Traste

Após conversar bastante com a minha irmã, fui para casa, talvez ela receba alta amanhã. Eu tomei um banho quente, e coloquei um pijama, e fui até a cozinha comer algo, fiz um sanduíche para mim e o meu pai, pois eu não havia feito janta, era a Brenda que sempre cozinhava aqui em casa. Minutos depois o meu pai apareceu na cozinha, procurando algo para comer.

— Filha, temos que fazer um jantar para agradecer o Nick.

— Não precisa disso, pai. O Nick é muito ocupado.

— Eu insisto filha. Quero agradecer ele.

— Tudo bem, vou ver se consigo conversar com ele sobre isso.

No dia seguinte, depois do meu expediente, fiquei pensando sobre a conversa que tive com o meu pai, e decidi passar na loja do Nick, Subi na minha moto e fui até a loja dele, encontrei o Nick saindo, ele já estava indo embora, mas me viu estacionando a minha moto e veio até mim.

— Que surpresa senhorita Fidélex. — disse sorridente me olhando, com aquele olhar sedutor dele.

Desci da moto, tirei o capacete.

— Nick Joni, o eu pai quer fazer um jantar para lhe agradecer, mas se não puder ir tudo bem. — falei tensa torcendo para ele aceitar.

— É claro que eu aceito, com muito prazer.

— Me passa o seu número, que eu te ligo para marcar o dia?

Ele me falou o número dele, salvei na agenda.

— Vou esperar ansioso por essa ligação. — tivemos aquela troca de olhares que mata.

— O que houve com a sua mão? — perguntei segurando a sua mão enfaixada, fazendo um leve carinho.

— Nada demais, eu só soquei a parede. — eu dei risada pela forma que ele falou.

— Seu louco! — ele me olhou sorrindo, depois se aproximou de mim.

— Eu sou louco por você. — sussurrou no meu ouvido, me causando arrepios pelo corpo, Nick me encarou, e me beijou.

— Não faz mais isso, por favor? — falei seriamente me afastando dele.

Coloquei o meu capacete, subi na minha moto, liguei e saí com o coração acelerado. Fui para a minha casa, a minha irmã Brenda já recebeu alta, e estava em casa, dei um abraço apertado nela, fiquei muito feliz em vê-la bem, eu não sei o que seria de nós, se algo de ruim lhe acontecesse. No dia seguinte, acordei com despertador tocando, me levantei e fui fazer as minhas higienes pessoais. Na cozinha tomei café, depois segui para a empresa, e ao chegar, assim que entrei na minha sala, tive uma surpresa desagradável.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei séria.

— Esse é jeito de receber um amigo? — falou se aproximando de mim.

— Não somos amigos, Otávio. — falei enquanto me afastava disfarçadamente dele.

— Senti saudades. — Otávio me agarrou, e tentou me beijar.

— Me solta! Otávio? — empurrei ele, tentando sair dos seus braços, mas foi sem sucesso, Otávio era mais forte que eu.

— Eu senti a sua falta. — disse ainda comigo presa em seus braços.

— Pois, eu não senti a mínima falta de você. Me solta! — Falei ainda tentando me soltar dos seus braços.

— Fiquei fora, e você não sentiu nenhum pouquinho minha falta?

— Não. Me solta! Otávio! — ele me soltou.

— Calma gatinha, eu não vou fazer nada que você não queira.

— Não parece. — falei ajeitando os meus cabelos, e a minha roupa.

— Só quero conversar um pouco contigo.

— Otávio, entenda, eu não quero conversar com você, por favor me esquece. — falei firme.

— Você está passando dos limites vadia. — falou enquanto segurava forte o meu braço.

— Aí... aí meu braço, tá doendo. Me solta, Otávio!

— Eu estou sendo bonzinho demais contigo, por isso você está achando que pode pisar em mim, né vadia. — disse com raiva nos olhos.

— Meu braço está doendo. Otávio, por favor, me solta!

— Isso... eu gosto assim, bem educada, pede de novo? — falou bem perto do meu rosto.

— Solta o meu braço, por favor, Otávio? — ele soltou.

— Boa menina.

— Sai da minha sala Otávio.

Otávio me olhou com um sorriso debochado e saiu, como odeio ele, como me arrependo de ter me envolvido com esse traste.

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