Capítulo 11

      Agora mais aliviado e empolgado em cumprir a missão, Lucas está convicto e confiante em prosseguir.

— Excelente, excelente! A minha capacidade de fala foi mantida, chupa bolsona… opa espera me empolguei demais. E agora, a partir de hoje, tenho meu PRÓPRIO ÔNIBUS! Não tenho mais que dar lugar para idoso nos ônibus e nem me apertar nele! — Ele fala muitas coisas consigo mesmo, não contendo a empolgação.

       O sistema 'O Gastador' lhe aparece apresentando coisas importantes em seu holograma.

..."A primeira missão está concluída....

...A segunda missão: Usar o veículo comprado para vencer a corrida clandestina nas ruas do Parque do Carmo. Horário de início: 23 Horas"...

    Lucas fica de cara no chão só ler a segunda missão, quando acha que as coisas estão melhorando só piora.

— Correr com um ônibus… Eu tô lascado — Sua voz mal sai de seus lábios, ele está em pânico por dentro.

— Além disso… EU NEM TENHO CARTEIRA DE MOTORISTA — Desespero tomou conta do garoto, a punição que ele pode receber pode ser altíssima, e no fundo é esse o motivo do seu desespero.

     E quando menos espera, passos são ouvidos próximo a ele. É ela, a Sicily.

— Eu tenho — Confirma ela, relacionando a questão sobre a carteira de motorista que Lucas estava desesperado por não ter uma.

      O garoto leva um pequeno susto com a moça atrás dele. Seus olhos brilham ao se virar para ela.

— CILY, QUE BOM QUE VOCÊ TÁ AQUI! Por favor me ajude a avançar para próxima rodada  — Ele vai correndo se ajoelhando e abraçando a Sicily, extremamente animado e aliviado por ela está bem ali na sua frente.

— Bem, Lucas eu… Até posso mas… Você está bem animado aí e não percebeu que está com a sua mão na minha bunda — Lucas dá um sorriso sem graça e chega a ficar pouco sem jeito, ele se afasta da moça imediatamente e sobe na porta do ônibus no piscar de olhos. Sicily continua parada esperando o que ele irá dizer.

— Cily, está ficando tarde. Chega de conversas, vamos meter o pé daqui. — Ele conclui entrando no ônibus, e a Sicily entra no veículo, prontos para prosseguir na missão.

…..

     Aos arredores do Parque do Carmo

     Próximos à entrada do Sesc de Itaquera, carros estacionados, a grande maioria modificados e tunados, jovens se reúnem toda a noite para curtir e tirar rachas. A polícia e os seguranças do local raramente aparecem por ali, parece até mentira, mas é uma brecha que ele encontraram para se divertir. Não é sempre que tem essas festas e rachas neste local, cada semana e mês é um lugar diferente, tudo para poder se despistar da polícia e não deixar rastros.

— Eu modifiquei meu carro ontem. É acelerado com nitrogênio líquido agora, impossível você me alcançar hoje — Um dos jovens todo orgulhoso falando de seu carro, confiante que essa noite será dele.

— Se liga parceiro, seu carro quebrado não está qualificado pra pegar meu escapamento — Com seu uniforme de piloto, vermelho com listras brancas, Pablo responde o seu colega rindo dele.

— Espera aí, você não é o tal do Pablo daquela universidade? Ouvi dizer que cê foi humilhado  e ninguém gostou dos lanche que ofereceu, é verdade? — O deboche do rapaz tira o Pablo do sério, que rapidamente o segura pela gola da camisa.

— Seu… — Antes que ele pudesse dizer mais uma coisa, alguém o chama atenção.

— Calem a boca — Uma linda jovem interrompe o momento dos dois, a misteriosa piloto de máscara, uniforme com cores branco e preto, pouco justo mas não revela tanto do seu corpo, com seus cabelos negros jogados ao vento, olhos puxados que hipnotizam qualquer rapaz que as ver. 

— É a deusa da corrida — Solta o jovem que debochava do Pablo, admirando a linda moça que chegou para a corrida. — Uma das lendas das ruas de São Paulo, onde tem corrida, surpreende. Ela dirige um carro totalmente branco chamado "Cair da Lua" — Ele continua falando enquanto a Deusa da Corrida entra em seu carro, completamente focada e séria para começar a corrida.

— Chega de falar besteira. Comecem a corrida. — Seu tom é seco, todos a respeitam e começam as preparações para iniciar a corrida.

     Pablo fica a olhando pensativo, com leve sorriso malicioso em seu rosto "Dizem que o vencedor pode tirar a máscara dela e ver seu verdadeiro rosto. Preciso pegar ela hoje… No bom sentido é claro" ele se vira para a galera.

— Todos os corredores estão aqui? — Ele faz a pergunta e todos que estão preparados o olham com atenção, mas uma forte luz surge na sua frente, fazendo ele quase não enxergar nada, e a luz acompanha um forte barulho de motor.

— AH MEU DEUS MEUS OLHOS — Pablo leva suas mãos aos seus olhos para cobri-los da forte luz.

— EU AQUI, TÔ PRONTO CAMBADA, VAI CORINTHIANS! — No meio de tantos carros tunados e estilosos, Lucas chega com ônibus pronto para começar a corrida. A cena chega ser ridículo, mas o jovem está todo animado e empolgado para essa noite. Os pilotos, já na linha de largada, estão tentando entender toda essa situação, um ônibus numa corrida de rua? É uma piada.

      Sicily está no comando do volante do veículo, e se encontra apreensiva, nervosa, é uma corrida e a missão para dar certo depende praticamente dela para o Lucas poder prosseguir "É a primeira vez que dirijo um ônibus em uma corrida. Isso é meio constrangedor"  seus pensamentos são agitados, e a vergonha de está nessa situação é incômoda. E Lucas está todo sorridente, nem imagina o que a Sicily tá sentindo.

— Lucas Souza… Você de novo seu careca desgraçado. — A paz e a alegria de Pablo acabam ali ao ver o Lucas. Lembranças da cantina retornam à sua mente.

     O ônibus pára na linha de largada, juntamente com outros carros. Lucas está todo sorridente para a galera. Ele abre a janela e ver o carro da Deusa da Corrida, o "Cair da Lua". A moça retorna o seu olhar para o garoto, seus olhos são frios para ele.

— Mascarada? Ela é tão misteriosa. Vou usar minha visão de Raio-X — Lucas fala consigo mesmo, ativando o seu Raio-X, e o rapaz se surpreende com a pessoa por trás da máscara.

— Cacete…Ela é…A garota mais bem comportada e linda da nossa universidade! A Bárbara? — Ele fica realmente surpreso em saber quem é, jamais imaginava que fosse essa pessoa por trás da máscara.

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