Capítulo 8: Em busca de respostas

Algumas perguntas vinham na cabeça dos garotos, mas não tinham como conversar por muito tempo, usavam esse pouco tempo para contarem só o que descobriam. Mike pensava sozinho tentando achar respostas, o que está acontecendo naquele orfanato? Que monstro era esse? Por que as crianças estão tão acomodadas e acreditam em tudo que dizem?

Quanto mais procurava respostas, mais surgiam dúvidas. Enquanto estava deitado, Mike pensou em algo, sair e ir ver o que tinha lá fora, mas logo desistiu, se esse monstro ou animal tiver lá e ele sair sozinho, seria morto. O que mais o incomodava era o fato dos meninos terem andado por cerca de 20 minutos em direção reta, porém parecia que não haviam andado quase nada.

Existia também um homem, que homem era esse e como era ele? Será que Mike já tinha o visto? Durante algum tempo Mike e Chan tentavam uma resposta para essas e outras perguntas, mas não chegavam a lugar nenhum só com especulações.

- O que será que é esse monstro? - Perguntou Mike.

- Ninguém nem perguntou como ele era. - Falou Chan.

- É isso! Temos que conseguir falar com o Chris e saber mais sobre o ocorrido. - Disse Mike.

O plano estava indo tudo de forma como o planejado, quando descobriam algo, conversavam na saída do refeitório, mas uma coisa aconteceu e mudou pouco isso. Em um momento, os dois iam andando e conversando quando alguém pegou no braço dos dois e os puxou para o lado do corredor, era a menina do cabelo Black Power.

- O que está fazendo? - Perguntou Mike.

- Não sei o que estão fazendo, mas vocês dois vão ser descobertos.

- Como assim?

- Vocês estão tão ansiosos para descobrirem o que aconteceu, que sempre saem juntos conversando, se não descobriram ainda que tramam alguma coisa, em algum momento eles vão perceber.

- Verdade. Temos que ser mais cuidadosos. - Falou Chan.

- Qual é o seu nome? - Perguntou Mike.

- Podem me chamar de Mei.

- Certo Mei, o que sugere?

- Escrever em um papel e entregar o outro na saída, seria mais difícil de perceberem.

- Isso é um bom plano. Coloquem as perguntas e o que pretendem fazer, no outro dia entregamos as respostas. - Respondeu Chan.

Um dos guardas os viram conversando, então foi até lá castigá-los, as regras não permitiam conversas nos corredores no horário de aulas, e sem ser sobre o conteúdo que estudavam. Isso já era para destruir qualquer união entre as crianças e algum motim.

As perguntas eram feitas sempre nas aulas, assim os professores pensavam que as crianças estavam fazendo suas tarefas e eram arrancadas dos cadernos durante à noite, porque dessa forma ninguém via.

No outro dia no café da manhã Mike escreveu na sua folha uma pergunta, como era possível alguém andar reto por vários minutos e não sair do lugar? A resposta Mei escreveu foi a seguinte: "Talvez estavam com tanto medo que apenas andaram além círculos e não perceberam". Era uma boa teoria, já a de Chan foi um pouco mais além, "colocaram algum alucinógeno na cômoda ou na bebida deles".

A resposta de Chan foi mais aceito, pois os garotos provavelmente chamaram outras crianças e alguma delas poderia ter falado com os professores ou guardas. Também respondia a questão do monstro, que realmente haviam visto um lobo selvagem que atacou eles dois, causando a morte do Jason, e fugiu ao ouvir o homem gritando.

Essa dúvida teria que ser tirada pessoalmente com o Chris, o problema era quando. Mas antes tiveram a ideia de perguntar aos mais antigos do orfanato. Chan perguntou ao seu colega mais próximo de sua cama:

- Ei moleque, você já viu alguma coisa estranha aqui?

- Meu nome não é moleque. Me deixa dormir.

- Fala logo.

- Não vou te responder nada, você é muito mal educado.

- Tá bom, me desculpe. Como se chama?

- Me chamo Frank. E o seu?

- O meu é Chris. Você já viu ou ouviu alguma coisa estranha nesse orfanato?

- Tudo aqui é estranho.

- E por qual motivo você ainda está aqui?

- Não quero acabar igual ao menino da outra noite.

- Você sabe o que aconteceu?

- Dizem que é um monstro que guarda o casarão durante à noite, e só obedece ao seu dono.

- Quem é o seu dono e que monstro é esse?

- Não vou mais te responder nada, é proibido conversar durante à noite.

- É proibido fazer tudo nesse lugar. Só me responda essa pergunta, por favor.

- Posso até responder, mas vai ter que me pagar.

- Ótimo! Agora tem um negociante aqui. O que você quer?

- Eu quero doces.

- Eu não tenho doces.

- Então se quer respostas, acho bom conseguir doces.

Chan teve um bom progresso, só tinha que achar doces, não sabia como e nem onde, mas poderia achar algumas respostas. Frank poderia estar o enganando, porém tinha que arriscar, o menino não iria se arriscar assim também e depois mentir, a vida dos dois estariam em risco por causa disso.

Chan escreveu o que havia descobrido e que poderia ter mais respostas, caso conseguisse os doces. Ele foi melhor do que o Mike e a Mei, pois as crianças com quem conversaram não falaram nada, pediram para pararem de falar e irem dormir. Dava para entender, sentiam muito medo de serem descobertos.

Chan entregou os papéis para Mike e Mei, que não sabiam como resolver isso. Será que naquele lugar havia doces? Onde estariam? O lugar mais óbvio era na dispensa, mas como iriam chegar lá sem serem descobertos? Mas de alguma forma tinham que conseguir esses doces, a vida deles dependiam disso.

Como não sabiam onde tinha doces, Chan resolveu perguntar ao Frank onde conseguir.

- Ei moleque, onde eu consigo esses doces?

- Já falei que meu nome não é moleque.

- Fala logo, você quer ou não?

- Estão na sala da diretoria, a diretora sempre guarda doces lá.

- Como sabe disso?

- Ela é viciada em doces, eu vi uma vez quando fui lá, ela tem uma gaveta cheia de chocolate e doces.

- Certo, eu vou te dar esse doce. Só fique sabendo de uma coisa, se eu cair, te levo comigo. Caso você minta para mim, eu direi a diretora que peguei os doces para você e vão castigar nós dois. Mas se eu for pego e você disser a verdade, pode ficar tranquilo que assumirei toda a culpa.

- Não precisa se preocupar, traga um chocolate e um doce que te direi tudo o que sei.

O acordo estava selado, a única coisa agora era conseguir pegar esses doces.

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