NOVO RUMO

De manhã acordei com Kate abrindo as cortinas do meu quarto.

- Acorda bela adormecida, nem parece que fui eu que trabalhei a noite toda -Ela me sorriu e sentou na cama.

-Desculpa, fique acordada até nem sei que horas...

- Já pensou no que vai fazer?

-Vou sair, em busca de outro emprego, como faço todas as manhãs.

-Amiga..- ela me olhou apreensiva- amanhã é o dia do aluguel.

- Eu sei Kate... mais você viu, ele me tomou tudo...

-Sabe que eu te amo, mas não dá... dessa forma não. Há três meses que eu cubro sozinha, e você sabe eu tenho uma filha no Texas, e tenho que mandar dinheiro toda semana. Eu sinto muito.

- Obrigada Kate, você foi um anjo pra mim. Eu vou naquele restaurante pra ver se ainda estão contratando, quem sabe...

- Ta bom, agora eu vou tomar um banho e tirar esse cheiro horrível de mim, e dormir um pouco, o Yang quer todo mundo mais cedo hoje. reunião de emergência.

- Porque tô sentindo que eu sou o motivo!

-Porque você é.

-Sério ?

-O cara de ontem ofereceu 10 mil pra sair com você , e quando disseram pra ele que você não saia com clientes ele entrou e saiu rapidinho da sala, por isso o Yong, ficou tão furioso.

Dei de ombros.

-Azar o  dele, perdeu a melhor dançarina de poli da cidade.

-É isso mesmo, ele que perdeu.

Ela entra para o banho e eu me espreguicei na cama, hora de ir a luta Luiza, a  brasileira que nunca desiste.

Me arrumei em seguida e saí , mais uma vez, batendo de porta em porta , a procura de algum serviço digno.

No restaurante a vaga já havia sido preenchida, e eu precisava de qualquer coisa que me desse dinheiro, mais pra aquela boate nojenta , não volto mais. 

No fim do dia , eu estava exausta , e nada. Parece que Manhatam não estava sendo a terra das oportunidades, pelo menos não para mim.

Contei as moedas , e voltei para o nosso ap. Faminta, pois ainda nem tinha almoçado naquele dia. Fiz um lanche rápido.

Kate já tinha saído e me deixou um bilhete carinhoso , mais dilacerante. Preciso arrumar minhas coisas e procurar outro lugar para dormir.

Enquanto faço minhas malas , o telefone toca , é meu irmão, Caio,  e nossa mãe teve que ser internada de novo, segurei as lágrimas e o acalmei, eles precisam de grana para alguns medicamentos, o hospital,  não cobre tudo.

- Vou dar um jeito Caio, fique tranquilo até o fim da semana , eu dou um jeito.

Ele desligou e eu não resisto. Minha mãe tem câncer de mama, e ja lutamos contra ele a 5 anos.

E depois que o meu pai foi embora ela entrou em depressão.

Preciso fazer algo.

Olho para o chão em meio as minhas roupas e vejo o lenço que o cara da boate deixou pra mim, e dizia:" Tenho uma proposta para você, me ligue." 

Amasso jogo no chão novamente , quem aquele pervertido acha que sou? só porque danço numa boate, não quer dizer que vivo pra prostituição...

Deixo minhas coisas já arrumadas na sala, antes de sair , minha amiga me deixou uma  grana, suficiente pra ficar num motel por alguns dias e me manter.

Pois já tem outra pagante para o quarto.

Sei que ela fez isso porque precisa, pois afinal, desde que cheguei só dei prejuízo a ela.

Chamo um táxi e vou para o motel que conheço, não é muito longe dalí, é barato , mais não é do tipo espelunca.

Eu acho...

+++

Dou uma leve arrumada nas minhas coisas e tento descansar um pouco já passa da meia noite quando vou tomar um banho, e quase gritei no chuveiro.

- Mais que droga, sem água quente!

Resmungo pra mim mesma.

Fazer o que ? O jeito é encarar a água gelada e tentar dormir um pouco , pra de manhã cedo recomeçar minha jornada.

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