu a mão para Denise convidando-a entrar em seu carro.

_ Vamos? Hoje serei seu motorista... _ falava a rir.

Denise segurou a sua mão e respondeu entrando na brincadeira.

_ Sim, estou entregue em suas mãos. Cuide de mim,pois minha vida depende de você. _ falava enquanto era conduzida para o carro.

Gustavo foi afetado neste momento. Que frase era aquela?! Ela, em suas mãos... Sua vida dependendo dele… Minha nossa! Se ele pudesse dizer onde suas mãos queriam estar... Não haveria nenhuma viagem. Ele ficaria ali mesmo, naquele pequeno apartamento, amando essa mulher...

"_ Amando? Eu não pensei isso... " _ Pensava Gustavo enquanto se preparava para dirigir.

A viagem só estava começando e já havia mexido muito com os dois. Será que dará tudo certo até o fim? Vamos ver até quando Gustavo conseguirá se segurar estando tão próximo de quem domina sua mente e seus desejos. Ainda há muita estrada pela frente.

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