Maria elis
Henrique
Acordei na segunda feira confiante que iria solucionar esse problema. Ele marcou comigo às nove da manhã.
Não sei o que vou vestir pois não faço idéia do tipo de emprego ele vai propor.
Fico horas vasculhando meu guarda-roupa e decido usar o básico mesmo, uma calça jeans, mas dessa vez com uma blusa mais bonita e sandálias.
Não sei o que fazer com o cabelo, resolvo fazer um rabo de cavalo.
Me olho no espelho, mamãe sempre diz que preciso me maquiar, mas eu simplesmente odeeeeio maquiagem, passo só um batom e pronto. Acho que só essa cabeleira cor de fogo já chama atenção suficiente.
Pego um uber e chego ao endereço faltando 15 minutos pro horário marcado. Realmente é uma residência. Aliás que residência!! Uma mansão linda.
Uma senhora de aparência simpática vem me receber.
Senhora: Olá bom dia! A senhorita deve ser Maria Elis não é?
Eu: Sim sou eu mesma.
Senhora: Meu nome é Rita. O Henrique está esperando a senhorita.
Eu: Obrigado!
Acompanhei Rita, de um lado um jardim maravilhoso, mais a frente uma piscina enorme.
A casa era linda, passamos por uma sala enorme e fomos até o escritório. Fui olhando a casa e já imaginando se era na limpeza o emprego. Mesmo se tiver que limpar tudo sozinha vou aceitar, preciso ajudar minha família.
Rita abriu a porta do escritório sem bater, deve trabalhar aqui a muito tempo.
Lá está ele, parece mais lindo ainda, me recrimino mentalmente por achar esse canalha lindo. Ele vem até mim, me cumprimenta com aquele ar ainda debochado que me irrita.
Me manda sentar e volta pra onde estava sentado atrás de uma mesa com computador e várias pastas e papéis.
Henrique: Então, já conversou com seu pai sobre seu "acordo" comigo?
Eu: Sim ele já sabe, não concorda, mas também não pode me impedir. E qual é o emprego que o senhor tem pra mim?
Ele me observa por um instante, abre a gaveta e tira uma cópia de um contrato. Manda que eu leia.
Pego o papel e começo a ler. Minutos depois sinto minhas mãos suando, começo a tremer de raiva, sinto que meu rosto está da cor do meu cabelo.
Eu: Que palhaçada é essa?
Henrique: É um contrato. Apenas leia e aceite....ou não aceite e eu cobro a dívida do seu querido pai.
Eu: Isso não é um contrato de trabalho. É um contrato de casamento!! Você só pode tá me zuando.
Henrique: Sim é um contrato de casamento, mas você não leu tudo.
Eu: Casamento não é emprego!
Henrique: Esse é sim. Com certeza você deve ter vasculhado minha vida na internet. Por causa desse meu "comportamento" meu pai está vindo dos Estados Unidos semana que vem. Ele exige que eu tenha uma vida que seja mais "adequada" pelo menos pra esse bando de fofoqueiros da imprensa.
Eu: E você acha mesmo que vai enganar todo mundo? Comigo? Porque você não escolhe uma dessas mulheres que aparecem com você?
Henrique: Porque não é um casamento de verdade. Deixei bem claro aí. Não teremos nenhum tipo de intimidade, você terá seu quarto, apenas terá que aparecer comigo em eventos e festas.
Eu: Você é louco! Só pensa em você. Vai me aprisionar num casamento falso só pra enganar seu pai e a imprensa?
Henrique: Você veio me procurar querendo uma solução pra dívida do SEU pai.
De repente ele se levanta, está nervoso, vem até mim.
Henrique: Ouça bem mocinha, não gosto de pirralhas feito você. Aceite ou não, a escolha é sua.
Fico ali parada sem saber o que fazer.
Eu: Preciso pensar, por favor.
Henrique: Te dou até amanhã, 24 horas.
Eu: Ok.
Levanto e saio sem olhar pra trás. Atravesso o jardim correndo, preciso sair daqui rápido, estou ficando sem ar.
Chego na calçada minha garganta está fechada, enfio a mão no bolso rápido e pego minha bombinha.
Dois jatos de remédio e começo a voltar ao normal.
Tenho asma, quando fico em situações de muito estresse e nervosismo ela ataca.
Não sei o que fazer e pego o uber de volta pra casa. Quando o carro entra na minha rua levo um choque. Uma ambulância está na porta de casa.
Pago o uber e desço correndo do carro, minha bombinha já está na mão, realmente o dia hoje está complicado.
Vejo uma maca e dois enfermeiros levando meu pai. Minha mãe tenta acalmar o Lucas que chora muito.
Eu: Mãe o que houve?
Amanda: Seu pai começou a me contar umas coisas, nós discutimos, ele tremia muito e estava muito nervoso, de repente ele começou a sentir uma dor no peito e caiu. Fiquei apavorada e chamei a ambulância.
Fui até os socorristas gritando.
Eu: Deixa eu ver o meu pai. O que houve com ele? Por favor😭😭
Socorrista: Calma moça, seu pai sofreu uma ameaça de infarto. Já prestamos os primeiros socorros e vamos levá-lo pra fazer exames. A senhorita é maior de idade?
Eu: Sim
Socorrista: Então pode nos acompanhar na ambulância se quiser.
Fui na ambulância com papai, minha mãe estava muito abalada e ficou em casa com o Lucas que também estava muito agitado.
No hospital levaram meu pai e eu fiquei esperando. Depois de uma hora o médico veio.
Médico: Quem está acompanhando o Sr Alexsander Fernandes?
Me levanto rapidamente.
Eu: Sou eu doutor. Sou filha dele. Maria Elis.
Médico: Seu pai sofreu uma ameaça de infarto. Tudo indica que ele está com os nervos muito abalados, provavelmente por causa do estresse. Vou deixá-lo em observação até amanhã, mas o perigo já passou. Mesmo assim eu recomendo repouso absoluto e nada de estresse ou emoções muito fortes.
Eu: Sim doutor. Eu posso vê-lo?
Médico: Sim claro. Ele está no final do corredor, penúltima porta à direita.
Vou correndo ver o meu pai. Entro no quarto e meu coração se pate em mil pedaços vendo ele assim.
Meu pai sempre foi um homem muito forte, ativo, nunca gostou de ficar parado.
A família sempre foi seu foco. Ele e minha mãe sempre foram muito unidos e felizes.
Eu e minha irmã éramos as "princesas do papai".
A saúde do papai ficou muito abalada depois da morte da Jaque. Os médicos descobriram um tumor raro na minha irmã, numa área do cérebro que não podia ser operada.
Meus pais gastaram tudo que tinham pra tentar salvá-la. Mamãe vendeu a loja e papai gastou todas as suas economias indo de clínica em clínica atrás de médicos.
Foi o pior momento da nossa família. Até que depois de cinco anos tentando minha irmãzinha querida nos deixou aos dezessete anos.
De lá pra cá papai vem tentando se reerguer financeiramente. Mamãe usa remédio pra dormir até hoje. Meu irmão Lucas trouxe luz pras nossas vidas com sua chegada inesperada.
E eu, bom, eu venho tentando ser a filha perfeita, quero ver meus pais felizes.
Ali naquele quarto de hospital com meu coração em frangalhos tomo minha decisão.
Meu pai está sedado e não me viu ali. Enxugo as lágrimas e vou pra casa conversar com mamãe. Ela precisa saber que sua filha vai se casar.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
Adriana Mentoring de Mulheres
Amando a história
2024-12-09
0
Isabel Santos
não estou vendo as fotos
2024-10-25
0
julih
Que linda Ruiva...
2024-09-14
0