A distância ( Depois das paredes de pedra)

Cont...

Mais dois dias se passaram, Henrique junto das meninas haviam partido para além das paredes de pedra, com Henrique fora da cidade sua cabana ficou vazia, o que foi de muita vantagem para Enzo. Ele estava no rastro de Henrique desde que voltou para a cidade e as atitudes do amigo o faziam suspeitar cada vez mais que Henrique tinha envolvimento com o desaparecimento de Luka e que também tinha informações sobre o desaparecimento das garotas. Enzo entrou na casa pela porta dos fundos, vasculhou cada lugar que conseguiu pensar, a cozinha, quarto de Henrique, o banheiro e não encontrou nada que o ligasse ao crime, ele estava quase desistindo de vasculhar até vê a porta do porão onde ficava o açougue que Henrique preparava os animais que ele caçava junto de seu pai, até então nada de mais como o resto da casa estava tudo limpo e organizado, ele abriu o frisar que estava vazio. Enzo ficou intrigado, o picador estava sujo, mas não havia carne no frisar? A lógica seria, se o picador foi usado ainda deveria ter carne no frisar e em que momento Henrique teria saído para caçar, se ele havia saído novamente para achar Luka a dois dias atrás. As teorias que Enzo criava na sua cabeça eram muitas e nenhuma delas era muito boa, ele vestiu uma luva e olhou o picador, em meio ao sangue e o resto de carne picada, ele encontrou um fio de cabelo pelo tamanho talvez fosse de mulher, Enzo abriu um pequeno saco plástico e levou para examinar. No meio das florestas de Brígida, depois das paredes de pedra, Henrique, Shofi, Camila e Cler vasculham cada centímetro possível, na esperança de encontrar qualquer pista de Luka, eles atravessaram a floresta indo cada vez mais para o fundo nos lugares mais afastados que podia chegar e não demorou muito para anoitece, havia sido um longo dia, cansativo e frustrante então decidiram acampar. Henrique ajudava Cler a montar a sua cabana, ela parecia triste, distante e pensativa.

- Tudo bem Cler?- Henrique perguntou.

- A sim, eu estou bem, estou apenas pensando em Luá.- Henrique revirou levemente os olhos com repulsa.- Luá era a única família que tinha, fico me perguntando se ela está bem, por onde anda e se pretende voltar para casa.- Henrique sorriu com gentileza e fez um olhar amigável para Cler.

- Não se preocupe Cler, Luá pode ter muitos defeitos mas ela sabe se proteger e eu tenho certeza de que ela vai voltar sã e salva.- Ele segurou as mãos de Cler que sorriu para ele.

- Você tem razão Henrique, muito obrigada pelas palavras.- Cler sorriu e foi ajudar Shofi e Camila. Assim que Cler virou as costas Henrique desfez o sorriso e sua expressão mudou para um rosto frio.

- Não se preocupe Cler, ela está exatamente onde deveria.- Ele falou baixo. Henrique não se sentia culpado por suas ações considerando o cenário que ele se encontrava, a única preocupe que ele tinha era Luka, nada mais tinha importância o resto podia queimar que não faria falta alguma, a sua prioridade era apenas essa. Por mais assustador que fosse, Henrique havia mudado e antes de ser morta esse era o medo de Luá, mas ela também não mediu esforços para irritar ele, tanto chantagear Luka e funcionou temporariamente, mas com Henrique era como jogar mel num vespeiro ele não iria se contentar em só destruir as provas, precisava ter certeza que nada poderia interferir. Na cidade Enzo fez teste de DNA com a perícia, não deu em nada Luá não registada ela não tinha nenhuma documentação no registo policial então as suas digitais não existiam e mais uma vez estava na estava a zero. Enzo estava sentado na cadeira pensando que talvez, estivesse a procurar no lugar errado, onde mais poderia haver pistas? Os principais suspeitos eram Henrique e Luka, se a casa de Henrique estava limpa talvez a casa de Merry fosse uma solução, ele esperou a noite cair para ir mais seguro, Merry estava hospedada na casa de Calebe, as duas meninas haviam partido com Henrique, não havia ninguém. Ele vasculhou o mais rápido que podia, então encontrou o quarto de Luka, em cima de uma mesinha havia um laptop fechado, Enzo tentou entrar, mas precisava de senha, ele guardou-o na mochila e continuou a procurar. No canto do quarto onde tinha um pequeno guarda roupas, dentro havia um fundo falso, quando ele retirou tinha uma caixa de madeira, fechada com um cadeado que ele também guardou na bolsa. Parando para pensar, Luka podia ter fundos falsos por toda a casa, mas por hora o quarto seria o foco, ele continuou a procurar e revirou o colchão onde ele dormia, não havia nenhum rasgo ou perfuração nem no travesseiro? Porém, de baixo da cama, no chão havia uma lajota com a ponta rachada, poderia ser um alarme falso? Sim, porém qualquer coincidência poderia ser uma grande descoberta. Enzo sacou um canivete e tentou usou a ponta, como o esperado estava solta, debaixo do piso, havia um envelope, lacrado junto de um pen drive, ele guardou na mochila e organizou tudo no lugar voltando para casa.

- Oi Enzo. Por que está aqui a essa hora?- Perguntou Calebe.

- Eu posso ter encontrado algo de valor.- Ele respondeu utilizando alguns aparelhos para desbloquear o laptop de Luka.

- O que é isso tudo?- Calebe perguntou a pegar o envelope.

- Encontrei na casa de Merry.- Ele respondeu.

- Foi até lá sem um mandato?- Calebe o encarou com a sobrancelha erguida.

- Como se você nunca tivesse feito isso antes não é?- Ele disse sorrindo para Calebe que também sorriu.- Me deixa trabalhar, um da nos dois tem resolver o caso.- Calebe sorriu novamente e saiu rindo e balançando a cabeça.

- Você quer café?- Perguntou Calebe.

- Não, obrigada.- Enzo respondeu. Então Calebe subiu. Iria demorar muito mais tempo até Enzo finalmente conseguir desbloquear o laptop, mas o pendrive era mais fácil de acessar, pegou o seu laptop e começou a vasculhar os arquivos que estavam armazenados nele. Até então não era nada muito chocante, alguns mapas que percorriam a cidade junto de documentos antigos sobre a família Volkov e o envolvimento dos Skavronsk junto dos Makysim, ele começou a vê outras pastas que continham códigos com separados em uma espécie de ordem que forma a palavra Anira mas se escrita ao contrário ficava Arina. Enzo voltou aos envelope, isso o chocou mais, eram fotos dos corpos das vítimas, junto às fixas de identificação com um mapa bem específico que juntavam ao redor do lago Zelenyy, eram 7 cavernas ao total e também estava específico onde cada corpo não encontrado estava enterrado, mesmo com tudo isso na casa de Luka, ainda não havia nenhuma prova que levasse ele definitivamente a prisão, precisava de um a foto que provasse que ele estava lá, seja uma digital ou então algum papel escrito em boa palavras que ele era o assassino de virgens, sua última solução era o laptop, mas iria demorar para que ele pudesse acessar a senha, sem dizer que Luka podia ter excluído arquivos antes de fugir, então seria mais demorado para que ele pudesse recuperar esses artigos e encaminha-los para um pendrive no qual ele tivesse livre acesso e devolver o laptop de Luka antes que fosse notável o desaparecimento dele. Enquanto Enzo juntava pistas para incriminar Luka, o grupo de Henrique continuava a pesquisar um pouco mais, eles foram bem longe da floresta procurando qualquer coisa que os levasse a Luka, mas por agora eles não conseguiram muita coisa apenas mapas feito por Camila, então voltaram para casa, quando Henrique chegou em casa apenas se jogou no sofá, pensativo, ele estava exausto era um tormento sem fim, parecia que cada dias a mais sempre que ele parecia chegar mais perto de achar o Luka, ele ficava mais distante. Pensativo ele pegou o laptop e verificou as câmeras de segurança que ele tinha escondidas pela casa, na sua cabeça não faria sentido deixar as câmeras em um lugar onde todos podem vê, se não era só quebrar as câmeras de depois roubar o que quisesse, por suas suas câmeras eram escondidas em lugares específicos que podia gravar tudo mas não eram vistas com facilidade. Ele abriu as gravações, nos dois primeiros dias de viagem tudo seguiu bem, mas nós dias seguintes a câmera gravou o momento em que Enzo veio até a sua casa, também tinha as filmagens do seu porão, Henrique se levantou rápido e saiu. Na casa de Calebe, Enzo finalmente havia conseguido desbloqueado o aparelho, ele olhou algumas pastas, mas nada muitos fora do comum, porém havia uma mensagem enviada por ele mesmo para o próprio email, era um vídeo, Enzo se sentou e ficou parado assistindo ao vídeo.

- Oi, meu nome é Luá, eu tô fazendo vídeo do celular do Luka, eu fiz pra provar que ele matou as menina, não foram escolhida a dedo foi o povo que mangava dela na escola. Tem o vídeo dele no pendrive que prova que ele queria vingança.- Enzo fica com os olhos arregalados ou ouvir tudo o que Luá falou no vídeo, mostrando provas concretas de que ele era o culpado, incluindo uma foto da noite em que ele desapareceu, na caverna ao lado do corpo de Calese completamente ensanguentado.- Se tu tiver vendo esse vídeo, já sabes a verdade e eu tiver sumido provavelmente Luka deu cabo de mim também.- Enzo fechou o vídeo completamente chocado, ele procurou o tal vídeo que Luá havia falado e lá estava ele, o vídeo de anos trás com Calese e todos os seu amigos junto das vítimas que Luka matou, ele foi abusado ao vivo e gravaram cada detalhe. Luka estava amarrado com as pernas abertas e amordaçado com uma garrafa de cerveja dentro de si, era um vídeo horrendo, desumano, ele converterá iria atrás dos culpados que ainda estavam vivos depois mas agora, ele tinha algo mais urgente levar todos para a delegacia o mais rápido possível, Enzo juntou tudo e jogou na bolsa. Enzo foi para fora pegar o seu carro, já era tarde mas ele sabia que a delegacia ainda estava aberta, Enzo tirou as chaves do bolso mas percebeu que a porta havia sido arrombada por fora, ele olhou assustado e antes que ele pudesse sacar a arma, foi golpeado com força na cabeça. Ele acordou totalmente perdido estava dentro de um quarto, escuro parecia ser o porão da casa de Henrique, a sua cabeça estava doendo, podia sentir o sangue escorreu, quando começou a tomar consciência, ele reconheceu o seu sequestrador.

- Haah...Henrique, o que...o que você est- Henrique o abraçou.

- O que eu estou fazendo? Haaa...garantido que ninguém irá descobrir a verdade.- Enzo o encarou sério.- Eu não vou matar você, eu não faria isso, mas vou te manter aqui, até eu encontrar o Luka, depois de ir embora com ele para bem longe de Brígida, então eu te solto.

- Você vai acobertar um assassino?

- Luka não é um assassino ele só.. Haaah...Luka não é o culpado.- Henrique encarou Enzo, que estava sangrando ainda pelo golpe na cabeça.- Eu sinto muito por ter machucado você Enzo, eu vou fazer um curativo você está perdendo sangue.- Henrique saiu do porão e foi buscar curativos no banheiro, Enzo estava amarrado com enforca gatos, ele sabia como se desprender, ele subiu em silêncio para cima, Henrique estava no banheiro procurando os curativos, ele estava de costas e abaixado na altura do armário. Enzo passou por trás e foi para as portas do fundo que estavam trancadas mas no quarto ao lado havia uma janela, ele entrou no quarto e viu o laptop de Henrique, aberto no vídeo da câmera de segurança no dia em que ele matou Luá, Enzo ficou sem reação quando viu ele assassinar sua amiga a sangue frio de uma forma tão brutal, os vídeos seguintes era o mesmo se livrando de seu corpo.

- Aí meu Deus...meu Deus...Henrique O que você fez?- Ele disse baixo, completamente em choque, Enzo sentiu o seu coração partir ao vê o seu amigo de infância se tornar um monstro, a porta do quarto abriu lentamente e quando Enzo se virou, Henrique o acertou novamente na cabeça com uma garrafa de aço, mas Enzo não desmaiou pois diminuiu o impacto com o braço, mas inda foi acertado, então ele agarrou um bastão de hokey ao lado do guarda roupa e acertou Henrique então saiu correndo do quarto, Henrique ficou um pouco tonto mas foi atrás de Enzo, ele o agarrou e o jogou contra o espelho do banheiro, Enzo caiu no chão entre os cacos do espelho.

- Henrique...Haaah...não por favor...- Enzo suplicou se arrastando para perto do box do banheiro, bom a boca completamente ensanguentada.

- Eu sinto muito Enzo, mas você sabe demais, não deveria ser assim meu amigo eu sei, mas a única forma de proteger o Luka é essa.- Henrique agarrou Enzo acertou sua cabeça rapidamente do box de vidro do banheiro. Não foi suficiente para mata-lo, então Henrique jogou sua cabeça contra a banheira e a encheu de água, Henrique subiu encima do corpo de Enzo e o asfixio, Enzo tentou lutar mas foi inútil, Henrique sentiu as lágrimas caírem de seus olhos, ele chrou enquanto viu seu amigo morrer lentamente a sua frente.

- Me desculpe Enzo...Aaahh...me desculpe, meu amigo, me perdoe por favor, mas eu não tive escolha.- Henrique, limpou o corpo de Enzo e o jogou no lago, ele queria que o corpo do amigo fosse achado para que ele tivesse um enterro digno e queimou a mochila de Enzo, com tudo que havia dentro sem deixar rastro algum. Henrique observou o corpo afundar com um olhar morto, fazendo uma expressão fria.

- Custe o que custar.

Fim...

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