Capítulo 12

"Bárbara Rodrigues, a deusa de toda rapaziada da nossa Universidade. Ela é de uma família rica e tem uma aparência linda. Um belo corpo, tira boas notas, habilidades atléticas incomparáveis. E a sua marca registrada é… Um sorriso gentil e doce. Eu jamais imaginava encontrar ela aqui na corrida" Lucas reflete sobre a Bárbara em seu íntimo, olhando para ela pela sua janela do ônibus.

— O que você está olhando idiota? — Lucas treme ao ouvir ela dizer isso, ele se ajeita no seu banco todo sem graça. Mas rapidamente ele solta um sorriso, como se tivesse gostado desse jeito dela. Mesmo ela sendo assim toda durona, continuava linda.

— "Não imaginei que ela tivesse esse lado dominador" — O tom da voz, bem baixo ao ponto da Sicily não ouvir, esconde uma certa malícia por trás desse seu pensamento.

Os carros já estão prontos. Roncos dos motores prestes a soltar a largada. Dois jovens ficam à frente dos carros. Ambos levantam a mão.

— EM TRÊS…DOIS….UM…..JÁ — Os pilotos aceleram seus carros com uma absurda velocidade.

A galera que está somente assistindo vai a loucura e os carros se espalham pelas ruas tentando ultrapassar um ao outro. Nessa bagunça toda, o ônibus do Lucas ainda está parado ao lado do carro da Bárbara, enquanto Pablo prepara seu carro para partir "*Correr com um ônibus de merda? Ele é louco*?" Pensamentos giram em torno do jovem vendo aquele veículo numa corrida dessa, enquanto Lucas apenas curte o momento, com sensação de completa segurança nessa corrida.

Pablo não quer aceitar ser derrotado pro Lucas novamente, ainda mais com um veículo que ele está, um ônibus! Isso será o cúmulo caso perca, ele não vai deixar que isso aconteça, nem que isso talvez custe sua vida, nem que ele chegue em quarto e Lucas em quinto. Ele quer ficar na frente dele, vencer de algum jeito, não importa como.

— Ah e Lucas Souza, desta vez te esmago, otário — Pablo dá o sinal com as mãos para fora do carro em direção ao Lucas, que o ignora. O carro de Pablo vira à esquerda e desaparece pelas ruas escuras, o ronco do seu carro se tornou distante conforme ele se afasta mais e mais, dando um certo eco.

Todos já foram, sobrou apenas Lucas e Bárbara ainda na linha de partida, com seus motores ligados apenas. Ambos sozinhos, com os gritos ensurdecedores da galera assistindo a corrida e se retirando aos poucos do local com seus carros, entrando numa outra rua para não atrapalhar os pilotos. Muitos debochando e zuando o ônibus, mas Lucas não liga para isso, ele joga toda sua atenção na linda moça mascarada.

— Fala oh Sub-Zero! Porque você não liga o motor gata? — Pergunta Lucas pra jovem garota, que se encontra tranquila na banco, sem pressa alguma enquanto ver outros pilotos sumindo pelas ruas.

— Fiz um acordo com o árbitro de que começaria cinco minutos depois. Caso contrário intimidaria eles. — Ela responde prontamente o Lucas, sem olhar em seu rosto. A sua postura é firme, demonstrando um grande ego por essa sua habilidade nas pistas. Para ela é mais natural que respirar, essas corridas a fazem bem, todos a idolatram e com razão.

— Ok vou te esperar então — Lucas continua essa breve conversa, pouco sem jeito e com leve nervosismo. Lucas nunca correu antes é a sua primeira vez, e nem é ele que está dirigindo, é a Sicily, que literalmente é a sua salvação dessa missão. Ela nem fala nada com ele, apenas quieta e concentrada em iniciar logo a corrida.

— Há? Vai abrir mão da entrada de quinhentos mil dólares? Não são Reais, são Dólares, vai largar mão disso? — Bárbara pergunta indiferente para o Lucas, não demonstra emoção em cogitar que ele estaria largando mão dessa grana toda.

— São apenas quinhentos mil dólares. Não é grande coisa. Devemos manter um perfil discreto — Ele diz com seus braços apoiados na janela do ônibus, esbanjando sorriso para garota "De qualquer forma, o dinheiro é dado pelo sistema. Não posso gastar com outras coisas" Lucas chora por dentro ao se lembrar desse pequeno detalhe.

— Além disso parça… Esses quinhentão não será desperdício hein. Afinal, ainda não está decidido quem vai rir por último né. — Ele solta uma leve risada, e Bárbara continua indiferente sem olhar para o Lucas. Ela aprecia o motor de seu carro, a voz do garoto chega ser ruídos para ela.

— Você realmente acha que um ônibus sem modificações pode vencer a corrida? — A pergunta foi dita por ela com tom distante e sem preocupação alguma. Afinal, não será um problema, ela vai vencer facilmente esse garoto com seu ônibus ridículo.

— Elaborei um excelente plano. — Ele responde com seu jeito todo debochado, demonstrando segurança, chegando ser difícil segurar o sorriso. — Eu não sou fácil de vencer, vai vendo gata, eu joguei muito Need For Speed e fui campeão Mundial no Gran Turismo. — Ele continua falando, e nisso a Bárbara olha para ele "Lucas Souza? A celebridade recente na Universidade?" Aos poucos ela vai o reconhecendo.

Já deu cinco minutos. Bárbara e Sicily aceleram seus veículos iniciando a corrida.

— Me deixe ver o que você consegue — Bárbara fala consigo mesmo acelerando o seu carro.

Ambos juntos viram a esquerda, pegando a descida da rua vazia e escura. O carro dela vai a frente pegando uma certa distância.

— Vamos iniciar o plano Cilyzinha! Até eu ganhar o jogo — Sicily, concentrada no volante, se mantém focada na corrida.

— O primeiro passo, é a etapa mais crítica. — Lucas tira o celular do bolso, e faz uma ligação. Até que alguém no outro lado da linha atende e ele se prepara para elaborar o plano com a misteriosa pessoa do telefone.

— Boa o plano vai funcionar, quem gostou bate palmas, quem não gostou paciência. — Falando consigo mesmo, ele se prepara para executar o plano, se ajeita no banco tranquilo com celular em seu ouvido.

— Algumas pessoas se reuniram aos arredores do Parque do Carmo, e estão competindo em uma corrida de rua — Lucas faz sua denúncia, iniciando assim o seu grande plano para poder vencer a corrida.

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