**Henrique**
Fiquei ali parado olhando os olhos azuis assustados de Elis, queria poder abraça-la e dizer que está tudo bem, mas não está. Não acredito que ela fez isso, todos estão nos olhando, me viro e vou andando rápido na direção do carro. Gabriel vem atrás de mim.
Gabriel: Henrique volta aqui cara, você não pode dirigir assim me escuta.
Eu: Cara eu tô bem tá, fica e cuida da Elis por favor.
Gabriel: Pra onde você vai?
Eu: Só preciso ficar longe, não posso falar com ela agora, só vou piorar tudo. Só cuida dela por favor eu confio em você.
Entro no carro e saio dali cantando os pneus, sinto tanta raiva, paro num lugar mais afastado, soco o volante várias vezes e grito até extravasar toda raiva. Sinto as lágrimas ardendo em meus olhos, seguro para não chorar, mas a dor é mais forte que eu. Mais uma promessa quebrada, primeiro a que nunca mais me apaixonaria, e agora a que nunca mais choraria por nenhuma mulher. Ligo o carro de novo e sigo pela estrada sem saber ao certo onde vou.
Já estou dirigindo a mais de uma hora, estou cansado, esgotado, olho o relógio já é madrugada, na estrada não havia nada nem ninguém. Pego meu celular pra ligar pro Gabriel, mas está sem sinal, a bateria também está acabando, preciso encontrar um lugar pra ficar.
**Elis**
Não sei ao certo o que houve, minha cabeça dói e não consigo me mexer, Henrique está indo embora, magoado e decepcionado. Sinto alguém me puxando e ouço uma discussão.
Gabriel: Vem Elis vou te levar pra casa.
Suzane: Ei ei quem é você? Pode ir tirando as mãos da minha amiga, ela vai embora comigo.
Gabriel: Ah mas não vai mesmo, você está bêbada, não vou deixar a Elis com você.
Suzane: E quem é você pra deixar ou não alguma coisa?
Gabriel: Sou amigo do Henrique.
Suzane: Mais um motivo pra ela não ir com você.
Eu: Calem a boca vocês dois.
Os dois se calam e ficam me olhando, meu rosto já está banhado em lágrimas. Suzi me abraça e choro mais ainda.
Eu: Ele foi embora Suzi ele vai me deixar.
Suzane: Não amiga ele só está de cabeça quente, depois vocês vão conversar.
Gabriel: Ele me pediu pra levar você pra casa Elis.
Suzane: Eu vou com ela, não posso deixá-la sozinha nesse momento.
Ele revira os olhos e concorda, entramos no carro, Suzi deixou o carro dela com Rafael, que era o mais sóbrio, ele ia levar todos embora e amanhã entregava o carro.
Quando vamos saindo Vinicius tenta falar comigo.
Vinicius: Elis, vem comigo, deixa esse cara pra lá - ele me segura a mão.
Eu: Não Vinicius! Eu sou casada, não vou a lugar nenhum com você.
Vinicius: Mas Elis...
Gabriel: Já chega! Elas vão comigo, e você dá o fora, já basta a confusão que você arrumou.
Viro de costas apoiada em Suzane e entramos no carro, Vinicius vai embora com os outros.
Chegamos em casa e entramos, Gabriel já é amigo do Henrique há muito tempo, conhece bem a casa, ele vai na cozinha e me traz um copo com água, sento no sofá e tomo um pouco, começo a chorar de novo.
Rita aparece enrolada em um roupão, com olhar de sono.
Rita: Elis minha filha o que houve? - ela olha pro Gabriel - O que aconteceu? Cadê o Henrique?
Gabriel: Calma Rita foi só um mal entendido de casal, Henrique precisava dar uma volta sozinho, trouxe a Elis ela está muito nervosa.
Rita: Vou preparar um chá pra ela.
Suzane: Vou levar a Elis pro quarto pra tomar um banho.
Suzane me acompanha até o quarto, tiro minhas roupas e entro no banho, fecho os olhos embaixo do chuveiro e deixo as lágrimas caírem. Sinto um aperto enorme no peito, tenho tanto medo que ele me deixe, eu o amo tanto.
Termino o banho e visto um short e uma blusa confortável, não quero deitar agora. Suzane também toma banho, empresto uma roupa minha pra ela. Descemos, Gabriel estava na cozinha com Rita, terminando de contar o que aconteceu.
Olho pra Rita e sinto meu rosto esquentar de vergonha, ela percebe, diz que tudo vai ficar bem, me abraça com carinho, choro novamente.
Rita: Calma filha, vocês vão conversar e se acertar você vai ver.
Eu: Tenho medo de não vê-lo mais Rita. E se ele não me perdoar?
Rita me consola, Suzane e Gabriel se evitam se falar, mas noto que um fica olhando o outro escondido. Acharia engraçado se não estivesse tão arrasada por dentro.
Rita: Fiz um lanche pra vocês, tenho quase certeza que vocês beberam e esqueceram de comer.
Todos concordamos com ela, sentamos na mesa, mas não consegui comer nada, só tomei o chá que a Rita fez, estou muito triste e preocupada. Já passa de duas da madrugada, Henrique não volta. Peço pro Gabriel ligar pra ele. Ele liga, mas está indo direto pra caixa postal, ele provavelmente desligou pra não falar comigo.
Me sinto péssima, Suzane me leva pro quarto, estou exausta, sinto um sono e percebo que a Rita colocou alguma coisa no meu chá, mas estou cansada demais para protestar. Vou com Suzane para o quarto, ela deita comigo, Gabriel fica na sala, diz que vai se ajeitar no sofá. Rita pega um cobertor e travesseiros pra ele, o sofá é enorme, ele vai ficar bem, eu penso.
Acordo e já está claro o dia, está chovendo e o tempo esfriou de repente. Lá fora está um verdadeiro temporal, olho o celular que já está carregado e são quase onze da manhã. Me lembro vagamente do escritório do meu pai, mas do jeito que ele ficou, nem teria coragem de ir lá. Tem alguns áudios da minha mãe, ouço eles com tristeza, ela pede pra dar um tempo pois está aos poucos conversando com papai para tentar convencê-lo a aceitar meu relacionamento com Henrique.
Termino de ouvir os áudios e ligo pro Henrique, deixo mensagens de texto no Whatsapp e vários áudios, mas nada, nem sinal dele. Acordo a Suzane, ela levanta assustada com a chuva. Dou graças a Deus por não ter relâmpagos e trovões. Fazemos nossa higiene matinal e nos trocamos, pois o tempo mudou muito, colocamos calças compridas e blusas de frio, prendo meu cabelo num rabo de cavalo e descemos.
Quando chego na sala Rita está chorando sentada no sofá, Gabriel com o telefone na mão, olha pra mim, seus olhos brilhando cheios de lágrimas. Todos olham pra mim, Suzane também está sem entender nada.
Suzane: O que houve gente? Porque vocês estão com essas caras?
Gabriel: Senta aí Elis, precisamos te contar uma coisa.
A voz do Gabriel está estranha, Rita chora soluçando, vou até o Gabriel.
Eu: Gabriel o que tá acontecendo? É o Henrique?
Gabriel: Elis calma você precisa ser forte.
Suzane: Meu Deus o que vocês estão escondendo gente?
Começo a sentir minha voz sumindo, o ar falta, começo a ficar ofegante, Suzane já se apavora.
Suzane: É um ataque de asma, vou pegar a bombinha dela.
Suzane sobe a escada correndo, vai até meu quarto e pega a bombinha, ela desce correndo e me dá, dois jatos e já estou respirando bem de novo. Mas a angústia permanece, sento e espero Gabriel falar.
Gabriel: Elis eu recebi um telefonema...
Eu: Telefonema de quem? Do Henrique? Como ele está?
Gabriel: Não Elis não era o Henrique.
Fico muda, sei que a notícia não é boa.
Gabriel: Era do IML de uma cidadezinha que fica a alguns quilômetros daqui.
Suzane: Meu Deus do céu! IML?
Meu coração entra em desespero, sinto me faltar o chão, sento paralisada, as lágrimas descendo sem parar.
Gabriel: Ouve um acidente essa madrugada e o carro rolou numa ribanceira. Encontraram um corpo, no carro havia celular, carteira com documentos e tudo mais.
Eu: Não por favor - levanto e fico em frente o Gabriel, Suzane já está ao meu lado. - não pode ser
Gabriel: Tudo indica que sim. Todos os pertences são do Henrique. Estou indo pra lá agora pra reconhecer o corpo.
A sala gira e escurece, sinto Gabriel me segurando e a escuridão toma conta de mim.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 73
Comments
Adriana Mentoring de Mulheres
Gente imatura 🤦🏼♀️
2024-12-09
0
Mmary Hoffman
menina ridícula e imatura
2024-11-24
0
julih
Tava mais que na hora de tomar atitude de uma mulher casada....
2024-09-15
0