Seu ignorante

Assim que a Estela saiu do meu quarto, fui tomar um banho, e me arrumar para ir com ela na DMdeco, eu não queria, pois sei que indo lá, vou acabar encontrando a Mariana. Mas fazer o que né, essa é mais uma das minhas obrigações de casado, nesse casamento de aparências, eu como o marido perfeito, tenho a obrigação de convencer a sociedade que Estela e eu somos um casal feliz, e unido, um casal que fazem as coisas juntos, é isso que o pai dela preza, apesar dele saber que eu sempre saio com outras mulheres, o mesmo não liga, acha que isso são necessidades do homem, na visão dele eu posso pegar quantas eu quiser, desde que não pareça ser nada sério, eu nunca vou entender essa família. Mas por um lado o pai da Estela, pensar dessa forma é bom para mim, eu fico com a mulher que eu quiser, desde que continue o casamento com a filha dele, e tá tudo certo.

Ao terminar o meu banho, visto um terno azul e desço, como havia me falado, Estela estava a minha espera.

— Da próxima vez que eu marcar um compromisso com você, Joni, esteja pronto no horário, por favor.

— Vá a merda, Estela. Não me enche o saco logo cedo, eu já não estou indo nesse caralho contigo, cala a merda dessa boca.

— Seu ignorante.

— Sou mesmo. E não vem querer mandar em mim, que isso não rola, Estela.

— Você é um bruto ignorante.

— Sou mesmo!

Passei por ela, e fui até o carro, que já estava a nossa espera, o motorista dela ia nos levar, Estela entrou e fomos para DMdeco. Ao chegar somos recebidos pelo Douglas.

— Minha querida amiga! — falou cumprimentando a Estela com um beijo no rosto.

— Como vai Douglas?

— Eu vou muito bem minha querida.

— Senhor Nick joni. — se aproximou de mim, e me cumprimentou com um aperto de mão.

— Tudo bem Douglas? — falei forçando um sorriso no rosto.

— Com a presença de vocês, o meu dia fica ótimo! — disse sorridente.

Com certeza já está vendo o dinheiro da tonta da Estela caindo na sua conta.

Ele nos levou para sala dele, fiquei apreensivo olhando para todos os cantos, implorando para não encontrar com a Mariana. O Douglas conversava tão bem com a Estela, os dois tinham uma conversa tão compatível, que estava me dando tédio, de estar naquela sala com aqueles dois chatos do caralho!

— Então, o que você acha Nick?

— A Estela vai escolher tudo.

Eu não sabia nem sobre o que ele estava me perguntando.

— Você pode dar a sua opinião também, Joni.

“Vai para o inferno Estela!”

— Exatamente Nick. O que você acha dessa cor nas paredes e nos móveis?

“Cara chato do caralho! Me deixa em paz, continua com o seu papo tedioso com a Estela.”

— Eu não sei. — falei deixando bem claro que não estava afim de participar da conversa.

— Douglas, será que podemos ir ver o designer que criou esse projeto?

— Claro que sim! A criadora do projeto de vocês foi uma das minhas melhores designers, a senhorita Fidélex.

— Nos leva na sala dela então, por favor, Douglas?

— Claro! Vamos lá.

No caminho até a sala da designer que havia feito o projeto para a Estela, eu ia olhando por todos os cantos torcendo para não encontrar a Mariana.

— Vocês vão ver como ela é boa. — disse sorridente.

— Eu acredito em você, Douglas.

Paramos perto de um quadro que a Estela havia achado bonito, fiquei olhando em volta e dei de cara com a amiga da Mariana, ela me olhou com os olhos arregalados, se levantou da sua mesa e saiu rápido.

“Merda! Ela deve ta ido avisar a Mariana que eu estou aqui.”

— Vamos Estela. Eu tenho que ir trabalhar ainda. — falei apressando ela, já sem paciência.

Continuamos o nosso trajeto até a sala da designer, Estela e Douglas já estavam me tirando do sério, dois chatos que não fechavam a boca um minuto se quer, chegamos na sala da designer, Douglas nem bateu, simplesmente abriu a porta.

Horas antes...

Mariana

Acordei com o despertador tocando, e com uma forte dor de cabeça, eu não devia ter voltado tão tarde daquela boate sabendo que teria que acordar cedo no outro dia. Me levantei com dificuldade, peguei um remédio na gaveta do criado mudo, coloquei na boca e fui para o banheiro, abri a torneira da pia e dei um gole na água, que me ajudou a engolir o comprimido, tirei a minha roupa e fui tomar um banho, depois escolhi uma roupa bem bonita, hoje eu iria conhecer o casal Herreiro, fui até a cozinha tomar um café, meu pai estava lá.

— Bom dia paizinho! — falei dando um beijo na testa dele.

— Bom dia querida.

— Tá mais calmo? — perguntei enquanto colocava um pouco de café na minha xícara.

— Eu vou é morrer de desgosto. — dei risada pelo seu drama.

— Vai nada, você tá forte vai aguentar muita coisa ainda. Eu estou indo trabalhar.

— Depois não diga que eu não avisei.

— Que pai mais dramático que tenho, meu Deus. Estou indo trabalhar. — falei dando um beijo nele.

— Bom serviço.

— Obrigada, paizinho.

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