Capítulo 12: Medo

As crianças novamente se encontraram, Mike tomou todas as preocupações para não ser visto e seguido, e ele tinha um plano para fugirem. E quem começou a falar foi o Chan.

- Primeiro se explique, pensávamos que tinha nos abandonado.

- Nem você se explicou quando deixou a Mei e eu sozinhos na sala da diretoria. - Respondeu Mike.

- Tá bom, eu me explico e depois é sua vez. Eu não abandonei vocês, apenas tive um desvio no caminho, mas ainda bem que fiz isso, caso contrário, o Mike tinha sido pego.

- Que desvio? - Perguntou Mei.

- Ei queria pegar meu notebook que roubaram de mim no dia que me sequestraram. Mas pensei direito, se eu o pegasse, iriam saber, e também quem teria sido. Eu colocaria até vocês em risco.

- Certo, ainda bem que deu tudo certo. Eu passei esse tempo afastado de vocês porque tive um ataque de ansiedade, entrei em pânico, nunca tive isso, mas ao me ver sem poder fugir, confrontei a minha professora e a diretora. Deixei as coisas acalmarem mais e eles me mandaram esquecerem para poder voltar a falar com vocês novamente.

- Estão perdoados, agora fala do plano que teve. - Disse Mei.

- Bom, será perigoso, mas é a única coisa que consegui pensar.

- Diga o que planejou e nós 3 juntos vamos ajustar e deixar seu plano impecável. - Falou Chan.

- Nós sabemos que fugir de dia é impossível, pois existe vários guardas e estaremos trancados vigiados pelos professores e daqui uns dias também pelas câmeras. Pela manhã teríamos que ter uma grande distração, algo tão grande que conseguisse retirar os professores das salas.

- Um incêndio serviria? - Perguntou Mei.

- Isso é um bom plano, mas como um de nós conseguiria sair da sala sozinho? - Perguntou Mike.

- Não tem como, até para irmos no banheiro alguém vai conosco. - Respondeu Mei.

- Então a única opção de fuga é pela noite, como Chris e Jason fizeram.

- E o animal? - Perguntou Chan.

- Esse é o problema. Parece que confiam tanto nesse bicho que deixam a vigilância do lado de fora do orfanato durante à noite com ele. Se pudéssemos fazer algum tipo de armadilha, mas não podemos nem sair. E ainda tem o jardineiro, que pode nos ver e nos denunciar.

- É verdade, se o monstro não nos ver, ele também deve ser um vigia. - Disse Mei.

- O que devemos fazer é o simples, pegar alguma coisa que sirva de arma, tapar o nosso nariz para não sermos pego pelo cheiro que o animal ou monstro exala, e não ficarmos desorientados. E o mais importante, ficarmos juntos.

- Isso não é um plano, é suicídio. - Retrucou Chan.

- Prefere servir de comida ou como experimentos científicos aqui? - Perguntou Mike.

- Não falei que não iria, só mandei a realidade.

- Prefiro morrer tentando fugir daqui, do que ficar aqui nessa prisão assustadora. - Falou Mike de cabeça baixa e determinado a sair.

- E o que faremos com relação a grande velocidade do monstro? - Quis saber Mei.

- Quando estou crio coragem para seguir o plano, lá vem ela voltar a me acovardar. - Falou Chan.

- Tinha me esquecido dessa parte, pensamos nisso depois, cada um dá uma ideia, amanhã faremos outra reunião.

O plano tinha que ser perfeito, caso contrário iriam sofrer consequências graves. Mei não queria enfrentar o monstro, e ela tinha suas razões, não sabiam quase nada sobre ele. Não falou nada porque os meninos já tinham planejado tudo.

Mei enquanto estudava viu da janela de sua sala um furgão parando em frente ao orfanato, e teve uma grande ideia. Esse furgão era do pessoal que fazia a manutenção das câmeras, vieram concertá-las. O tempo estava ficando cada vez mais curto, a fuga tinha que ser logo.

Mais tarde, quando todos estavam dormindo, eles 3 foram novamente se reunir, cada um com o seu plano para derrotar o monstro. Mike começou dando sua ideia.

- A ideia que eu tive foi a seguinte, não sabemos nada sobre essa criatura, certo!? Então devemos soltar pregos e tudo que tiver ponta afiadas no chão e atrair ele para pisar nas armadilhas, isso vai ferir as patas dele e poderemos o atacar matando-a.

- Nossa, esse plano é ótimo. - Disse Chan.

- E o seu plano, Chan? - Perguntou Mike.

- O meu é um pouco mais pirotécnico. sairmos andando e jogando gasolina ou algo inflamável no chão, quando a criatura vier, nós acendemos o fogo e queimamos tudo. Dessa maneira vamos causar uma grande confusão, eles vão se preocupar em apagar o fogo e vamos conseguir fugir.

- O seu também é muito bom, melhor ainda se juntarmos os dois. - Falou Mike.

- E o seu plano, Mei? - Fez a pergunta Chan.

- O meu é bem mais simples do que o de vocês, e tem muito mais chances de dar certo.

- Pois então diga.

- Primeiro eu gostaria muito de fazer uma pergunta aos dois, como iriam conseguir todas essas coisas?

- Se conseguimos vir para o refeitório, comer o que quisermos sem que ninguém suspeite de nada, vamos conseguir ir procurar essas coisas, afinal, você abre qualquer porta. - Explicou Mike.

- Nessa parte você está certo. Mas tem um porém.

- Qual?

- Hoje vieram dois homens concertar as câmeras.

- Sério!? Então temos que ser rápidos. Falou Chan.

- Eu tive uma outra ideia, uma que não envolve lutar contra monstros.

- E qual é a sua ideia?

- De fugirmos dentro do carro das pessoas que vem aqui prestar algum serviço.

- Isso também pode funcionar. Mas não sabemos quando e nem que horas eles vão voltar. - Argumentou Mike.

- Não precisa ser necessariamente no que chegou hoje, vamos observar quais os carros vem aqui e montamos um plano de fuga dentro de um deles.

- Eu voto no plano da Mei. - Falou Chan entusiasmado.

- Você só concordou com esse plano porque aparentemente é menos perigoso.

- Exatamente! - Concluiu Chan.

- Também gostei desse plano, mas será que eles não possuem algum plano também contra isso? Acho que eles já pensaram em algo, algo me diz que já tentaram isso várias e várias vezes. Esse plano é bem óbvio.

- Só vamos saber se tentarmos. Falou Mei.

- Mas só teremos uma tentativa. - Afirmou Mike.

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