MEU PRIMEIRO DIA COM ELE

Cloe, a prima

Só de manhã quando acordo e vejo as roupas dele num canto e o som do chuveiro, sei que ele está ali.Dou uma arrumada rápida no cabelo e me olho no espelho do teto da cama. Como mulher, não quero fazer feio na minha primeira manhã ao lado do meu marido.Me sento na cama recostada na cabeceira e espero ele sair do banho, cubro meu corpo, pois a camisola é bem transparente.Ele sai enrolado na toalha, e só então vejo o quanto ele, é viril e sexy.Com aquele peito lisinho e abdômen definido.O cheiro de colônia e sabonete invade o quarto, ele enxuga o cabelo com outra toalha.

-Bom Dia?

-Nem vi você chegar ontem.

-Entrei bem devagarinho pra não  te acordar.Você tava dormindo feito um anjinho.

Me sinto muito encabulada.

- Mais não ronca se é isso o que te preocupa.- ele riu do meu jeito.

Ele entra no closet e veste uma calça e camisa, arruma os cabelos curtos com as mãos e vai em direção a outra porta.

-Vem aqui eu pedi pra preparar um café pra gente, imaginei que não quisesse descer agora.

-Você leu minhas ideias.

Faço um gesto brusco para me levantar e só então lembro o quanto meu corpo está exposto naquela roupa.Mas como já estou de pé, o jeito é atravessar o quarto e pegar pelo menos o que me cobrir, pego um robe. Vejo que ele me  acompanha os olhos, e disfarça ao ver que estou apenas de calcinha, uma vez que não achei outra coisa pra vestir por baixo.Acompanho meu marido até o outro quarto e vejo que minha única e solitária mala está lá.E também uma mesa com um café delicioso nos esperando e ao lado duas empregadas e uma senhora com um sorriso largo e simpático.

- Bom dia Nana\, obrigada \, é perfeito.

- Bom dia Miguel e\, bom dia srta Luísa\, seja bem vinda a família Millantis- ela me entrega um buquê de rosas.

-Bom dia...sra

-Pode me chamar de Nana, é como todos me chamam.

- Naná.

Ela se volta pra Miguel novamente.

-Posso pedir pra arrumar as coisas da srta?

- Sim \, Nana\, pode.-notei que ele serrou os dentes ao falar isso.

As duas mulheres levam minha mala para o armário e arrumam as minhas poucas roupas em minutos.Elas saem nos deixando sozinhos de novo.Sentamos a mesa e preciso puxar um assunto, já que Miguel parecenão ser de muita conversa.

- Qual é lance com a tal Valentina... vi que ela não parece estar muito satisfeita com minha presença por aqui...

- É isso o que é\, um lance\, ou pelo menos foi.Namorei ela por um tempo, mais quando vi que ela estava se ...apegando demais ,eu resolvi por um ponto final.Não lido bem com cobranças por parte das mulheres.–Ele me fez um gesto com o olhar e entendi que foi um recado pra mim.

- Entendo.

-Depois ela se tornou uma amiga, que...me faz companhia.De vez em quando.

Ih... já entendi tudo, eles ainda têm uma relação casual, ele tem esse direito uma vez que não somos  marido e mulher de verdade, mais não estou afim de ser a chifruda da história .

    Miguel come  feito um passarinho, e eu estou com uma fome desconhecida e devoro grande parte do que nos foi servido, mas não sei porque me sinto ainda cansada, será os efeitos da gravidez?

    Terminamos o nosso café e ele se levanta.

-Vamos almoçar fora, saímos ao meio dia.

Meu marido me deixa sozinha, no enorme e luxuoso quarto novamente.Será que é este o tipo de tratamento que receberei durante aquele ano inteiro?Se assim for, devo estar mentalmente pronta e não ter expectativas de um relacionamento romântico ou no mínimo mais sensível.Ele parece ser fechado e direto quanto às suas pretensões, mais não pretende ser tratado com indiferença.Eu não pedi por aquilo, na verdade acho até que sou vítima, uma vez que ele é o mais beneficiado com minha tual condição.Pra tentar espantar meus monstros ligo para meu irmão e fico mais aliviada ao saber que minha querida mãe, está melhor.Pelo menos isso, pra dar uma levantada no meu ânimo.

Desço pontualmente ao meio dia e Susan me espera na sala.

-Bom dia, dormiu bem?

-Muito bem, obrigada.

- Miguel me pediu pra falar sobre a rotina da casa e da família\, pra que você se sinta... a vontade.Quero que saiba que sua presença aqui, foi uma grande surpresa para todos nós, mas que vamos fazer o possível pra que você sinta acolhida.

- Eu não pretendo incomodar sra Susan\, se depender de mim\, nem vão notar minha presença.

Falei isso , porque senti o sarcasmo em sua voz.

-Impossível.Você agora é a esposa dele.Miguel é o chefe da família se não notou.E embora  ache isso tudo , muito absurdo, eu devo fazer o que for preciso pra agrada-lo.

Miguel desce as escadas ao mesmo lado que a jovem Cloe aparece, e vejo o olhar consternado dela ao ver ele se posicionar ao meu lado.

-Vamos almoçar fora tia Susan, e não temos hora pra voltar.- Vamos?Ele me conduz a sua frente e Cloe olha chorosa pra mãe.

-Mãe eu não posso aguentar isso...

- Mais precisa\, seja madura Cloe\, eles são casados agora.Precisam de privacidade, e você deve se conformar.

- Nunca.O Miguel é meu.Já o vi se decepcionar com várias mulheres ao longo da vida, e essa não vai ser diferente.Ele vai acabar percebendo que somente o meu amor é verdadeiro por ele.

- Cloe\, eu não vou deixar você rebaixar pra essa ... mulher desclassificada.Você é linda, refinada, mas , ele não consegue te ver como mulher.Então, seja madura.E tire o Miguel da cabeça de uma vez por todas.E agora vamos.

+++

Miguel me levou a um restaurante requintado de Manhattan, e me senti constrangida com o tipo de pessoas que frequentava o lugar.Eu levei para Manhatam algumas poucas roupas, e naquela manhã, vestia uma calça só bem surrada e um casaco simples com uma blusa de lã por baixo.Me sinto desconfortável, mais procuro agir normalmente.Ele foi reconhecido e cumprido por vários clientes e ao me apresentar como sua mulher, percebi os olhos de menosprezo por mim.Aquilo me deixou  extremamente irritada, e procurei ser educada , afinal era nosso primeiro dia.Teria ele feito isso de propósito?não acredito!!!

    Quando voltamos para o carro, eu me mantive calada, mais por dentro estava aponto de explodir.

- Podemos ir...pra casa?

- Ainda não.Quero te levar num lugar.- seu sorriso me doeu.

-Miguel, se você queria me humilhar, conseguiu, mais agora será que pode por favor levar de volta?- finalmente explodi.

-Porque acha que eu quis te humilhar?

-Tá brincando né?Olha o lugar que você me levou.E olha pra mim...eu parecia uma lavada de pratos do restaurante sentada á mesa com você, ai todo bonito e bem vestido.

-Há... é.- Lembra das roupas que eu comprei pra você e você fez questão de não usar nas semanas que ficou no ap, insistindo em vestir esses trapos que você tem na mala?

- São meus trapos\,- fui ousada- sabe o tipo de pessoa com quem se “casou” eu não estou pronta para ser a sra Millantis\, e você sabe disso.

-Por isso mesmo fiz questão de te trazer aqui, Pra que veja o meio em que está agora, talvez assim se convença que é casada com um milionário e comece a se comportar como tal...

Essa vai ser a lição que não vou esquecer.Ele me ofereceu , roupas, cartões e talões de cheques além de uma quantidade exorbitante de dinheiro dias  atrás, dizendo que eu tinha que me acostumar com aquela vida, mais só esqueceu uma coisa: não posso ser comprada e por mim, nem ali estaria ,fiz questão  de deixar claro pra ele aquele diaPensado que o assunto tivesse morrido alí.mais vi que ele não respeitava meus limites, que ele guardou o episódio e me tentou dar uma bela lição.Só que da maneira errada.E isso me feriu muito.

Obrigada pela lição de casa.Agora pode me  levar de volta? - o olhei séria e estava zangada.E preciso pensar em como agir dali por diante com ele.

Miguel era um homem dominador e gostava de ter tudo em seu controle, mais avisei a ele que eu era uma pessoa difícil.

- Vamos pra casa então.

Me amuei no banco do carro, e cruzei os braços.Mais aonde foi mesmo que me meti.

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