Ao terminar meu banho, coloco um pijama e me sento em frente à minha penteadeira. Passo a escova devagar pelos meus cabelos longos, quando de repente vejo o reflexo da Lucy no espelho.
"O que você quer?" - pergunto, surpresa.
Ela solta uma gargalhada. "Quero muitas coisas, e uma delas é que você fique longe do meu homem!"
"Está com ciúmes, Lucy?" - questiono.
Ela me olha com desdém. "Eu, com ciúmes de você? Nunca! Em breve serei esposa do Liam."
"Ótimo, agora sai do meu quarto!" - ordeno.
"Eu vi a sua cara de decepção quando subiu as escadas, pobre garotinha apaixonada", provoca Lucy.
Sinto minha bochecha arder de raiva. Puxo-a para fora do meu closet, levando-a até a porta. Ela grita, fazendo cena...
"O que está acontecendo aqui?" - pergunta William, aparecendo na porta.
Lucy faz uma cara dissimulada, que eu conheço bem, sempre faz esses truques para fazer William brigar comigo.
"Amor, eu vim chamar ela para se juntar a nós no jantar, ela me machucou", diz Lucy, mostrando seu braço direito com arranhões.
William olha para mim com desconfiança. "Aylla, está louca? Por que fez isso com a Lucy?"
"Eu não fiz nada! Sua mentirosa!" - respondo, indignada.
"Amor, eu juro que quis ser gentil com ela, mas ela disse coisas horríveis. Falou ser sua verdadeira esposa, eu te avisei que está apaixonada por você", mente Lucy.
"Chega!" - interrompe William.
Minha vontade é de pular em cima dela. Como ela pode ser tão falsa?
"Desça para jantar, Aylla. Não quero que meu avô diga que estou negando comida a você", diz William, olhando para Lucy. "Vem, querida, vou cuidar desses ferimentos", ele a puxa para longe.
"Cobra..." - murmuro, fechando a porta com raiva.
Termino de pentear os meus cabelos e desço de pijama, já que estamos em família.
"Demorou, já jantamos", comenta William.
"Melhor ainda", respondo baixinho.
"O que disse?"
"Nada." Os dois sobem as escadas e eu vou para a cozinha. Marta está de costas. Abraço-a por trás e escoro minha cabeça em suas costas.
"Minha menina, não vai jantar?" - pergunta Marta.
"Perdi a fome com aqueles dois aqui", respondo.
"Esquece eles. Fiz o seu prato preferido como pediu", diz Marta, mostrando a lasanha.
Aquele cheirinho delicioso abre o meu apetite. Pego um pedaço e coloco no meu prato.
"Não vai me acompanhar?" - convido Marta.
"O Sr. William está em casa, ele não vai gostar", responde Marta, temerosa.
"Eu também mando nessa casa, Marta. Se ele pode trazer a sua namorada para cá, você pode comer junto comigo", digo, puxando a cadeira para ela.
Marta senta com medo de que William apareça a qualquer momento. Coloco um pedaço de lasanha em seu prato.
"Ele não vai aparecer agora. Deve estar puxando os cabelos daquela cobra", digo.
Marta ri. "É uma pena que o Sr. William não perceba que tem uma esposa linda de bom coração ao seu lado."
"Faltam apenas seis meses, Mar. Depois estarei livre dessa família."
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Aeroporto...
saio do meu jantinho particular, exalando confiança
— Cheguei, gatinhas! — digo, caminhando
Noah levanta uma sobrancelha, interessado.
— E aí, vai para a casa dos seus pais? — ele pergunta.
— Não, eles não sabem que eu cheguei. Falei que chegaria amanhã. — respondo.
— Josh avisou que hoje tem a inauguração do clube novo. — Noah comenta.
Fico pensativo.
— Não sei se devo ir. — admito.
Noah olha para mim, curioso.
— Por causa dos seus pais? — ele pergunta.
Dou um suspiro.
— Não, pior, a mulher do Josh. Cara, estou fugindo dela. Isso tem sido um desafio. Ela é gostosa demais e está sempre se esfregando no meu amigo aqui. — confesso.
Noah ri, concordando.
— É uma safada, e muito deliciosa. — ele diz.
Coço a cabeça, preocupado.
— Essas são as que dão mais trabalho. Não quero estragar minha amizade com ele. — comento.
Noah balança a cabeça, compreensivo.
— Não sei o que lhe falar. A mulher é uma verdadeira tentação. — diz ele.
Abro a porta do meu carro, pronto para ir embora.
Noah — Se não quiser, eu quero!
— Toda sua. — Entro no meu carro e acelero. Noah é meu amigo desde a época do colegial, agora é meu sócio. O motivo da minha volta é que quero abrir uma nova filial aqui. Fiquei quase 5 anos longe de casa. Falo apenas com a minha mãe; eu não sou muito próximo do William, meu irmão mais velho, que é seis anos mais velho do que eu. Tenho 27 anos e soube que ele casou, mas nunca quis saber quem é a mulher. Só sei que quem escolheu foi meu avô. Coitada da mulher.
A minha família é assim: eles escolhem o nosso destino. Eu fui o único que não aceitei. Queria muito mais do que ser um fantoche nessa família.
Tenho a minha empresa e sou um dos milionários mais jovens do país. Comecei de baixo e, claro, tive apoio, e uma dessas pessoas foi a minha avó, que faleceu. Ela era a única que prestava na nossa família. Sinto a sua falta, minha avó amada.
William faz tudo o que o meu avô e meu pai mandam. Eu não duvido que esse casamento foi por negócios. Sinto pena da escolhida; o meu irmão é um cara antipático, arrogante e frio.
Sigo o caminho para a minha casa. Quero trocar de roupa e sair para uma nova caçada. Eu dormi uma vez com uma mulher, não quero ter nenhum relacionamento e não pretendo casar. Tudo isso é perda de tempo.
Há muito tempo, me apaixonei por uma garota na época do colegial. Ela era a garota mais linda da escola e mais nova do que eu. Eu estava no último ano. Passei metade do ano inteiro querendo conversar com ela, embora naquela época eu fosse o mais popular e as meninas caíssem aos meus pés. De alguma forma, eu tinha vergonha. Ela era como inalcançável para todos, e os seguranças não deixavam ninguém se aproximar.
Até que, em um dia muito chuvoso, lá estava ela, fora da escola, esperando o seu motorista, com os olhos vermelhos. Seus seguranças não estavam por perto. Buzinei e abaixei o vidro.
Flashback on...
— Quer carona? — Ela olhou para trás e para os lados.
— Está falando comigo? — Ela perguntou confusa.
— Sim!
— O meu motorista já vai chegar. — Aquele momento era importante; eu não podia perder.
— Eu não mordo, ah! Não ser que queira...
— Convencido! — Ela sorriu e deu a volta por trás do carro e entrou.
— Onde mora?
— Não sei se ainda tenho casa.
— Dia péssimo?
— Piores dias... — Ela fala desanimada.
— Quer ir em algum lugar?
— Pode me deixar nesse endereço? — Ela mostra um papel com o endereço.
— Sei onde é.
— Se não puder, vou entender... — A voz dela é tão doce.
— Eu posso sim. — Falo com as mãos no volante. O caminho todo foi silêncio. Chegamos no endereço.
— Obrigada.
— Posso te esperar se quiser.
— Não, eu não quero incomodar.
— Vou esperar. — Ela assentiu com a cabeça e saiu do carro. Ela corre para a porta de uma casa simples e bate. Um rapaz sai e os dois se abraçam; eu fico com ciúmes. Eles entram, ela demora uns 20 minutos e sai da casa, entra no carro.
Flashback off...
Estaciono o meu carro, o celular toca "Mãe📳". Não vou atender; ela quer saber o horário que vou chegar. Eu não odeio a minha mãe, só penso que ela é fraca e aceita tudo o que o meu pai faz.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Gloria Katia Baffa
Será o cunhado novo amor dela?
2025-04-08
0
Ana Lúcia De Oliveira
Será ela no passado?
2025-04-14
0
Giih.Oliver🦋
sou mais o cunhado 🤭💙
2024-10-17
0