Capítulo 14

— Não! Ela está bem? Em que hospital ela está? Por favor, me passa o endereço.

Falo, com as mãos tremendo e anoto tudo no papel o endereço.

Desligo o celular, e saio do restaurante sem pensar duas vezes.

Pego uma condução, pelo o que eu fiquei sabendo, o hospital é aqui perto.. É um privado, Leblon City.

Assim que eu chego ao hospital, vou direto na recepção, perguntando pela dona Rosário.

— Senhora, se acalme! Esss hospital, não é o Sus para você ficar gritando desse jeito.

Olho para a recepcionista antipatia e totalmente ignorante com raiva!

Quando eu estava prestes a soltar umas verdades na cara dela, um homem vestido de Jaleco branco aparece na recepção.

— O que está acontecendo aqui?

Ele olha para nós duas.

— É essa mulher aqui.. que não para de gritar.

— Gritar? Você que não sabe como atender os pacientes bem, minha querida! E fora que não é nem um pouco empática!

— Você por acaso é a senhora Beatriz Padilha? Parente da dona Rosário?

— Sim, eu mesma! Ela está bem doutor?

Olho para ele preucupada.

— Eu preciso que você me acompanhe até o meu consultório ...

Me estremesso, e eu o sigo.

Chegando lá, ele pede para eu me sentar.

Coloco a minha bolsa no meu colo, ainda tensa.

— Bom senhorita.. eu te chamei até aqui.. porque é um assunto delicado.

— Ain! Não.. não me diga que..

Lágrimas começam a escorrer pelo o meu rosto.

— Calma! A dona Rosário se encontra bem.. como eu falei ela teve um ataque de derrame.. por pouco não sofria um AVC. Porém, isso não a impossibilita em ter um.. e só podemos resolver isso com uma doação de um transplante..

— Transplante? Me fala doutor.. que transplante seria esse??

—  É um transplante de órgãos.. porém ele é raro e está em escasso no nosso hospital Beatriz..

— Não! Tem que haver uma solução..

— Olha Beatriz, eu posso tentar procurar por um doador, mais eu não te prometo nada! Porém, enquanto eu não acho.. É de suma importância que a dona Rosário fica em estado de observação aqui no Hospital.

Fico apavorada com toda essa situação, eu preciso encontrar uma solução, eu preciso ajudar a dona Rosário...

O doutor me leva até o quarto a onde a dona Rosário está, e parece que a mesma está em um sono profundo e quando ela acorda, fica toda impaciente querendo sair logo, pois deixou a sua pensão toda aberta lá e com cheios de hóspedes. E eu prometi para ela que eu iria cuidar.

Depois de ter passado a tarde toda com ela, eu me despeço, pois  prometi para ela que eu iria cuidar da sua pensão. E esse hospital, é muito bem seguro.

E quando eu pego o meu celular, vejo muitas mensagens das meninas do pilotão. E eu ligo para uma delas, pedindo desculpas e explicando a minha situação.

(...)

Mal consegui dormi essa noite, a todo instante pensava na dona Rosário..  essa pensão não é mais a mesma sem ela! E fora que está tudo um caos. Eu não estou conseguindo dá conta de tudo.. a única solução que me restou, foi explicar que a dona Rosário está internada.. E que não teria como eu fazer todas as refeições deles.

E eu liguei hoje cedo para o senhor Paulo, explicando que não poderei trabalhar hoje. E ele entendeu perfeitamente bem, e me deu o tempo que eu precisasse, até a dona Rosário ficar boa. E eu achei tão cavalheiro e gentil da sua parte, esse gesto tão nobre. E o mesmo, me pediu desculpas, por não ter chegado a tempo do nosso almoço. E eu o desculpei, pois também tive que sair correndo para o hospital, e ele disse que também não chegaria a tempo do nosso almoço.

Meu celular começa a tocar, e me estremesso ao ver o número do doutor.

— Betty!!

Ele diz todo alegre.

— Eu encontrei! Encontrei o doador de órgãos para a dona Rosário.

— O que? Isso é sério??

Sorrio em êxtase.

— Sim, muito sério! Você pode vim aqui no hospital?

— Claro que sim!

Sorrio, ainda nem acreditando!

Agradeço a Deus de joelhos.

Tomo um banho rápido, e coloco uma roupa qualquer.. Esses dias não estou tendo muito tempo para me arrumar.

Chego no hospital, e o doutor me leva até a sala dele.

— Então Betty, o doador ele aceitou dar os órgãos dele, porém, ele cobrou 100 mil.

Quase me engasgo.

— Isso é uma piada? Que tipo de ser humano, cobraria isso? A vida humana não importa mais por acaso? É sério que o dinheiro é o de mais importante nessa história toda? Cadê o amor?

— Senhorita Betty se acalma.. É comum vemos o doador cobrar por isso.. E ele até que cobrou barato, comparados á muito.

— Barato?

Sorrio irônica. — Eu sou pobre! Não tenho recursos para isso.. eu vim para esse país, justamente para buscar uma saída! E uma qualidade de vida melhor para mim.

— Eu compreendo Senhorita Betty, mais entenda, que se perdemos esse doador, a dona Rosário pode piorar no seu estado clínico, e até... leva-lá ao óbito, se o seu corpo não obtiver esse órgão.

Pânico me consome.. isso não!

— Mais eu não tenho esse dinheiro doutor! Eu mal tive para pagar as despesas dela desse hospital! Tive que parcelar para mais de 48 vezes no cartão.

Falo triste e em meio às lágrimas.

— Mais você não trabalha em uma das melhores empresas da América Latina? A interprise? Oras, não pode conseguir 100 mil reias?

Engulo seco... definitivamente, a interprise não tem esse dinheiro para me dar assim.. já que a bolsa de valores caiu muito.

— Eu comecei a pouco tempo á trabalhar lá. Jamais me dariam uma quantia tão enorme assim!

Abaixo a minha cabeça triste.

— Senhorita, o doador estará aguardando a resposta, até amanhã á tarde! Apenas.

— Então o senhor pode avisar para ele, que eu irei conseguir esse dinheiro! Não sei como, porém eu vou salvar a vida da dona Rosário.

Saio determinada, e ao mesmo tempo confusa.. á quem eu vou recorrer?

Será que o seu Paulo poderia me emprestar esse dinheiro?

Saio do hospital e pego o ônibus, só que não dá pensão.. E Sim, para a Interprise.

E passo o trajeto todo do ônibus, pensando em inúmeras formas de pedir para ele.

A vergonha me consome por completo..

O motorista me deixa no prédio, e eu desço.

— Olha só.. se..

Ignoro essa vaca da Alice, e subo para o elevador, antes que eu dou um tapa naquele rosto dela. Hoje a minha paciência está lá embaixo.

E assim que eu chego até a sala do Paulo, minhas pernas treme..

Eu espero que ele também esteja aqui..

Bato na porta.

— Entra!!

Suspiro aliviada, ele está!

Entro no seu escritório, e ainda vejo ele todo distraído, no notebook.

— Senhor Paulo?

Seu olhar se levanta, e me olha.

E eu me sinto pequena, perto desse olhar tão bonito.

— Betty! Pensei que não á veria tão cedo.

Ele sorri, e eu quase vou a lua.

— É que aconteceu um imprevisto..

— Aconteceu? Ela piorou?

Puxo a poltrona e me sento virada para a sua mesa, e conto tudo para ele, e pergunto se ele pode me ajudar.

— Betty... geralmente os doadores costumam pedir valores altos para doar. É um absurdo, porém é a verdade! E Betty, gostaria muito de te ajudar! Mais a interprise, como você viu, não está em seus melhores momentos. Ao contrário, nós também estamos precisando desse dinheiro! Eu pedi até um empréstimo ao banco, e qualquer quantia que eu retirar, eles irão ficar sabendo, e logo vão cogitar que estamos com dinheiro! Gostaria muito mesmo de te fornecer uma ajuda, mais é vergonhoso eu dizer que não tenho.

Engulo o choro, pois ele era a minha única saída..

— Não, tudo bem senhor Paulo. A interprise realmente nao tem esse recurso para me dá.. eu vou dar o meu jeito.

Falo, saindo da sua sala. E ouço ele gritar o meu nome.. porém eu corro para o banheiro, e começo a chorar.

A dona Rosário me recebeu tão bem! Não é justo... que ela morra! Não é justo... eu preciso achar uma outra solução. Não vou aguentar e ver outra pessoa partindo novamente!

Enxugo as minhas lágrimas.

E começo a andar até o elevador.

E ainda bem que eu estou sozinha.. porém, quando ele esta prestes a fechar, uma maleta é posta no centro dele, e quando eu vejo que é...

— Daniel?

— Beatriz! É muita sorte ou azar ter que pegar o mesmo elevador que você..

Sinto o seu olhar de deboche recair sobre mim.

— Tô vendo que você não está no seu melhor dia..

Ele fala rindo, me olhando de cima abaixo.

— Não mudou realmente de ideia?

— Que ideia?

O olho incrédula.

— Oras, de ir para cama comigo, te ofereci uma quantia boa.. mais você realmente gosta de se fazer de difícil..

Flashbacks daquele dia me vem na minha mente.. E não! Eu não posso fazer isso por dinheiro.. mais é o dinheiro que salvaria a vida dá dona Rosário.. E não tenho mais nenhuma solução ou alguém que possa me empresta esse dinheiro tão alto.

Destruída e totalmente com vergonha de mim. Eu o olho — Eu aceito! Mais com uma condição, quero 100 mil nas minhas mãos amanhã!

Ele arregala os olhos para mim.

— Você está falando sério?

— Não vou perder tempo! Eu preciso desse dinheiro. E fica sabebdo Daniel.. você até terá o meu corpo, mais nunca terá o meu amor.. e será apenas uma noite!

— Eu não quero o seu amor! Não quero nada, a não ser ouvir da sua boca, altos gemidos de prazer e de dor, quando eu estiver te possuindo e te rasgando toda. E fica sabendo, que entre quatro paredes, eu que sou o dominador! E gosto das coisas do meu jeito. Você terá o seu dinheiro, mais terá que fazer do meu jeito.

Me sinto uma prostituta barata.. ain, que vontade de chorar e chorar e fingir que isso daqui não passa de um sonho horrível.

— Como queira Daniel..

Falo, com os pés na porta, já que o elevador já está chegando no primeiro andar.

Mais ele simplesmente para o elevador.

E eu olho assustada.

— O que você está fazendo Daniel?

— Ainda nada! Amanhã a noite eu peço para o meu motorista te buscar naquela pensão..

Ele fala com desdém.

— Não! Tem que ser hoje..

Falo, virando o meu rosto para outro lado.. já que o mesmo me colocou sobre a parede do elevador.

Porém ele virá o meu rosto, e me obriga a olhar para os seus olhos de predador.

— Gostaria de pensar, que você está louca para me ter Beatriz! Mais hoje não vai dar para mim, tenho um compromisso muito importante!

— Por favor Daniel! Tem que ser hoje.. amanhã será tarde demais e o..

Paro de falar..

— O que Betty? Por que será tarde demais?

— Nada! Mais eu posso te encontrar depois que você sair desse compromisso...

Falo vermelha e ele sorri largo.

— Porque eu não pensei nisso antes? Até porque, sempre saio muito estressado desses lugares chatos! Você será um ótima distração..

Engulo a lagrima que insiste em correr pelos os meus olhos.

É humilhante demais.. Estou me sentindo pior que um brinquedo de descarte.

•**Meu Deus, tadinha da nossa Betty, minhas lindas! E esse Daniel, vai se arrepender por ter feito isso.. mais também, se a Betty falasse para ele o que se tratava, poderia mudar essa situação dela.. e ele a ajudaria..

no próximo capitulo, eu colocarei tempos atuais! pois esses capítulos são flashbacks, como a betty falou nos capítulos iniciais e muito obrigada por chegarem até aqui! E por isso, é muito importante o seu comentário e o seu voto nas minhas obras! pois me ajuda muito como autora e me motiva a escrever mais para vocês! 🥰😘😍❤**

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