Capítulo 5

Meu nome é Felipe Donartti, tenho 33 anos. Sou presidente do grupo Donartti, um império empresarial que eu construí do zero e que hoje é considerado um dos maiores e mais sólidos grupos empresariais do mundo.

E para gerir meu negócio, me formei em administração, direito e gestão empresarial.

Comando meus negócios com pulso firme e muita seriedade, e estou sempre de olho em novas oportunidades de investimento, o que me rende uma boa quantia anual, e isso me colocou na posição em que estou hoje, entre os empresários mais respeitados e bem sucedidos, além de estar na lista dos bilionários mais jovens do mundo.

Mas todo esse sucesso e riqueza foram conquistados com muito esforço, estudos, dedicação, trabalho e principalmente, apoio da minha mãe. Sem a dona Diana, eu não chegaria onde estou hoje. E sem falar no meu pai, mas não o biológico, que foi um covarde,mas o homem que entrou na minha vida quando eu tinha 12 anos, e me ensinou como um homem de verdade deve agir e ser... Eric Stewart! Esse era o meu pai de verdade!

Minha mãe me criou sozinha, pois foi abandonada pelo namorado, assim que descobriu a gravidez. Mas ela não me rejeitou, nem pensou em se livrar de mim, ela foi uma guerreira e trabalhou durante toda a gestação e cuidou de mim desde o primeiro dia, me amando e lutando pra me dar uma boa educação e garantir meu futuro.

Eu vivi até os 10 anos no Brasil, e quando os meus avós maternos faleceram, deixaram um café aqui em Manhattan, como herança para a minha mãe. Ela não pensou duas vezes, vendeu o pouco que tínhamos no Brasil, e nos mudamos para os Estados Unidos, em busca de uma vida melhor.

O Brazilian coffe estava à beira da falência, mas minha mãe não desanimou e nem perdeu a fé, e como a guerreira que sempre foi, arregaçou as mangas e trabalhou de sol a sol pra mudar a situação e reerguer o estabelecimento. E ela conseguiu, pois cerca de um ano depois, o lugar estava funcionando a pleno vapor, reformado e com um número de clientes cada vez maior. Ela venceu, mais uma vez, e me ensinou a não desistir diante das dificuldades, mas usá-las como um incentivo pra persistir em alcançar meu objetivo.

Hoje eu agradeço muito por tudo o que minha rainha fez por mim, e faço tudo o que posso pra que ela tenha uma vida confortável. Mas ela é teimosa e continua trabalhando no café, pois diz que quer se sentir útil, e não nasceu para ser madame!

Eu desisti de reclamar! Porém, só deixo ela ficar por meio período e brigo sempre que ela exagera. Preciso ficar de olho, senão dona Diana extrapola.

Minha vida hoje é muito corrida, sendo presidente de uma grande empresa e tendo vários empreendimentos pelo mundo, eu preciso estar sempre me atualizando e viajando muito. Além de ter vários documentos pra analisar, reuniões, vídeo conferências, enfim...mas eu gosto de gerir meus negócios bem de perto e supervisionar tudo, sempre fui assim, pois como diz um ditado bem brasileiro... "o que engorda o boi, é o olho do dono!"

Meu irmão, Igor, sempre me diz pra desacelerar um pouco, e estou começando a achar que ele está certo, afinal, eu já não sou um moleque, já está na hora de sossegar. E é aí que a coisa pega, porque, para dona Diana, sossegar é sinônimo de casar e ter filhos.

Eu sou um homem alto,loiro, forte, malho todos os dias, ando bem vestido, sou poderoso e rico, o que chama a atenção das mulheres, mas depois de passar algumas horas com elas, tudo perde a graça!

São mulheres sem conteúdo algum, que só tem beleza exterior e futilidade, nada além disso.

Eu sou um cara meio grosso. Comigo não tem carinho e café na cama no dia seguinte. Eu dou a elas algum presente, joias, ou algo do tipo e elas me satisfazem, simples assim!

Algumas reclamam um pouco por eu não ser do tipo carinhoso, mas eu sou sincero, e deixo claro que só quero algumas horas de prazer e mais nada, porque não quero iludir ninguém.

Confesso que me envolvi uma vez, há muitos anos atrás... Ela era minha secretária, o nome era Suzan, e eu estava começando minha carreira. Nós namoramos por quase um ano, e eu fui fiel de verdade. Mas ela me trocou por um sócio mais velho e, ao que parecia, mais rico.

Assim que eu soube, desfiz a sociedade, porque ela ficou com ele enquanto estava comigo, então a traição foi dupla.

Só que, meses depois, eu descobri que a empresa dele estava decretando falência. A Suzan tentou voltar para mim, e eu tive o prazer de dispensá-la. Eu gostava dela, mas não a ponto de perdoar uma traição.

Na verdade eu nunca tinha sentido algo forte o suficiente por uma mulher, do tipo de sentimento que te faz perder o sono e pensar na pessoa o tempo todo...pelo menos, não até encontrar com aquela morena, ha uns meses atrás, no aeroporto.

Foi um encontro simples, ela esbarrou em mim sem querer, mas quando a segurei em meus braços, para impedi-la de cair, meus olhos cruzaram com um par de olhos verdes meigos e doces, que me fizeram sentir algo forte, intenso.

Eu sei que não foi só atração, apesar da beleza dela ter mexido comigo, mas foi algo diferente.

Eu senti uma corrente elétrica suave quando toquei aquela mão pequena e macia, e quando beijei seus dedos, meu coração acelerou só por eu sentir o perfume dela... estranho que meu corpo parece despertar só com a lembrança daquele contato tão simples.

Desde aquele dia, eu não consigo tirá-la da minha cabeça, e nem estar com nenhuma outra mulher.

Até o perfume de outras me causa náuseas. Eu estou ficando louco, como posso ter ficado desse jeito por uma mulher que só vi uma vez na vida? E eu nem a beijei ou algo assim...

Só sei o nome dela...Larissa...a desconhecida que, sem saber, saiu daquele aeroporto levando meu coração, minhas noites de sono e minha sanidade. Como pode uma criaturinha tão pequena, que não deve ter mais de 1,65 de altura, com carinha de menina, deixar de quatro um cara de 1,90, experiente e mais velho...só pode ser loucura!

E a consequência dessa insanidade? O Felipe pegador, agora não pega nem resfriado!

Eu decidi focar em outras coisas, e nos projetos sociais, para mudar o foco e tentar tirar aquela mulher da cabeça, mas parece que isso vai ser difícil, porque assim que peguei a pasta com o projeto de construção sustentável para analisar, vi o nome que tanto tem me deixado ansioso...Larissa.

Tá de brincadeira comigo né? Até aqui esse nome me persegue? Fico pensativo...

Será? Não! Claro que não! Seria muita coincidência e muita sorte, eu estar louco por uma moça que trabalha pra mim...não seria?! E o mal do brasileiro é a curiosidade...

Pedi ao Igor que me mandasse por email a ficha da tal Engenheira e, quando abri o arquivo, meu coração quase pulou...é ela! Sorri feito um bobo, olhando a foto.

-Como você estava tão perto esse tempo todo e eu não percebi, princesa? - falei sozinho, sorrindo para a tela do computador. - Eu preciso me aproximar de você, e eu vou te conquistar, ou eu não me chamo Felipe Donartti!

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