Capítulo 18: Desespero

Você tem alguma coisa a ver com isso? - Perguntou Chan para Eddie.

- Você está maluco? Como eu poderia fazer isso com meus amigos? Se eu não tivesse segurando a Mei, iria te dar uma surra agora, seu idiota. - Esbravejando falou Eddie para o Chan.

- Você mesmo disse que foi você quem colocou essas crianças naquele Caminha.

- Para com isso Chan, ele não sabia, acho que enganaram todas as crianças. Aqueles desgraçados já sabiam que iriam fugir, essa foi a punição deles. - Falou Mike.

As coisas naquele lugar à cada dia só piorava e eles descobriam mais coisas terríveis. Dessa vez foi tão ruim, que eles não queriam ter descoberto. O que estavam fazendo com as crianças mortas? Porque não enterraram ou cremaram?

Esquartejaram e depois colocaram em um freezer para quê? Isso era doentio, coisa de psicopatas. O dia estava amanhecendo, eles tinham que voltar para seus quartos antes que alguém descobrisse, até mesmo as outras crianças podiam os entregar, caso não os vissem em suas camas.

Se alguma das outras crianças percebesse que alguma outra estava fazendo algo de errado, poderia denunciar em troca de algum benefício. Muito os faziam isso, sabiam que não iam sair, então tentavam melhorar um pouco suas vidas lá dentro.

Eddie tentou acalmar a todos.

- Sei que o que descobrimos foi algo assustador e perturbador, mas precisamos nos acalmar e continuar como se nada tivesse acontecido, caso contrário, vamos ter o mesmo fim que aquelas crianças. Sei que é difícil, mas não podemos deixar alguma coisa escapar, eles são espertos.

- Eddie tinha razão, e as outras crianças sabiam disso. Eles se levantaram, fecharam o freezer e tudo, inclusive a caixa. Eddie foi até lá e quando chegou bem perto, fechou os olhos e tampou a caixa. Depois saiu e foram cada um para o seu quarto.

Mais uma noite sem dormir, o dia iria ser longo. Mas dessa vez eles tiveram sorte, era domingo e se as crianças quisessem poderiam dormir até mais tarde. Foi algo muito bom naquele momento. Mesmo assustados, conseguiram dormir. Mas Mei acordou chorando e gritando, assustando algumas crianças.

Os professores foram até ela e perguntaram:

- O que está acontecendo?

- Nada, só tive um pesadelo.

- Que tipo de pesadelo?

- Nada demais.

- Nós conte, talvez consigamos ajudá-la.

Mei entendeu que eles insistiam muito para saber o que ela havia sonhado, se era algo sobre o orfanato ou ela teria visto algo que a deixou com medo, eles queriam saber, mas Mei contornou a situação de uma forma brilhante.

- Eu apenas sonhei que me minha mãe havia me abandonado de novo.

Depois que ela falou isso, pararam de insistir. Mei ainda estava apavorada, não conseguia parar de imaginar aquela cena, e por isso sonhou com a caixa com a própria cabeça dela dentro, e na cabeça, também tinha um braço colado nela. A cabeça esticava a mão e pedia ajuda para ela, foi um sonho assustador.

Mei não confiava em mais ninguém, ficava sempre de cabeça baixa e com medo, mal falava, tentava não demonstrar que estava diferente, mas não conseguia, sempre precisava segurar o choro. A seu único desejo era fugir dali. Ela então pediu uma nova reunião.

Foi difícil voltarem naquele lugar, mas era o mais seguro para conversarem, mas dessa vez não entrariam na cozinha. Ninguém sabia o que dizer, então Mei foi a primeira a falar.

- Quero sair daqui, não consigo passar mais um segundo dentro desse lugar.

- Mas como vamos fazer isso? - Falou Mike.

- E eu não quero terminar igual vocês sabem quem. - Disse Chan.

- Temos que fugir, estou desesperada. - Falou Mei chorando e tremendo.

- Calma, vamos achar um jeito. - Tentou acalmar a todos Eddie.

- A única forma que podemos tentar é durante à noite, mas sabem o que tem lá fora. - Disse Mike.

- Aceito, temos que tentar. - Falou Mei.

- Mas não temos nenhum um plano ainda. - Explicou Chan.

- Não importa, só quero sair daqui.

- Eu não acredito ainda que levei as crianças para a morte. Falou Eddie chorando.

- Não é culpa sua, foram eles que mataram essas crianças. Você tentou liberta-las, só queria ajudar, os culpados são esses monstros assassinos e não você. Afirmou Mike.

Essas palavras acalmaram mais o coração e os pensamentos de Eddie, ele passou o dia inteiro pensando que tinha ajudado a matar seus amigos. Quando todos se acalmaram, começaram a montar um plano de fuga.

- De dia não podemos fugir, existe muitos guardas lá fora, podemos ser vistos a qualquer momento e seremos apanhados. Então vai ser durante à noite mesmo, todos de acordo? - Perguntou Mike.

Não teve nenhuma objeção, todos concordaram.

- Certo! Não sabemos se eles viram ou se já sabiam que aquelas crianças iriam fugir, ou se os entregadores os viram lá dentro e os trouxeram de volta e até mesmo que também fazem parte disso. A única certeza é que não podemos confiar em ninguém. - Disse Mike.

- Verdade. - Concordou Chan.

- Temos que conseguir armas para podermos ter uma chance de lutar contra aquele monstro. Precisamos de facas, pregos e algo que perfure, vamos fazer lanças e armadilhas para soltar no chão enquanto corremos, também algo inflamável, quero queimar tudo aqui. É hora da vingança.

- Vamos queimar tudo, e as outras crianças? - Perguntou Eddie.

- Vamos queimar a floresta, depois que matarmos o monstro, vão estar ocupados demais para se preocupem com elas e então vamos resgata-las. - Explicou Mike.

- Pode dar certo. - Falou Mei.

- Primeiro temos que nos preparar, achar o máximo de coisas possíveis para as armas.

- E onde vamos guardar essas coisas? - Perguntou Mei.

- Daremos um jeito, olhem em seus quartos e procurem lugares onde podemos esconder. - Falou Mike.

Todos concordaram, agora era o momento de se prepararem para fuga e tentarem matar o monstro. Mas eles queriam vingança também, e não permitirem que aquela crueldade permanecesse acontecendo. Eddie queria ver o monstro antes, sua curiosidade falava mais alto.

- Eu quero ver esse tal monstro antes, descobrir o máximo que puder.

- Se pudermos estudar ele um pouco mais seria bom mesmo. - Disse Mei.

- Quer mesmo ver aquela besta? Perguntou Mike.

- Quero sim. - Afirmou Eddie.

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