Mike fugiu, a caminhada era longa, ainda mais com o exército o seguindo. Atravessar 2 cidades não iriam ser nada fácil. O garoto sabia se esconder, as vezes avista alguém do exército, que não deixava de procurar por ele. Mas sempre conseguia um jeito de esconder.
A caminhada continuava sem maiores problemas, já havia atravessado uma cidade, ele não tinha problemas em conseguir comida, pois havia pego muita delas enlatadas e em pasta no exército, fome não passaria. Mas algo iria mudar o seu caminho. Quando estava passando por um parque onde as pessoas faziam caminhada, piquenique e iam para admirar a paisagem, avistou uma pessoa o olhando de longe.
Aquela pessoa era meio estranha, muito pálida e um olhar sem emoção. Não se importou com isso, devia ser só algum mendigo. Depois que passou entre algumas árvores, Mike viu 2 homens parados encostados nas árvores, mas não interrompeu sua caminhada e continuou andando.
Quando estava passando pela homens um deles perguntou:
- Onde estão seus pais?
- Não é da sua conta. - Respondeu Mike.
- Esse moleque é bem atrevido. - Disse o outro homem.
Mike foi surpreendido quando começou a andar novamente, dos homens o segurou e tapou sua respiração com clorofórmio e ele desmaiou. Após acordar, Mike estava em um ônibus junto de outras crianças indo para o que ele suspeitava ser outro orfanato. Ele pensou em ir até a menina, se levantou e deu alguns passos, mas um dia vigias o mandou voltar.
- E se eu não voltar, vai me bater? - Falou Mike.
O homem se levantou e com um bastão de choque se aproximou do garoto. Mike não queria mostrar fraqueza, mas estava muito assustado. Todas as crianças ficaram assustadas e como a garota viu que Mike não recuar, falou:
- Vai te sentar, moleque burro.
Pela primeira vez Mike havia sido chamado de burro, isso o deixou sem entender nada e então ele entendeu. Ele se sentou e continuou observando tudo e todos. Não era fácil de encontrar o caminho para alguma cidade próxima, ele não sabia quanto tempo passou dormindo e viajando.
Estavam se aproximando do orfanato, já podiam ver um casarão gigante e bastante assustador. Olhavam para ver se encontravam alguma criança, mas não conseguiram entrar nenhuma, não do lado de fora. Depois que chegaram, olharam aquela grande e velha mansão.
Os homens mandaram as crianças descerem do ônibus e ficarem enfileiradas uma ao lado da outra, coisa que não fizeram. Toda vez que os guardas eram contrariados pelas crianças, eles ligavam os bastões elétricos, tentavam fazer as crianças obedecerem através do medo e da força.
Todas fizeram o que lhes mandaram, ficaram lado a lado uma da outra, menos uma. Um menino, que parecia ser descendente de japonês, estava de capuz, ficou escorado na mureta da escada que levava a porta principal. O guarda mandou novamente e o menino nem olhou, continuou imóvel, desafiando o guarda.
O homem foi em direção do menino, ligando e desligando o bastão, tentando amedrontar o garoto com o barulho da energia, mas nada o fez mudar sua posição. O guarda falou:
- Vai logo moleque, se não quiser sentir dor.
O menino olhou para ele e então respondeu:
- Saí daqui otário, você não me dá medo. Você é só um pau-mandado, usa esse negócio de tortura psicológica para tentar amedrontar as crianças, mas não tem coragem.
Quando o menino terminou de falar, o homem deu um choque no menino com o bastão que caiu desacordado, as outras crianças ficaram horrorizadas com aquilo, algumas ficaram com tanto medo que seguraram o choro, para não sofrerem o mesmo castigo.
Depois o homem pegou o menino desmaiado e o colocou no ombro e o levou para dentro. Os outros continuaram do lado de fora imóveis. Mike já tinha visto coisa muito pior, aquilo não era nada para ele, e percebeu que a menina com quem queria conversar também não estava abalada.
Era alguém com quem devia unir forças realmente. Se passaram alguns minutos e nada de ninguém aparecer, Mike sabia que aquilo era um teste, para ver quem iria ficar parado, obedecendo o que foi mandado e quem iria tentar fugir ou conversar um com o outro. Mas algumas crianças não aguentaram e começaram a falar entre elas.
- Acho que devíamos correr e entrar na mata. - Falou um loirinho.
- E fazer o que depois, ser devorado por algum animal selvagem? - Respondeu a menina que estava perto dele.
- Fiquem calados. - Disse a menina do cabelo Black Power.
- E quem é você para nos dar ordens? Está do lado deles? - Perguntou um outro menino.
- Isso é um teste idiota, estão nos testando. Quando algum de nós sair correndo, seremos castigados por isso. - Respondeu Mike.
- Como sabe disso? Você faz parte dessa coisa sinistra também?
- Você é tão burro, pensei que só tinham escolhido todos aqui pela inteligência, mas pelo visto me enganei. Você é igual ao Japinha que foi eletrocutado. - Disse a menina.
Ninguém quis arriscar, ficaram todos quietos e no mesmo lugar. Quando se passou meio hora a porta se abriu e vinha saindo o guarda que tinha levado o menino e mais duas mulheres com ele, certamente eram quem mandavam naquele lugar, devido aos narizes empinados.
Se aproximaram das crianças com um grande sorriso no rosto, mas não conseguiram enganar ninguém, sabiam que não eram o que demonstravam ser. E uma mulher do cabelo grande, liso e preto começou a falar com eles.
- Sejam muito bem vindos ao nosso colégio, estou muito feliz por ter vocês aqui conosco, eu me chamo Sheila. Nós desculpem a nossa demora, estávamos dando aula e só agora tivemos um tempinho para recebê-los. Qual é o nome de vocês?
Ninguém respondeu nada ficaram parados e não responderam a mulher. Ela continuou:
- Acho que estão assustados pelo comportamento agressivo do nosso amigo aqui, eu já tive uma conversa com ele e isso não se repetirá. E o amigo de vocês está bem, foi medicado e vai se recuperar rapidinho, não se preocupem.
A outra mulher também falou:
- Como ninguém vai falar por vontade própria seus nomes, irei apontar e vocês falem o nome.
E assim foi feito, toda vez que ela apontava para uma das crianças, eles falavam seus nomes. Depois que todos se apresentaram, foram conhecer algumas partes do que chamaram de colégio. Passaram pelas salas de aulas, escritórios, refeitório, salas de recreação, jardins, enfermagem, onde viram o Japinha sentado, e dormitórios.
Aparentemente não tinha nada de errado, era até tudo normal e muito organizado. Enquanto passavam pelas salas, explicavam os horários de cada uma e quando podiam entrar. Cada sala tinha uma listra horizontal com cores diferentes, as amarelas eram salas de aulas, as brancas eram banheiros, mas nós banheiros também tinham uma listra no meio, azul para os banheiros dos meninos e rosa para os das meninas.
Nas salas de cores diferentes tinha amarela para o refeitório, azul era a sala de recreação, em todas essas salas as crianças podiam entrar, menos nas salas onde tivessem as cores vermelhas. Explicaram que nas salas com cores vermelhas era a sala dos professores e diretores, criança alguma podia entrar sem ser convidada.
Mas Mike viu uma cor diferente, era uma sala com a cor verde. Ele estava curioso para saber o que tinha lá, mas não queria perguntar, já que não falaram nela, imaginou que poderia ser mais um teste. Essa sala ficava no final do corredor do terceiro andar.
Após mostrarem tudo, ou pelo menos o que queriam mostrar, levaram os novatos para seus dormitórios, deviam tomar banho e irem para o refeitório, já era hora do almoço. As meninas ficavam no lado leste do colégio e os meninos do lado oeste, tudo era separado, menos o refeitório.
Tomaram anho e vestiram as roupas que deixaram para eles se vestirem. Eram roupas sociais, camisa com botões, calça e sapatos. No armário tinha roupas diferentes, mas cada uma para uma determinada hora, tudo bem certinho. E em cada porta, havia uma numeração, que também existia a mesma numeração em suas roupas.
Isso era muito bizarro, no lugar de nomes, era numerados. Mike não ficou surpreso com isso, seu número era 542, o último número do armário. Ele pensou que existia esse total de criança ali, mas como também existia o lado oeste das meninas, o total de crianças era provavelmente de mais de mil crianças naquele lugar. Era um número muito alto.
Como Mike estava sozinho no dormitório, percebeu que nenhum dos novatos estavam com ele. Achar aquela menina não seria tarefa fácil, mas iria tentar achá-la na hora do almoço.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Kaciane Jesus da silva
tô Amando essa livro.
2023-10-29
2
Anny Dos reis
percebo muito erros decorrentes aos texto o pessoal deveria dar o exemplo na leitura meu que escritor péssimo gente
2023-07-31
1
UnWorpy
ta escrito "tomaram anho" acho q era p ser "banho" 🤙
2023-06-08
1