Bônus - Igor

Semanas depois...

Igor

-Mais uma dose, por favor! - pedi ao barman.

A semana foi dureza. Essa merda toda envolvendo o George e o Diogo, está me tirando o sono. Quando era só eu e o Felipe no meio dessa loucura, não me preocupava tanto, mas agora tem a Lari no meio disso tudo. Eu amo aquela pirralha como se fosse uma irmã mais nova, e não quero que nada de mal aconteça a ela.

Eu sou um cara desencanado, sorriso fácil, extrovertido...mas na verdade, tenho lembranças do meu passado que me machucam muito, e hoje elas resolveram voltar com força total.

Eu nasci no Brasil, mas quando eu tinha 5 anos, meu pai foi transferido, a trabalho, para os Estados Unidos. Até aí, tudo normal. Éramos só nós dois, pois minha mãe faleceu meses depois de eu ter nascido. Ela era brasileira e meu pai se apaixonou por ela em uma de suas viagens.

Eric Stewart era um paizão. Sempre parceiro, mas suas longas viagens de trabalho me fizeram ser independente desde muito jovem, pois na maior parte do tempo, eu ficava com uma tia já idosa, que cuidava de mim.

Uma noite, ouvi uns barulhos estranhos no andar de baixo. Desci as escadas e foi então, que descobri a real profissão do meu pai. Ele estava ferido, dois tiros no braço e um no abdômen. Aquilo me apavorou por um instante, mas logo eu já estava o ajudando a remover as balas e ligar para uma enfermeira de confiança, que cuidou dos ferimentos e fez as suturas necessárias.

Esperei ele se recuperar e me contar a verdade. Foi aí que descobri que meu pai era um agente de elite. Seu trabalho era se infiltrar e recolher informações das principais organizações criminosas. Mas ele foi traído e descoberto, preso e torturado. Sua equipe de apoio chegou minutos antes de ele ser executado e ele chorou abraçado a mim, me pedindo perdão, por ter me escondido isso por anos.

Naquele dia, meu pai decidiu deixar a agência em que trabalhava. Vivíamos bem, e um dia, quando estávamos voltando pra casa, paramos em um café bem legal, com um clima bem diferente, mais acolhedor. Ali começava a verdadeira mudança nas nossas vidas. Meu pai, que nunca se relacionou seriamente com mulher nenhuma depois da minha mãe, se encantou pela tia Diana.

Foi muito bom ver o meu velho, todo sério, sorrindo novamente. Ele teve que suar a camisa pra conquistar a amada, pois a tia Diana não facilitou pra ele, mas após meses de insistência, os dois acabaram se entendendo. Daí nascia a minha amizade com o Felipe.

Eu sou 3 anos mais velho que ele, na época ele tinha 15 anos, e eu 18. Foi uma amizade natural, espontânea. Nos demos bem logo de cara, e sempre fazíamos coisas juntos, e quando perguntavam, dizíamos que éramos irmãos, pois pra nós, era como se tivéssemos nos conhecido a vida toda, o amor era verdadeiro, como de um irmão.

Eu comecei a me interessar pelo trabalho como agente, e meu pai logo foi contra, mas a tia Diana o fez entender que eu só queria seguir os passos dele. E pra nossa surpresa, o Felipe também quis seguir o mesmo caminho. Meu pai nos treinou durante muito tempo, até estarmos prontos para o recrutamento de novos agentes.

Entramos juntos, eu com 21 anos e o Felipe com 18. Ele foi o agente mais jovem da nossa turma. Ficamos mais com trabalhos simples e burocráticos, já que nós dois fazíamos faculdade. Era corrido pra caramba, mas era nosso sonho, e pra mim, era mais especial, pois estava seguindo a carreira do meu pai e junto com meu irmão.

Anos depois estávamos formados e nosso trabalho de campo começou. Eram missões simples no início, mas como éramos bons em entrar despercebidos e sabíamos atirar bem, fomos enviados para trabalhos mais intensos, e com isso, mais perigosos. Nossas identidades eram sempre falsas, e nossa família tinha que ficar dias sem notícias, pois não era seguro manter contato durante as missões. Em uma das missões, um antigo "parceiro" do meu pai me reconheceu, pois éramos muito parecidos fisicamente.

O cara era corrupto, nos entregou pro chefe de um cartel, e eu e Felipe fomos presos e torturados. Não sabemos como, mas o miserável conseguiu avisar ao nosso pai, que foi numa missão suicida, tentar salvar os filhos. Quando ele nos encontrou, estávamos quase mortos. Ele nos soltou e nos ajudou a fugir, mas estávamos muito feridos e não conseguimos evitar que ele fosse baleado. Ele morreu dias depois, no hospital. Mas antes de morrer, nos disse que éramos o orgulho dele, que ele foi muito feliz por ter dois filhos corajosos e honrados, mas que queria algo melhor pra nós e que deveríamos prometer largar a vida de agentes e seguir outro caminho, porém sempre juntos, como irmãos, um apoiando e cuidando do outro.

Assim nós fizemos. O Felipe criou uma pequena empresa e eu o ajudei. Fomos crescendo juntos, e eu criei uma academia de treinamento para seguranças. Sempre lado a lado, meu irmão queria que eu fosse seu sócio, mas eu preferi ficar como uma espécie de secretário pessoal e hoje cuido pessoalmente da equipe de segurança da nossa família. Ninguém, além do Felipe e da tia Diana, sabiam da nossa real história. Achamos que era mais seguro assim. Mas agora tem aquela baixinha, e não dá pra esconder nada dela, até porque, o Felipe a ama tanto que me convenceu a contar tudo.

Ela realmente leva jeito pra atiradora, em um mês de aulas comigo, a pirralha aprendeu e está quase tão boa quanto o Felipe e eu. Estamos orgulhosos dela, mas esperamos que ela nunca precise pegar numa arma pra se defender. Porque aquela pequena nos defende com unhas e dentes e não me admiraria se ela se metesse no meio de um fogo cruzado por nossa causa.

O tal agente corrupto que nos entregou, anos atrás, é o George. Ele sumiu por anos, e agora infelizmente nos encontrou e quer nossas cabeças. Mas nós estamos ligados e atentos. Os negócios do George agora envolvem esquemas de corrupção e fraude empresarial. Ele tentou dar um golpe no grupo Donartti, mas nossa equipe conseguiu identificar e neutralizar a tempo. Agora eu e Felipe é que estamos na cola dele e quando o pegarmos, ele vai pagar pelo que fez ao nosso pai.

-Não me esperou porque? Vacilo seu! - ouvi a voz do Felipe, que se sentou na banqueta ao meu lado.

-Você agora tem a baixinha, não quis atrapalhar...

-Ei, eu estou casado, não parei de viver não. E você não atrapalha...somos irmãos, e sempre bebemos juntos nessa data.

Hoje seria aniversário do nosso pai. Desde a morte dele, nós dois saímos pra beber nessa data, enchemos a cara até o dia amanhecer. Depois nossos seguranças e amigos, John e Will nos levam pra casa, levamos uma bronca da tia Diana, ela nos coloca no banho gelado, nos dá um café e dormimos o dia inteiro. E é assim há 10 anos. É o nosso jeito de afogar as mágoas e nos esquecer um pouco da dor de ter perdido o homem que foi nosso exemplo de caráter e honestidade. Ele morreu por nós, pra nos salvar, e temos que seguir sendo homens de bem, honrando a memória dele.

-Quarto cervejas!

-Felipe, cerveja é pros fracos cara, bora tomar um whisky...e porque você pediu quatro cerv...

-Oi cunhadinho!! - Larissa chegou e me deu um beijo no rosto e um abraço apertado. - Eu tô aqui...estamos nessa juntos! - ela disse baixinho. - Vamos beber cambada! - ela bateu no balcão, rindo.

Eu já disse que amo essa pirralha? Tá aí uma mulher que sabe se colocar nas paradas...

-Fala gato! -me virei e vi a Mônica sentar-se ao meu lado. Cara, essa loira tira meu sossego.

-Oi loira, e aí? Perdida por aqui também, é?

-A Lari me chamou pra beber, e como você sabe, nossa pequena não aguenta nem 3 cervejas, então...cá estou eu,pra garantir que nós não vamos passar vexame por causa dela.- sorrimos juntos.

-Ei, eu escutei isso, viu!? - ela falou, emburradinha.- Vocês são dois chatos, isso sim!

-Fala aí Felipe...tá vivendo né!? - zoei ele, que riu e deu de ombros.

-Fazer o que, se minha gata não consegue ficar longe de mim? É chato ser gostoso,cara. E, modéstia a parte, eu sou gostoso pra cacete!

-Nem se acha, né irmão...saí daí...

-Eu não me acho...eu tenho certeza. Pergunta pra minha esposa...

Larissa ficou vermelhinha feito um toma-te.

-Não fica envergonhando minha cunhada, cara. Ela é nível baby ainda...

-Igor, só por hoje eu vou deixar passar, mas se prepara, porque amanhã vai ter volta, seu ridículo.

Continuamos rindo e conversando. Até a Larissa tomar a terceira cerveja e começar a ficar "alegrinha" e rir a toa. Foi uma graça.

-Eu quero dançar! - Larissa pulou da banqueta e foi pra pista de dança.

Felipe se levantou pra ir atrás, mas a Mônica o impediu.

-Fica calmo cunhado, deixa que eu cuido da nossa pequena. Curti aí com seu irmão gato. - ela piscou pra mim e saiu rebolando, com uma saia preta justa e curta, que me deixou maluco.

Mônica

look da Lari

-Igor. - Felipe jogou um guardanapo em mim. - Limpa a baba irmão.

-Vai se ferrar, Felipe! - soquei o braço dele.

-Cara, se eu fosse você investia. A Mônica é gente boa, independente, inteligente, bonita, bem resolvida e, o melhor, está solteira.

-Eu sou problema, irmão. Sabe que eu pego, mas não me apego. Não quero fazer uma garota legal sofrer por minha causa. Ainda mais sendo praticamente irmã da Lari...

-Igor, sério cara, papo de irmão. - ele colocou a mão no meu ombro e apertou. - Você já está a fim dela a muito tempo cara, só que essa sua cabeça dura e esse seu medo não te deixam investir e arriscar. Até ela já percebeu seu interesse, ou você acha que ela está aqui só por causa da minha pequena? Pensa, cara...acho bom você se decidir ou vai perder uma mulher bacana por causa do seu medo.

-Será? - olhei a Mônica dançando, ela realmente é um mulherão, gata e sensual pra cacete, não vou negar que ela mexe comigo e não é só tesão, é algo a mais, que eu ainda não sei o que é.

-Me diz você...

-Sei lá...eu tô meio ferrado hoje.

-Você tá precisando abrir isso aqui. - ele apontou pro meu coração. - Se permita ser feliz, irmão. Não pensa que foi fácil deixar a Lari entrar na minha vida, mas hoje eu tenho certeza de que foi a minha melhor escolha. Eu sou louco por aquela coisinha linda e bêbada, bem ali. - ele apontou minha cunhada, dançando com os braços pra cima.

-Nosso pai ficaria feliz em conhecê-la. - falei, e fui sincero.

-Eu sei...e também sei que ele gostaria de te ver feliz, com uma mulher bacana, construindo uma família...sei lá, só quero te ver bem. Sabe que eu te amo, cara!

-Também te amo. Como diria a Lari...Tamo junto mermão...- batemos no peito, com a mão fechada em punho, e caímos na risada. Essa minha cunhada era uma graça.

Minutos depois, ouvimos um funk começar a tocar e vários caras fazerem uma rodinha na pista. Quando vimos quem eles estavam olhando, como feras prestes a atacar a presa, levantamos correndo.

-Ah não! - Felipe saiu abrindo caminho entre as pessoas e parou, meio hipnotizado.

Uma coisa tenho que admitir, as brasileiras tem um rebolado incrível. Mônica e Larissa desciam até o chão, rebolando no ritmo da música. Os caras em volta as devoravam com os olhos e as duas nem perceberam...ela só estavam aproveitando e curtindo o momento juntas.

Chegamos devagar, e começamos a dançar com elas, mostrando a todos que elas estavam acompanhadas. As duas nos envolveram com seus braços e nos esquecemos de tudo...só havia nós naquela pista, naquela noite. Aproveitamos ao máximo cada música, cada movimento.

Até que a loira escultural à minha frente sussurrou no meu ouvido.

-Eu estou a fim de você! Mas acho que você é meio lento ou não me quer... - tomba o rosto de lado, me encarando.

Puxei ela pela nuca e tasquei um beijo gostoso, de tirar o fôlego mesmo, pra mostrar que eu também queria. Ela correspondeu, e que boca essa mulher tem!

- Quer sair daqui? Comigo?

Ela acariciou minha nuca devagar.

- Nesse momento, é o que eu mais quero! - afirmei.

Felipe pegou a Larissa no colo e a levou até o carro. Nos despedimos e ele seguiu pra sua casa.

Um dos seguranças levou eu e a Mônica pra casa dela. Entramos no elevador e ficamos nos olhando...

Quando chegamos ao apartamento dela, nos encaramos por alguns instantes, até eu puxá-la pela cintura, beijando sua boca, adentrando seus cabelos com meus dedos, sem muita gentileza no beijo.

Segurei aquela coxas grossas e a peguei no colo, olhando em seus olhos enquanto a prendia contra a parede do corredor.

- Desculpa se eu estiver indo rápido demais. - sussurrei contra seu pescoço, beijando devagar. - Mas eu estou muito a fim de você. - aperto meu corpo contra o seu.

- E eu já idealizei esse momento várias vezes na minha mente...- ela respondeu, abrindo os botões da minha blusa. - Meu quarto é a porta do lado esquerdo. - apontou, olhando nos meus olhos com tanta intensidade.

Caminhei com ela no meu colo, entre beijos e amassos, até acomodá-la sobre a cama macia e encarar os olhos cheios de desejo... tanto quanto os meus.

- Eu quero você, Mônica! - falei, sério, com a respiração pesada.

- E está esperando o quê pra continuar? - a voz desafiadora me fez sorrir de lado.

Nossa madrugada foi intensa, deliciosa e cheia de prazer e muitas, muitas loucuras!

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Comments

Edvanir Alves

Edvanir Alves

só 🔥🔥🔥🔥🔥

2024-05-13

2

Marina Nunes Siqueira

Marina Nunes Siqueira

❤️❤️

2024-05-10

0

Fátima Ribeiro

Fátima Ribeiro

amei o capítulo

2024-05-05

2

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