Capítulo 8

Peguei o endereço da Larissa com a minha mãe. Ficava bem próximo do café, então foi fácil achar o prédio. Enquanto estacionava o carro, vi ela passando distraída, indo em direção a sua casa.

Mas algo me chamou a atenção...um homem alto se esgueirava atrás das árvores e a seguia, sem que ela percebesse. Quem é esse cara?

Foi tudo muito rápido. Ela parou pra pegar o telefone que tocava dentro da bolsa, e eu desci do carro, quando o homem a agarrou por trás, jogando o celular no chão e a imobilizando.

Atravessei a rua e me abaixei, para surpreendê-lo, mas ouvi os gritos da minha pequena.

- SOCOROO! ME LARGA! SOCORROOO!

Ela gritava e se debatia, tentando se soltar. Mas no momento seguinte o homem a virou de frente e vi pavor em seus olhos.

Foi como se ela reconhecesse o agressor, e começou a chorar e implorar para ele soltá-la.

-Me larga...por favor....eu não quero ir...me esquece! Me deixa em paz! - ela falava entre lágrimas.

Eu tentei ouvir o que ele dizia, mas ele falava baixo e eu estava um pouco longe. Então fui me aproximando, até ver algo que tirou totalmente a minha sanidade e esfriou meu coração... O cretino acertou um tapa no rosto da minha morena!

Nesse momento, minha raiva gritou e eu peguei uma garrafa que encontrei caída no chão, quebrando na cabeça do infeliz, que cambaleou e soltou a Larissa, empurrando ela, que caiu na calçada.

Dei um chute no infeliz, jogando ele no chão, e parti para cima, socando seu rosto sem dó e sem dar a ele nenhuma chance de se defender.

Quando ele estava quase desacordado, ouvi o choro da minha pequena e só então pareci despertar do transe da raiva. Soltei o infeliz, quase desacordado, e corri até ela e tentei abraçá-la, mas esqueci que estava de touca, e naquela situação, na rua com pouca luz e apavorada como ela estava, ela com certeza não me reconheceu, por isso se encolheu quando me aproximei.

Tirei a touca e estendi a minha mão...

-Sou eu, o Felipe. Olha pra mim, pequena...não tenha medo, não vou te machucar. - ver o desespero e medo no olhar dela, e depois o alívio quando me reconheceu, fez meu coração ir de 0 a mil em segundos.

Ela se agarrou a mim, como se eu fosse sua salvação...

-Ele quer me levar... me ajuda, Felipe... por favor... não deixa ele me levar... eu tenho medo... - ela tremia, apavorada.

-Calma! - afaguei suas costas. - Eu não vou deixar ninguém te fazer mal. Eu estou aqui, eu vou te proteger!

Peguei ela no colo com cuidado, e ela se encolheu toda, tremendo e chorando muito, isso estava me matando por dentro.

Destravei o carro, abri a porta do carona e coloquei ela sentada no banco, mas ela parecia em choque e só chorava.

-Não...me deixa...por favor...ele quer... ele quer me levar... eu não quero ir... eu não o amo.... por favor... - ela falou entre lágrimas.

-Calma, ninguém vai encostar em você! - digo, tentando soar calmo.- Eu vou cuidar de você a partir de agora. Mas antes eu preciso amarrar aquele infeliz, até a polícia chegar.

Não é bem a polícia que vai pegar esse covarde, mas ela não precisa conhecer esse meu lado... ainda.

-Não...por favor...ele tá armado....ele pode te machucar... ele é louco, Felipe... eu não quero que se machuque... eu não suportaria... - vê-la tão preocupada comigo me fez pensar... será que ela sente algo por mim?

Respiro fundo... não é hora para esses questionamentos, Felipe Donartti!

-Calma princesa, ele não vai me machucar, e bom, eu também estou armado. - ela me olha, mas está tão assustada, que parece nem perceber direito esse fato.

Eu realmente estou armado, e tive que me segurar pra não meter uma bala na cabeça daquele infeliz que ousou bater na minha pequena. Mas se eu fizesse isso, ela ficaria ainda mais traumatizada.

Com muito custo, ela me soltou, e eu tranquei o carro, que é a prova de balas, e peguei uma corda no porta malas, mas quando voltei ao local, ouvi um carro sair cantando pneu e o desgraçado não estava mais lá.

-Infeliz! - gritei, irritado. - Conseguiu fugir...mas que droga!- passei a mão pelos cabelos, nervoso.

Voltei ao carro e me sentei no banco do motorista. A Lari estava encolhida no banco do carona, tremendo e chorando, e isso apertou o meu peito.

Sem pensar, puxei ela com carinho e a coloquei sentada no meu colo, abraçando ela com força, deixando ela se aconchegar e chorar, agarrada a mim.

Cada lágrima ou soluço dela parecia uma adaga cravando no meu peito, tamanha a minha dor por vê-la tão desesperada e quebrada daquela maneira.

Esse infeliz deve ter feito algo muito grave, pois pelo desespero em sua voz, pelas palavras e pelo modo como ela pareceu ter pavor dele, eu tenho certeza que era o tal ex, e nem quero imaginar o que ele fez a ela para deixá-la tão amedrontada.

Um tempo depois, ela pareceu se acalmar, então acariciei seu rosto devagar, e ela se encolheu de dor... Aquele desgraçado vai pagar por isso! Respiro fundo e tento ser o mais paciente, pois ela precisa disso.

-Está melhor, princesa?

Ela me olhou, com os olhos inchados.

-Sim...obrigada Felipe... - respira fundo. - Me desculpe por... - ela falou, entre soluços. - Por te fazer... passar por isso. - ela estava envergonhada.

-Não precisa se desculpar. - afaguei seus cabelos. - Eu estou aqui para você, Larissa. Vou cuidar de você, tudo bem? - ela assente, levemente. - Vou te levar para a minha casa agora.

-Não precisa. Eu moro logo ali e...

-Não tem discussão! - a interrompo. - Você não está bem, e minha mãe está em casa e também está preocupada. Ela vai cuidar de você.

Coloquei ela no banco do carona, dei um beijo em sua testa e a vi me olhar meio sem jeito.

Sorri e liguei o carro, dirigindo até minha casa.

《••••》

-Meu filho, o que aconteceu? Porque a minha menina está assim? Quem fez isso com ela?

Assim que entrei em casa, com a Larissa no colo, toda encolhida e com o rosto vermelho e a boca cortada, minha mãe veio ao nosso encontro, nervosa.

-Calma mãe, agora ela está a salvo. Preciso que a senhora cuide dela pra mim, tudo bem?

-Claro meu filho, leva ela pro quarto de hóspedes. Vou preparar um banho quente pra ela, e um chá.

- Obrigada, mãe!

Subi as escadas com ela no colo, agarrada a mim. Depois de muito insistir, ela me soltou e aceitou deixar que minha mãe cuidasse dela.

Saí do quarto e fui direto para o meu escritório. Tomei uma dose dupla de whisky puro, de uma só vez, e senti minha garganta queimar, mas nada queimava mais do que a raiva daquele covarde pelo que fez.

Servi outra dose e sentei na minha poltrona, tentando manter o controle...eu quero matar aquele desgraçado, mas quero fazê-lo sofrer bastante até implorar pela morte!

Pelo que eu entendi, a Larissa reconheceu ele assim que o viu, isso me leva a crer que seja realmente o ex dela.

A imagem daquele homem batendo nela me vinha a memória a todo momento, o que só aumentava ainda mais minha raiva, e me fez jogar o copo na parede, o partindo em pedaços.

Peguei o celular e liguei para o Igor, que também é meu chefe de segurança, mas isso quase ninguém sabe...

-Irmão, preciso de um serviço!

-Fala irmão...que voz é essa, cara?

-A Larissa foi atacada ainda a pouco...- respirei fundo, sentindo a minha raiva aumentar. - Ao que tudo indica, foi o ex dela...você já descobriu quem ele é?

-Já...e você não vai acreditar...

-Fala logo Igor! - digo, impaciente.

-Diogo Michellin

Respirei fundo... que cretino!

-Então esse infeliz estava tentando fazer negócios comigo, só paraa ter um pretexto pra se aproximar da Larissa?!

-Ao que parece, sim. Mas ainda precisamos ter certeza. E se foi realmente ele quem a atacou...- meu irmão já entendeu.

-Eu sei...ele não está de brincadeira e sabe dos passos e rotina dela.

-Exatamente.- diz, preocupado.

-Eu quero imagens de todas as câmeras de segurança do local, quero segurança com a Larissa 24 horas, e com a amiga dela também, sensores e câmera no prédio onde elas moram, tudo isso para ontem!

-A Lari voltou pra casa? Cara, você deixou? - diz, irritado.

-Claro que não, acha que sou inconsequente?! Ela tá aqui em casa e nossa mãe está cuidando dela, porque ela tá assustada demais. - respiro fundo. - Igor...

-Fala...

-Ele bateu nela, irmão...

-Desgraçado! - ele se irrita. - Fica tranquilo irmão, nós vamos dar um jeito nele.

-Não Igor...eu vou fazer pior.... eu vou fazer ele sofrer e sofrer muito!

-Cara, tenho medo quando você fala assim...- ouço a risada debochada do meu irmão.

- Se eu confirmar que foi realmente ele quem ousou tocar na minha pequena...é ele quem deve ter medo...porque ele vai pagar, e vai pagar muito caro!

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Comments

MRSLinsprincesadoReiJesus

MRSLinsprincesadoReiJesus

Isso mesmo Felipe bote pra quebrar em cima desse bandidooooo 😡🤨😤😠🤮

2024-05-15

1

Akassia Pinheiro

Akassia Pinheiro

adorando cada capítulo

2024-05-15

0

Edvanir Alves

Edvanir Alves

O Fê não é brincadeira não

2024-05-12

1

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