Capítulo 9: Os doces

A Mei teve um plano muito arriscado, o ruim era as câmeras. Então escreveu no papel fazendo uma pergunta, como iriam entrar na diretoria sem que ninguém os vissem pelas câmeras, os vigias eram fáceis de enganar. Cada um escreveu seu plano no papel, e na hora do almoço deviam entregar.

O plano do Chan era destruir a transmissão das câmeras, assim ia levar dias para alguém ir concertá-las, a não ser que já tivessem alguém por lá que soubesse concertar, era o mais provável, pois era um lugar distante, teriam que contratar pessoas que tivessem habilidades extras, como concertar eletrônicos.

Então deviam queimar as peças das câmeras com um curto-circuito. O plano do Mike era ir durante à noite e no escuro, dessa maneira a probabilidade de serem vistos eram menores. O problema era a escuridão, mas para resolverem isso, Mei deu a resposta idéia de decorarem o caminho e tudo que havia nele, assim não iriam bater em nada. A luz deveria ser aberta por alguns segundos apenas para abrirem a gaveta.

E é nessa hora que Mei entra, ela tinha a habilidade de abrir qualquer fechadura. O plano estava montado, agora eram só queimar os circuitos das câmeras. Mas isso não era um problema, Chan tinha alto conhecimento em eletrônica, seu pai era um eletricista e um programador, conseguiu aprender muita coisa com ele, antes dele morrer.

Então poderia causar um blackout na energia e depois sair e causar nas câmeras. Só me tinha que ser rápido, antes que os vigias viessem com lanternas. E assim estavam combinados, nesta noite iria desativar as câmeras e na noite seguinte, caso não concertassem as câmeras no mesmo dia, iriam roubar os doces.

Chan se levantou e foi até nas tomadas, conseguiu abri-la com ferramentas feitas com os talheres que sempre pegava no refeitório e ferros que retirava de cadeiras, mesas e de outros lugares. Ele retirou os fios descascou e os trocou, fazendo com o que tivesse um curto na energia.

Rapidamente ele saiu do quarto e arrastou um móvel que ficava com fotos dos diretores e plantas, subiu e fez com quê ao religarem a energia, todas as câmeras fossem queimadas os circuitos. Colocou o móvel no mesmo lugar e entrou. Deixou tudo do mesmo jeito, tanto lá fora quanto no quarto, ligou os fios novamente e fechou a tomada.

Depois se deitou e foi tentar dormir. Os guardas passavam correndo, dava para ouvir suas pisadas por causa de suas botas. As crianças nem perceberam, tudo ficava escuro mesmo, só os guardas que perceberam, pois as luzes de suas salas e as lá de fora apagaram.

O plano foi perfeito, quando religaram as luzes, todas as câmeras queimaram. Antes de dormir, Chan deu um sorrisinho e dormiu, sabia que havia feito um bom trabalho. No outro dia, quando saíam do refeitório, marcaram o horário de entrarem na diretoria, seria quando os guardas fizessem a terceira ronda, porque eles sempre depois da terceira vez que passavam olhando os quartos, iam lanchar e demoravam mais 20 minutos para rondar novamente.

50 minutos era o suficiente para invadirem a diretoria, pegarem os doces e voltarem. Só não podiam dormir, por causa que o vigia só lanchava à 1 da madrugada. Se algum deles dormisse, não tinha como acordar. Tudo estava pronto, restava apenas chegar o horário, para não levantarem suspeitas, decidiram não falar um com o outro durante esse dia.

Como cada um já sabia o que fazer, não precisavam conversar mais, se demorassem com conversa, só iriam ter mais dúvidas. Nada podia dar errado, quebrar uma regra dessa magnitude, não sabiam que castigo severo iriam sofrer.

A hora se passava, estavam nervosos, mas nenhum podia voltar atrás, dependiam um do outro. À noite havia chegado, depois do jantar foram para seus quartos esperarem o momento de agirem. Os guardas passaram a primeira vez, mais algumas horas e os guardas fizeram a segunda ronda, o momento chegou, todos se posicionaram para saírem dos quartos.

Quando os guardas passaram novamente, Mike, Chan e Mei destrancaram as portas e saíram de seus quartos. As crianças tinham alguns minutos antes dos guardas voltarem, mas era o suficiente. Todos iam em direção da diretoria, mas Chan foi em uma direção diferente, ele teve um novo plano, e isso não era bom.

Mike andava de olhos fechados, havia decorado todo o caminho, para ele não tinha nenhuma dificuldade para isso. Ele foi o primeiro a chegar, Mei foi a segunda, ela não teve muita dificuldades para andar, além de decorar o caminho, a lua clareava o lado do corredor das meninas.

Mas Chan ainda não tinha chegado, os outros tinham que o esperar. Chan estava demorando muito, não podiam perder essa oportunidade, conseguirem outra chance dessa não iria ser muito fácil. O momento era agora.

- O Chan amarelou. - Disse Mei.

- É o que está parecendo. - Falou Mike.

- Vamos só você e eu. - Falou Mei decidida.

- Vamos.

Mei então abriu a porta da diretoria, entraram com maior cuidado para não derrubarem e quebrarem alguma coisa lá dentro, porque iriam notar qualquer coisa fora lugar. Eles não viram nada, e ainda não tinham visto nada lá dentro, então não sabiam como se moverem.

A única coisa que podiam fazer naquele momento, era abrir as luzes e pegarem os doces o mais rápido possível. Provavelmente alguém iria ver a luz de lar acesa, mas era a única maneira. Mike ficou perto do interruptor, Mei se preparou para abrir a tranca da gaveta.

Quando Mike acendeu a luz, Mei correu e tentou abrir a gaveta, mas tinha algo estranho, não tinha tranca, era só puxar. Ela abriu, pegou os doces e Mike apagou as luzes. Depois que saíram trancaram a porta e cada um foi para o seu quarto.

Mei conseguiu chegar, entrou e foi se deitar, mas ficou preocupada com Mike. Será que ele conseguiu chegar? Mike ainda tentava chegar no seu quarto, quando viu luzes de lanternas vindo em sua direção, era os guardas que estavam indo ver quem tinha aberto a luz da diretoria.

Mike tentou ir para o outro lado, mas de lá também estavam vindo guardas. Tudo estava perdido, não dava para fugir. O jeito era desistir e se entregar sozinho, não iria deletar os outros, mesmo que fosse torturado. Mas Chan, pelo bem de Mike não tinha os traído. Ele saiu correndo do escuro e foi para o seu quarto, os guardas se assustaram e foram atrás dele, mas Chan foi rápido, chegou e trancou a porta.

Isso deu tempo para Mike se esconder e deixar os guardas passarem. Depois que os guardas passaram, Mike foi até o quarto de Chan e bateu bem devagar na porta. Chan abriu e Mike o entregou os doces. Mas antes de ir, Mike disse:

- Espero que amanhã você explique o motivo de não ter ido com a gente.

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