Capítulo 10

BETTY~

Assim que eu chego na pensão, não consigo evitar as lágrimas.

Provalvemente eu perdi o meu emprego, e agora sem emprego, o que eu vou fazer para me manter aqui?

— Betty, o que aconteceu minha filha? Porque esta chorando? E o que aconteceu com as suas roupas? Estão todas amassadas.

— Ah Dona Rosário... eu perdi o meu emprego.

Abraço ela, ainda chorando.

— O que? Como assim?

Explico tudo para ela.

— Betty, eu não acredito que você jogou uma champanhe na cara daquela megera? Eu sei que foi merecido.. mais minha filha, você precisa controlar os seus impulsos. Ela é rica e dá alta sociedade, e ela pode muito bem acabar com a sua reputação e imagem. E se prepara que amanhã a sua foto estará na primeira edição de todos os jornais ou tabloides de notícia.

— É que eu estou cansada, de sempre ser humilhada e insultada dona Rosário. Os ricos, tudo eles! Eles não choram né? Só nos pobres, que choramos com as humilhações diárias que aguentamos deles. E o seu Rodrigo.. nem para me defender quando ela me insultou daquela forma.

Tiritas(curativos) pá este corazón partio..

— Betty, nem todos os ricos são iguais a essa mulher! E mais, existem mais pobres soberbos, que pisam no próximo, do que os próprios ricos. E minha filha, entenda uma coisa. Aquele que é, não precisa mostrar nada para ninguém e muito menos provar! Não se iguala e muito menos se rebaixa. As vezes, tudo o que você precisa fazer, é ignorar e levantar a cabeça, e sair fora.

— Mais eu não consigo dona Rosário. Eu não tenho papas na língua.. eu até tento me segurar.. mais quando eu vou ver, já estou responde com unhas e dentes.

— É, mais se você continuar assim, aí que não será empregada em lugar nenhum. Pois vivemos em um mundo, onde um pisa no outro, só pelo simples fato de ser superior ao seu próximo. E ninguém irá te contratar para você ficar dando suas opinião e sim para você fazer a sua função. Então, ou você se auto-domina nesses seus impulsos, ou eles vao acabar com a sua vida profissional. Eu sei que eu estou sendo grossa, mais estou falando para o seu bem minha filha. — Se você soubesse o que eu já vi nesses meu meio século de vida, e tive que aguentar calada. Talvez não estaria aqui hoje!

— E Betty, nem tudo que eu penso eu tenho que falar! Isso não é falta de sinceridade e sim sabedoria. Não dá os seus conselhos, para quem não merece ouvir. E se alguém tentar te diminuir ou te humilhar, apenas ignora e dá o desprezo, e continua fazendo o seu trabalho de forma impecável.

— Para senhora é fácil falar isso, pois não é discriminada o tempo todo pela a sua aparência. Eu estou cansada das pessoas olharem o lado superficial das coisas. Como eu queria encontrar alguém que me olhasse muito mais além da aparência.

— Betty! Se você não se achar linda como é, ninguém irá achar. E nunca, nunca mesmo, mude para ter um amor de um homem. Porque se precisar mudar, é porque ele ama a sua aparência, e não a sua essência. — Agora enxuga essas lágrimas e vai dormi! Porque tarefas é que não falta nessa pensão. E não irei mesmo, te deixar naquele quarto, se lamentando.

— Obrigada dona Rosário, pelas palavras sábias. E sim, a senhora tem razão! Nem tudo o que eu penso, eu tenho que falar. E quer saber? Eu nao me arrependo de ter dado uma surra na cara daquela pirua, sem vergonha, que gosta de humilhar e pisar nas pessoas. Mais eu só me arrependo, de ter feito isso, dentro daquele lugar cheio, com todo mundo vendo e principalmente na frente do meu chefe. Agora, se me de licença, não vou mais ficar chorando por esses dois. Vou tomar um banho bem quentinho e esquecer esse episódio horrível, e depois dormir.

Sorrio calma.

— Essa é a minha Betty! Faz isso mesmo minha filha, e reflita bastante no que eu falei para você.

Me despeço da dona Rosário, e subo para o meu quarto.

E tiro essa roupa do meu corpo e tomo um banho de água fria.

(...)

Hoje é domingo, e eu estou aqui ajudando a dona Rosário na comida, e hoje eu ajudei ela a fazer a receita do feijão mexicano. E alguns doces.

— Minha filha, como você é boa em tudo que faz! Esses seus doces estão incríveis.

Dona Rosário, sorri para mim.

— Assim eu fico sem graça.

— Meus clientes estão amando!

Um sino toca, e sempre quando toca é porque chegou clientes novos para almoçar.

— Minha filha, será que você pode atender? Aqui os cardápios.

— Claro dona Rosário.

Sorrio para ela, e pego os cardápios da suas mãos e saio da cozinha.

Como hoje é domingo, optei por usar um short Jeans e uma blusa regata.

Mais o short está me incomodando muito, pois sempre quando eu ando, ele levanta. Mais ainda bem que eu estou de avental, assim tampa um pouco.

Ando distraída, até as mesas.

Está um sol escaldante aqui no Rio de Janeiro, como sempre.

E quando eu vou atender, meus olhos se arregalam ao ver.

— Daniel?

Olho para ele, que está vestido com roupas casuais.

Ele tira o seu óculos, e ele sorri debochado ao me ver, mais os meus olhos vão na criança que está do seu lado.

— Papai, esse lugar é muito pobre.. porque o senhor me trouxe aqui?

"Papai"

Quase me engasgo quando ouço esse nome.

Ele é pai?

— Beatriz, o cardápio.

— Hã.. claro!

Fecho a minha boca e dou o cardápio para ele.

— Bom, o que o senhor vai querer?

— Sem formalidades! Assim eu me sinto um velho. E a propósito, esse é o meu filho Liam.

Olho para o garotinho pequeno, que me olha com um ar de arrogância. Quem será que puxou?

— Você parece com o meu boneco Chuck.

— E você parece com o seu pai! A arrogância dos dois é super parecidas.

Falo, e tampo a minha boca. E me lembro o que a dona Rosário me disse ontem. Droga, até com uma criança, eu tenho que ficar retrucando?

E o Daniel solta uma risada alta.

— Meu filho, o papai ama aquele seu boneco. E ama pernas grossas e bonitas também..

Fico vermelha, pela forma dele falar isso tão exclachadamente na frente do seu filho. E ainda olha para as minhas pernas, na maior cara de pau.

Mais com certeza, ele só deve está brincando comigo, como fez ontem. Não caio mais nessa armadilha.

— Olha só, eu não sei o que o senhor veio fazer aqui.. até porque esse lugar não tem nada haver com você. E deveria seguir os conselhos do seu filho, e ir para um lugar "menos pobre"

O olho firme, e ele continua com aquele sorriso nos lábios.

— É proibido gente rica, pisar em bairros mais pobres, e principalmente comer em pensões agora? Existe um cláusula para isso?

Reviro os meus olhos.

— Não! Mais acho que a comida daqui não é do tipo que agrada o paladar dos "ricos"

— Não sabia que ser rico, me causaria tanto preconceito e discriminação.

Ele sorri alto.

— Olha Daniel, se você veio aqui para me provocar, e me fazer essas propostas horríveis para trabalhar na sua empresa, fique sabendo que perdeu o seu tempo.

Grito irritada, e a dona Rosário aparece na hora.

— Betty, o que está acontecendo aqui?

— Dona Rosário... nada, é que..

— Simplesmente, ela me insultou por eu ser rico. E já que esse ambiente, como ela mesmo disse não é para mim e para o meu filho. Então não tenho mais nada á fazer aqui.

Ele se levanta com o seu filho e eu o olho com raiva.

Eu não falei nada dessa forma.

— Não! De jeito nenhum meu filho..com certeza a Betty, deve está em um dia mal. Mais eu vou servi-los agora.

Ele me olha, com um sorriso de vencido.

E a minha vontade era de tacar esse cardápio na cabeça dele. Para ver se ele para de ser tão debochado assim.

— Betty, enquanto isso, vai lá na cozinha, pois deixei o feijão no fogo.

— Claro dona Rosário, com maior prazer.

Falo pisando fundo.

E mexo com a colher de pau no feijão mexicano, que só pelo cheiro, já está me dando água na boca.

— Betty! O que foi aquilo minha filha?

Dona Rosário entra na cozinha.

— Ah, me desculpa dona Rosário. Mais eu conheço aquele homem.

— Conhece? Minha filha, aquele homem tem um olhar tão gélido e íntimidande. Eu nunca recebi uma pessoa assim, do nível dele na minha pensão. Eu ainda não acredito que ele veio aqui, só para experimentar a minha comida.

— Ele veio para me provocar, isso sim!

— De qualquer maneira minha filha, não vamos julgar um livro pela Capa. E ele quer que você o sirva com exclusividade.

— O que? A senhora tá brincando né?

— Não minha filha, eu não estou. E eu não posso ficar dispensando clientes assim. Tenho contas para pagar, e ser você for bem gentil e paciente com ele, quem sabe ele não te dá uma boa gorjeta?

— Dona Rosário, qual a parte que a senhora não entendeu que aquele homem está aqui por pura provocação?

— Olha Betty, se ele tiver aqui por causa de você, nossa minha filha.. queria eu ter tido essa sorte na sua idade, um homem desses me provocando. Esse homem, exala a sua masculinidade e a sua figura impotente de longe. Só no tempo que eu fiquei anotando os pedidos dele, várias mulheres o secaram com os olhos. Me senti até constrangida. E algo em você, deve agradou ele.

Gargalho alto.

— Dona Rosário... aquele homem não me agrada em nada. Ele é super arrogante e prepotente. E fora que ele... não para de... olhar para as minhas pernas.

Falo vermelha e constrangida.

E ela solta uma risada alta.

— Ah, então isso daqui, está mexendo com o garanhão?

Ela aperta as minhas coxas.

E eu resmungo.

— Ain dona Rosário... doeu. Mais é sério.. eu não posso atender ele assim, e fora que esse short está me incomodando.

— Minha filha, faz assim.. atende ele agora e depois você troca de short. Mais ele parece muito impaciente.— Olha, eu vou preparar o prato dele e do seu filho. E que criança enjoada hein? Foi difícil escolher uma comida para ele. O pai teve que obriga-lo a escolher a comida.

Mordo as minhas unhas. Sim, quando eu estou nervosa eu começo a roer elas.

Ela faz o prato do filho dele e depois faz a dele.

— O que? Ele pediu feijoada?

Falo, olhando ela pegar a concha do feijão.

— Sim, parece que ele ama comidas mexicanas minha filha..

Ela sorri largo.

E eu não falo nada, parece que a dona Rosário gostou dele.

Ela me dá a bandeja com as comidas prontas e eu quase recuou, mais eu saio da cozinha, mesmo ela tendo me implorado para eu não fazer nenhuma besteira e muito menos gritar com ele.

Difícil missão, mais vamos lá..

Ele está mexendo no seu telefone, todo focado e posturado, e realmente, as mulheres não param de babar ele com o olhar.

E isso me faz revirar os olhos.

Chego até a sua mesa.

— Com licença..

Retiro os pratos, e primeiro sirvo o seu filho. E o mesmo nem parece se importar, pois está mexendo no seu ipad de última geração.

Sério, essa criança tem quantos anos, para ter um troço enorme desses em mãos? Uns cinco? Acho que mais disso, ele não deve ter.

— Liam, para de mexer nesse telefone, para comer.

Ele olha para o filho, e o mesmo joga o ipad de qualquer jeito na mesa, e o meu coração quase pula pela boca de tanto nervoso.

Enquanto eu, fazendo de tudo para comprar um celular novo, e ele brincando de quebrar. Oh, triste vida..

— Essa comida parece velha.

O seu filho olha com nojo para o seu prato e eu respiro fundo. Oh Criancinha mais chata.

— Ela foi feita hoje, então velha é o último elogio que você deveria dar para ela.

Sorrio forçada.

— Liam, fica quieto e come!

Nossa, até eu me assustei agora com a sua voz grossa. Não precisava também ter falado dessa forma com o menino.

Vou na direção dele e o Sirvo.

— Belas pernas que você tem, senhorita Padilha.

Ele sorri, me provocando.

Porém, eu o ignoro. Antes que eu faça essa colher voar daqui.

— Com licença, precisa de mais alguma coisa?

— Sim, uma noite.

— Hã?

Não entendo o que ele quis dizer.

— Uma noite na minha cama Beatriz, aceita!

Ele pega as minhas mãos e fico em choque.

— Você é um maníaco para me fazer uma proposta dessa? Quem você pensa que eu sou? E por respeito ao seu filho e a dona Rosário, que eu nao taco esse copo no meio da sua fuça! Seu.. seu pervertido!

— É que eu queria ver essa sua marra toda em quatro paredes.. E também sempre tive curiosidades em ir para a cama com uma mulher comum, sem ser modelosc.

Isso foi demais, quando eu ia levantar as minhas mãos para dá bem dado no seu rosto, ele se levanta e segura ela.

— Não ousa a fazer isso! Nenhuma mulher me toca sem as minhas ordens.

Seus olhos se enchem de irá.

— Você.. você é um louco! Solta as minhas mãos que está me machucando.

E ele solta, e se senta na cadeira.

E eu saio praticamente correndo e assustada.

— Betty, aconteceu alguma coisa?

Dona Rosário me olha preucupada.

— Não.. eu só preciso ir para o meu quarto..

Dou a bandeja para ela, e subo as escadas.

E chego no meu quarto, com o peito ofegante.

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Comments

Verma Lucena

Verma Lucena

nao é tao bonito assim nao.

2024-04-15

1

Pimenta🌶

Pimenta🌶

ah filho do catiço kkkk

2023-06-15

2

Pimenta🌶

Pimenta🌶

ou as vezes só arrancar um pedaço do vestido alheio pelo caminho 🤭🤔

2023-06-15

0

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