Capítulo 18

Betty

Olho para o Paulo que ainda está esperando a minha resposta, com os olhos vidrados em mim.

— Eu aceito senhor Paulo! Eu aceito me passar pela sua namorada de mentirinha.

Falo cabisbaixa e um pouco triste.. pois não queria que fosse desse jeito e muito menos dessa maneira. Porém como a dona Sophia falou.. Só depende de mim fazer com esse relacionamento se torne real.. e eu vou fazer de tudo para fazer o Paulo me olhar como mulher, e não como uma mera assistente fiel, que faz de tudo por ele.

E quando eu vejo o seu sorriso lindo, se espalhar pelo o seu rosto, quase me derreto.

— Betty, você está me dizendo que topa fingir um relacionamento comigo?

— Sim senhor Paulo.. apesar que eu acho que a Allana não vai acreditar verdadeiramente nessa farsa.. porque olha para mim? O senhor nunca sairia como uma mulher que nem eu.. E eu saindo com o senhor, vou aparecer em várias capas de revistas, sites de fofocas.. a minha imagem também será denegrida.. E isso tudo eu estou fazendo, porque eu não consigo negar algo para você Paulo.. E talvez isso seja o meu maior defeito.

Ele me olha por um segundo com um olhar que eu nunca vi, porém não consigo decifrar, é como se fosse um enigma para mim.

— Pensando bem Betty.. você tem razão. A onde eu estava com a cabeça de te meter nessa roubada? Não quero que você seja humilhada por minha causa.. você não merece pagar pelo o que não fez. Você é doce e gentil! Seria uma covardia da minha parte pedir para que você se sujeite á isso.

— Eu entendo que o senhor está com muita raiva por tudo que aquela mulher fez pelo senhor.. mais entenda senhor Paulo, que a vingança, não irá te levar a lugar nenhum.. Ao contrário, não será só ela que sairá ferida, mais o Senhor também. Porque a vingança, acaba com os dois.

— Você só fala isso, porque você não foi a "corna" Betty! Sabe o que é dá o chão que você pisa para a mulher que você amava de todo o seu coração? E depois descobrir uma traição, e ainda por cima com um membro da sua família? Não, você não entende. Por isso, que é tão fácil me julgar.

— Eu não estou te julgando, até porque seria injusto da minha parte condenar o que eu não sei. Só quero mostrar para o senhor, que existe outra saída..

— Saída Betty? Eu estou destruido, aquela mulher acabou com a minha vida.. o amor para mim nunca mais vai existir, nunca mais vou amar ninguém como eu amei aquela mulher um dia.

Meu coração dói, e uma tristeza sem fim se apodera sob mim, fazendo qualquer esperança que eu tinha com ele, voarem pela janela dessa sala.

(...)

O senhor Paulo pede para eu acompanhar ele á uma reunião de negócios fora da Interprise, e eu acabo aceitando.

Passo o trajeto toda calada, já que ele não fala nada. E esse silêncio dele, me mata.. como eu gostaria que ele voltasse a sorrir, na verdade como eu gostaria de ser o motivo do seus sorrisos bobos e alegres.

E assim que chegamos na reunião, ajudei ele a fechar o contrato, o que não foi fácil para mim, mais no final deu tudo certo.

E consegui arrancar um sorriso do Senhor Paulo, que está todo alegre.

Saio com ele da sala de reuniões, e pegamos o elevador juntos.

— Betty, você foi incrível! O que seria de mim, na verdade da Intrepise, sem você? Conseguimos fazer negócio com uma das melhores empresas de modas do Brasil!

— Ah senhor Paulo, eu só falei o que eu sabia que eles queriam "ouvir" e no final, os dois acordos favoreceram tanto a Interpise como essa empresa.

Falo sorrindo e o elevador para.

E caminhamos até o Hall, e é incrível, que cada modelo daqui, todas olham descaradamente para o Paulo, outras até chegam a babar praticamente em cima deke.. ele é tão bonito, que ninguém parece prestar atenção em mim, que está bem do ladinho dele.

E ele nem se quer se dá conta disso, e muito menos olha para algumas delas.. ele simplesmente mantém os olhos fixos no celular.

E quando estamos prestes a sair, encontramos com quem eu menos esperava aqui!

— Paulo!

Olho para a Allana, que fica com a maior cara de pau, olhando para ele.

Vejo os olhos do senhor Paulo se inundarem de raiva ao olhar para ela.

— Betty, vamos!

Ele pega os meus braços, tentando ignorar ela.

Porém á mesma não deixa a gente passar.

— Paulo, eu preciso conversar com você.. a gente tem uma história linda, eu te amo! Tudo aquilo foi um mal entendido.. o seu primo, colocou algo na minha bebida... ele sempre foi afim de mim.

Ah, não..  eu nao acredito que ela esteja inventando essa mentira descaradamente! Eu mesma vi os dois, muito antes do senhor Paulo descobrir.

— Você acha mesmo que eu vou cair no seu papinho Alana? Sai da minha frente..  eu não quero te ver nunca mais na minha vida! Entendeu? Eu tenho nojo de você.

Paulo grita com ela, e a mesma se assusta.

— Paulo, só me dá uma chance de esclarecer tudo! E se eu te falar que eu tenho como provar que eu fui a maior vítima dessa história? O seu primo batizou a minha bebida..

Ele parece pensativo, e não! Eu não posso deixar essa perua mentirosa, enganar ele desse jeito! Chega!

Começo a rir da cara dela.

— Você acha mesmo, que eu vou deixar você mentir para ele? Vai me dizer que ele batizou a sua bebida duas vezes então? Já que eu mesma, vi vocês dois na cama, no maior romance e sem pudor nenhum! Vai dizer que era o que, a sua irmã Gêmea?

Ela me olha com raiva.

— Cala boca sua horrosa! Você sempre teve inveja de mim, porque o Paulo sempre foi apaixonado por mim, e se você acha que vai conseguir conquista-lo está muito enganado! Olha para você que..

Não deixo ela terminar

— Aé? Então eu provo para você, que o Paulo está bem melhor sem você!

Com uma coragem audaciosa, eu simplesmente, coloco as minhas duas mãos no rosto do senhor Paulo, e o beijo.

E ele fica sem reação, pois não esperava.. E quando eu penso que ele vai me empurrar, ele me envolve com os seus braços e corresponde o meu beijo.

E minha barriga começa a formigar, sinto meus batimentos cardíacos altos, pulando sem parar.

Seu beijo é doce e ao mesmo tempo amargo.

Paro o beijo, quando eu vejo vários flashs de câmeras, tirando várias fotos nossas..

E eu fico envergonhada e triste.. em pensar que ele só correspondeu o meu beijo, porque tinha paparazzis aqui.. e será perfeito para manchar a reputação da allana..

— É sério isso Paulo? Você só me beijou, para eu servi de manchete no jornal amanhã? Porque eu não estou supresa?

— Betty... não foi isso!

Não deixo ele falar, já que os meus olhos se inudam de lágrimas e eu saio correndo da empresa e eu o primeiro táxi que aparece na minha frente.

— Para onde você vai Senhorita?

O motorista me olha, sem reação.

— Só me leva para um lugar bem longe daqui.

Falo triste e com o coração ainda mais machucado.

— Senhorita, já estamos á 15 minutos rodando.. eu tenho que pegar outros passageiros.

O motorista fala, todo impaciente e eu dou o endereço da pensão..

Não queria que a dona Rosário me visse dessa forma. Mais não tenho mais nenhum lugar para onde ir..

E assim que eu chego na pensão, tento passar rápido pelo Hall, mais assim que eu coloco os meus pés nos primeiros degraus da escada, dona Rosário me chama.

— Betty, o que aconteceu? Porque você chegou desse jeito e nem se quer falou comigo..

— Ah dona Rosário.. É que eu não queria que a senhora me visse assim..

— Oh Betty!

Ela me abraça, e eu me permito chorar no seus braços.

— Eu não queria ser um brinquedinho de vingança para ele.. eu sou tão feia assim, ao ponto do senhor Paulo nunca se apaixonar por mim, dona filó?

— Não Betty! Você é linda, e quer saber? Chega.. vem comigo..

— Hã? Para onde você está me levando dona Rosário?

Ela sobe as escadas comigo, e me leva para um lugar que eu nunca vi e nunca nem se quer entrei.

— Essa é a minha sala de costura minha filha..

Olho para a sua máquina, e vários tecidos pendurado em prateleiras.. E vários manequins também.

— Dona Rosário... a senhora nunca me contou que costurava!

Falo, ainda admirada, olhando para algumas peças de roupas que ela mesmo deve ter criado.

— Eu não falei, porque esse é o meu hobby secreto! Mais não te chamei para falar sobre isso minha filha.. E sim, para te mostrar uma peça de roupa que eu fiz especialmente para você.

Ela tira o lençol branco do manequim, e eu vejo macacão todo cheio de florzinha. Ele é lindo!

— Dona Rosário... a senhora fez para mim?

— Sim minha filha, fiz.. porque eu queria que você perdesse a insegurança de deixar as suas pernas de foras! Você só usa vestidos longos, quando não são vestidos, são saias! E você tem um corpo lindo, não merece te-lô escondido por baixo desses panos todos, que não te valorizam como mulher.

— Dona Rosário... eu amei de verdade o macacão, mais nunca usei esse tipo de roupa.. E eu não estou fazendo desfeita da sua roupa..

Ela me corta.

— Betty, você por acaso poderia colocar, só para eu ver como ficaria em você? Olha, não tem ninguém nesse horário na pensão.. não se preucupe! Não me faz essa desfeita..

Cruzo as minhas pernas ainda nervosa, e depois de muita insistência por parte da dona Rosário, eu me troco no banheiro do quarto.

E quando eu me olho no espelho, vejo o quanto minhas pernas ficaram torneadas e bastante atraentes nesse macacão, nas costas, ele é abertinho, deixando a minha pele expostas. E parecem que esse macacão, aumentou ainda mais os meus quadrils, e a minha bunda ficou bem enorme, se bem que ela nunca foi pequena.

Dona Rosário me chama, e mesmo eu envergonhada.. saio do banheiro.

— Betty! Tira as mãos da frente para eu ver..

Ela reclama comigo, e eu acabo tirando receiosa.

E ela arregala os olhos.

— Minha filha, como você ficou lindíssima! Você é uma mulher feita já.. queria eu ter nascido com esse corpo tão lindo.. minha filha, pode me falar a verdade, você não é mais moça né?

Engulo seco.

— Moça? Como as-sim, Dona Rosário?

Acabo gaguejando

— Eu quis dizer, você por acaso é virgem minha filha? Já esteve com um homem antes?

Quase fico sem cor e eu á respondo baixinho.

— Sim Dona Rosário.. na verdade eu perdi a minha virgindade com um canalha, que me usou.. ele apostou com os amigos que me levaria para cama, e a ingênua, caiu igual o patinho nas mãos dele.. dei o que eu mais tinha de precioso! E eu tento apagar esse passado na minha vida.. por isso, que eu não consigo, não consigo Dona Rosário.. usar essas roupas vulgares, vê os homens me olhando como se eu fosse um objeto de uso e de descartes.. eu só queria ser amada, e nao usada! Só queria que alguém me olhassem além da aparência.

Saio do quarto dela arrasada, pois lembrar dessa parte da minha história, me deixa muito mal.

Porém acabo me esbarrando com alguém.

— Betty!

Tomo um susto, ao ver o Paulo me segurando com os seus braços fortes.

O que ele está fazendo aqui? E como ele veio parar nesse andar?

Sinto o seu perfume perfurar as minhas narinas, seu corpo colado no meu, faz uma corrente elétrica passear pelo o meu corpo.

E eu logo saio do seus braços.

E pela primeira vez, sinto o seus olhos se destilarem pelo o meu corpo, de cima abaixo.

E quando ele demora o seu olhar nas minhas pernas, eu cruzo elas envergonhadas.. ah não, eu não queria que ele me visse assim, na verdade não queria que ninguém me visse nesse estado.

Ele não fala nada, e nesse exato momento, só queria saber o que ele está pensando.

— Senhor Paulo, o senhor está me ouvindo?

Ele solta um ruído pela garganta e dirige o seu olhar pelo o meu rosto.

— Betty, me desculpa aparecer assim, ainda mais nesse horário.. mais eu te devo um pedido de desculpas! Eu não queria ter te machucado.

— Eu não deveria ter beijado o senhor e isso nunca mais vai acontecer. Na verdade, eu não suportaria ver o senhor caindo nas armadilhas daquela mulher!

— Betty... será que voce não entendeu? Eu só estou jogando com ela! Eu quero ver até onde vai todo o sinismo dela! E quando ela pensar que eu cair nas mentiras dela, ela terá uma grande surpresa.

Ele começa a rir, e novamente.. a vingança está deixando ele cego.

— Quer saber senhor Paulo? Essa vingança está te deixando cego! E isso me dói, porque será que voce não percebe que eu..

Quando eu ia falar, a dona Rosário aparece, me cortando.

— Betty.. com que você está falando?

Ela para, e toma um susto ao olhar para o Paulo.

— O que, de novo você por aqui hoje?

Dona Rosário o olha com uma semblante arquiada.. E eu sei que ela nunca gostou dele, pois segundo ela, ele sempre foi um chefe ruim para mim, e só me fazia de escrava.

— Eu vim falar com a Betty, porém eu já estou de saída.. E mais uma vez Betty, desculpas por hoje.

Ele sai, e eu fico com pena, ao ver ele partindo, e eu quase vou atrás dele, mais a dona Rosário me impede com os braços.

— Você não irá atrás dele! Chega de sofrer por quem não está nem aí para você! Toma vergonha na cara, e esquece esse homem de vez! Porque se eu te ver, chorando mais uma vez pelo "desprezo" dele, eu juro que te dou uma bofetada na cara minha filha!

Me assusto com o tom de voz da dona Rosário, pois em torno desses dois anos que eu moro com ela, nunca a vi falar desse jeito comigo.

— Dona Rosário.. tenha empatia por ele..

— Empatia? Você que deveria ter empatia por sí mesma! E não para quem, que só quer te usar. Olha Betty, eu tenho você como uma filha que eu nunca tive, e fique sabendo que eu não gosto de ter ver sofrendo, e esse homem, me desculpa minha filha.. mais ele nunca vai te amar! Pois está cego pela outra que traiu ele! Ele continua amando ela, e por isso que ele não aceita que ela o traiu. E eu não quero que no final da história, você saia machucada!

— Chega dona Rosário... O Paulo pode sim esquecer ela! E eu vou fazer de tudo para ajudar ele á sair dessa. E quer saber, para o jogo virar só depende de mim! E eu vou lutar por ele, pois o Paulo foi o único homem, que sempre me tratou com respeito e admiração.

— Betty, você não o ama! Pois amor vai além disso.. você só está cega de paixão por ele, e isso acaba te deixando cega! Á ponto de fazer qualquer loucura por ele, e principalmente confundir migalhas, porque é isso que ele te dá, com ouro! E volto a repetir, o destino pode te surpreender, e mostrar que o seu verdadeiro par, é quem você menos espera! E algo me diz que não é Ele.

— Chega dona Rosário... eu respeito muito a senhora, mais hoje está impossível de concordar com o que a sr fala! Eu vou para o meu quarto, tomar um banho.

Falo, ainda irritada.

Eu não entendo, porque ela não consegue me apoiar, igual a dona Sophia fez? Ao contrário, só fica jogando negatividade, que me deixa mais para baixo.

Tomo o meu banho devagar, e memórias do meu beijo com o Paulo, invadem a minha mente, como se ele tivesse bem aqui comigo.. me amando de várias formas.

Mais logo acordo, pois fico vermelha e morta de vergonha ao imaginar essas cenas sexuais entre nós dois.

Saio do banheiro, ainda com a tolha em volta do meu corpo, e procuro um pijama confortável para eu colocar.

Penteio o meu cabelo, mesmo chorando de dor.

E após longos minutos, eu termino ele.

Janto com a dona Rosário, mesmo ficando um clima chato entre nós duas. Conversamos pouco durante a janta, e ela nem se quer deixou eu ajudar ela a tirar a mesa. Subo para o meu quarto, e pego um livro para ler.. porém acabo caindo no sono, nas primeiras páginas do livro.

(...)

Acordo assustada no meio da noite, e quando eu olho, vejo que o meu telefone não para de tocar.

— Ah, não! Quem será á uma hora dessa?

Falo, pegando o meu óculos da mesinha de noite e olho para o número, e meu peito congela, ao ver que é o senhor Paulo.

E atendo preucupada.

— Senhor Paulo, aconteceu alguma coisa?

— Aqui quem está falando é o Barman! Na verdade, ele pediu para eu ligar para uma uma tal de Betty, pois ele está todo bêbado, e sem condição nenhuma de dirigir ou sair daqui de forma lúcida, a senhora poderia vim aqui buscar ele? Pois já estamos fechando o bar!

Fico sem acreditar, que o senhor Paulo está em bêbado, e ainda por cima pediu para me ligarem!

•Será que a Betty vai socorrer novamente o chefinho dela? E fico me imaginando qual foi o pensamento do Paulo quando a Betty beijou ele ou quando ele á viu toda diferente com aquele macacão.. será que? No próximo capítulo vou fazer a versão dele! E se preparem Haha. E vocês estão com saudades de uma certa pessoinha? @D..🤭 Não se preucupe, pois quando ele reaparecer na vida da Betty, será com tudo🔥😏🥺

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