Capítulo 11: Tentativa de fuga

As crianças continuaram tentando entender o que acontecia naquele lugar.

- Será que realmente é um alienígena? - Perguntou Chan.

- Não viaja. A minha opinião é que ele é alguma mutação genética. - Argumentou Mei.

- Não é uma teoria ruim. Será que estão fazendo alguma experiência científica aqui? - Perguntou Mike.

- Caramba, e estão usando as crianças para isso? - Completou a pergunta Mei.

- Isso está ficando cada vez mais bizarro. Temos que fugir daqui logo. - Falou Chan com um pouco de medo.

- E as outras crianças? - Questionou Mike.

- Não dá para fugir com todas, o melhor que podemos fazer é fugirmos e procuramos ajuda. - Disse Mei.

- É o melhor que podemos fazer. - Completou Chan.

Era a hora de voltar para as camas, e antes de ir, Chan pegou um salgadinho e um biscoito, era o pagamento pelas outras informações. À noite foi cumprida, o medo rodeava a mente e o coração daquelas crianças. Eles nunca estiveram em nenhum lugar parecido.

Era quase impossível uma fuga pela manhã, e pela noite existia um animal que devorava os que fugiam. E esperar para os usarem em alguma experiência ou alimentar o animalzinho de estimação deles não era uma boa ideia.

Mike se arrependeu profundamente por ter fugido da base do exército. E Mike lembrou-se o motivo de sua fuga, que era de encontrar seu pai. E também pensou se já havia acabado a guerra e quem teria ganho. Já havia passado uma semana que ele estava lá, não tinha TV, rádio e nem celulares.

Esses aparelhos só tinham para a diretora, alguns guardas e professores. Crianças não tinham acesso a nada disso. Pareciam ovelhas sendo preparadas para o abate. Mike chorou até dormir e acordou com o som do alarme.

Ele não entendia o motivo das crianças não poderem conversar uma com as outras. Durante a aula, Mike levantou a mão e perguntou a sua professora:

- Me desculpe professora, mas eu sou novato aqui e não entende uma coisa, por que as crianças não podem conversar entre elas?

As crianças se assustaram com a pergunta do Mike, parecia que ele estava afrontando a autoridade dos adultos. A professora disse:

- Mas vocês podem, só não pode ter conversa que não vão fazê-los crescer mentalmente.

- Desculpa novamente professora, mas somos apenas crianças.

A professora se irritou e saiu, todos ficaram muito assustados, sabiam que Mike iria ser punido por suas perguntas. Quando a professora voltou, ela falou para o Mike ir na diretoria, a diretora Sheila queria vê-lo. Ele foi andando e pensando que tudo para ele estava acabado, ele seria a próxima vítima de experiências.

Quando chegou, a diretora sorriu e pediu para ele sentar.

- O que está acontecendo meu filho?

- Nada, eu só fiz uma pergunta. A professora que surtou.

- Você não pode sair fazendo perguntas e perturbando a ordem da sala de aula.

- Mas foi uma pergunta simples, sem maldade, não queria perturbar nada.

- Vou te explicar o motivo das crianças não poderem conversar uma com as outras. Quando crianças começam a fazer tudo que querem, elas não respeitam nada e nem ninguém, fica difícil de ensiná-las. Estamos tentando transformar pequenos vândalos em pessoas boas, com um futuro grandioso. Conversas fora do contexto do ensino, atrapalham muito a mente de vocês.

Tudo o que ela falou tinha sua dose de verdade, e ele não poderia pedir para deixar ele e seus amigos conversarem, isso seria um tiro no pé. Iriam vigiar tudo que eles falassem, seriam um alvo fácil e saberiam de todos os seus planos. Caso aceitasse o seu pedido.

Mike tinha que acalmar sua ansiedade, agora iriam ficar de olho nele. Seu ataque de pânico o deixou visível, isso era um grande problema. Nunca havia acontecido isso, o motivo era que ele se viu preso e sem chances para uma fuga.

A professora o mandou novamente para a aula e o mandou pedir desculpas para a professora e seus colegas e prometer que nunca mais perturbaria a ordem em nenhum momento, e assim o fez.

Como estaria de olho nele até às coisas se acalmarem, não queria ter contato com Chan e com a Mei. A última coisa que ele queria era colocar um alvo nas costas dos seus amigos também. Então durante algum tempo ele saia e não esperava pelos papéis.

Chan se encontrou com Mei e conversaram sobre o que estaria acontecendo com o Mike.

- O que está acontecendo com o Mike, você sabe de alguma coisa? - Perguntou Chan.

- Eu não sei de nada. - Respondeu Mei.

- Será que ele desistiu?

- Não sei, acho que é a resposta mais provável.

- Ele não quer mais contato conosco, fica fugindo da gente e não aparece mais em nossas reuniões. - Falou Chan.

- Mas alguma coisa me diz que ele está fazendo isso por algum motivo, acho que pode está nos protegendo de alguma coisa.

- Será? Ou ele apenas estar com medo?

- Vamos esperar uma resposta dele, se ele não quiser mais ser nosso amigo, vamos só nós dois então.

As 3 crianças deram um tempo nas reuniões e nos contatos, mantiveram distância até Mike falar o que estava acontecendo. Depois de algum tempo, Mike colocou dois papéis nas bolsas de Mei e Chan. Quando eles viram ficaram muito felizes, eles haviam se tornado grandes amigos, mesmo sem nem perceberem.

Nos papéis estava escrito que ele, Mike, havia se afastado por causa que não queria causar problemas para eles 2 também. Mike tinha tido um surto de ansiedade e havia ido contra as regras do orfanato, e agora estavam de olho nele. Se ele mantivesse contato com eles, iriam ficar de olho neles também.

E que era para eles continuarem tento esperança, tudo ia dar certo. Ele iria passar mais um tempo afastado, ainda não era hora de voltarem a se verem, poderiam estar o seguindo ou o espionando. Mas ele tinha um plano de fuga.

Restavam esperar, não poderiam arriscar nada agora. Continuaram suas vidas normalmente até o Mike os chamar. E o tão esperado dia chegou, Mike colocou um papel escrito "reunião" na bolsa deles. O plano de fuga iria começar.

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