CAPÍTULO 17 | QUE ÓTIMA COINCIDÊNCIA!

Matteo

Eu poderia muito bem desenhar essa imagem: Sofia, de costas, admirando os meus quadros.

Após ouvir a minha voz, ela permanece imóvel sem ainda se virar para mim.

"Filho.". Mamãe me olha e sorri. "Sofia, esse é o meu filho, Matteo. Filho, essa é a Sofia, filha do Andrew.".

Sofia finalmente se vira em minha direção.

"Olá Sofia.", cumprimento-a com um sorriso.

Então a Sofia é a tal filha do médico. Que ótima coincidência! Ou talvez seja mesmo o destino que está dando uma força para me aproximar dela.

"Olá Matteo.". Cumprimenta-me visivelmente nervosa.

Acho que ela nunca cogitou que estivesse vindo para um jantar na minha casa.

Sofia está muito gata vestida nessa roupa. Por mais que esteja coberta dos pés ao pescoço, a roupa acentua todas as curvas do corpo dela.

"Andrew, Sean. Esse é meu filho, Matteo.". Mamãe apresenta-me para o pai e o irmão da Sofia.

"Olá Matteo! Quando eu o conheci, você era apenas um garotinho. Agora já está maior do que eu.". O senhor Andrew cumprimenta-me com um aperto de mãos e sorri carinhosamente para mim.

Eu sorrio simpaticamente para ele e encaro-o por alguns segundos, porém não consigo lembrar-me dele.

"E aí Matteo! Pai, nós já nos conhecemos. Ele estuda na nossa turma e joga no mesmo time que o meu.". Sean explica.

"Vocês se conheceram há muitos anos atrás, porém só tinham 3 anos de idade na época, filho.", declara o senhor Andrew.

"Fico feliz que vocês já tenham se reencontrado.". Mamãe diz alegremente. "Sofia, você, o seu irmão e o Matteo brincaram juntos quando Andrew e a sua mãe foram em minha casa lá em Toronto". Relembra.

Percebo que ela me encara um tanto atônita e surpresa por descobrir que nós dois já nos encontramos quando ainda éramos crianças.

"Bom! Vamos nos sentar? Vou pôr o jantar na mesa.". Minha mãe encaminha os convidados para a sala de jantar.

Eu espero a Sofia passar por mim e vou andando atrás dela.

"Que mundo pequeno.". Digo bem próximo ao seu ouvido.

Ela não diz nada e continua andando até a mesa. Todos se sentam e a minha mãe vai para a cozinha preparar os pratos. Eu me sento em uma cadeira de frente para a Sofia e ela me encara de um jeito nervoso, depois respira fundo e fita as suas mãos. Eu permaneço com os meus olhos fixos nela. Ela volta a me fitar e a noto ficar cada vez mais inquieta e desconfortável comigo encarando-a sem parar. Porém, eu não ligo. Eu poderia ficar horas olhando para Sofia .

Sofia

Acho que o planeta terra está fazendo alguma conspiração com o planeta Matteo. Todos contra uma pequena estrela - no caso, a pequena estrela sou eu. - . Não é possível que de todas as casas que eu poderia jantar em Niágara Falls, estou jantando justamente na casa dele.

Eu não sei por que me sinto tão nervosa quando estou perto dele. Matteo é atraente, muito atraente. Eu também não sei definir que tipo de atração é essa que eu sinto por ele e acredito que nem as leis da física possam explicá-la.

Meu pai e o meu irmão estão conversando sobre um jogo da NBA que assistimos ontem à noite juntos. Mas eu não consigo acompanhar a conversa. Estou presa nos olhos do Matteo.

Quando ele finalmente desvia os seus olhos dos meus e entra na conversa do meu pai e do meu irmão, eu respiro aliviada.

"Vocês viram aquela jogada do Travis Johnson? Ele arrebentou nessa partida!". Diz Matteo.

"Ontem sem dúvida foi a melhor partida dele no campeonato!". Concorda Sean.

"Nós três somos muito fãs dele. Ontem, a Sofia quase chora ao assistir Travis passando a bola por debaixo das pernas do Tomas Davis.". Brinca meu pai olhando divertido para mim.

"Quer dizer que você gosta de basquete...", Matteo encara-me surpreso.

"Ela é fã principalmente quando se trata de Travis Johnson.", acrescenta Sean.

"Nós três torcemos para os Knicks e todos somos fãs do Travis.", acrescenta meu pai. "E você, Matteo? Torce para alguém em específico?", pergunta olhando diretamente para ele.

"Eu não tenho nenhum ídolo específico, mas, gosto das jogadas do Michel Scott.", responde.

"Eu também gosto desse jogador!", diz Sean.

Matteo volta a me encarar. Seus olhos agora parecem mais escuros e sedutores. Meu pai e Sean continuam a conversa sobre o jogo e parecem não notar os olhos de Matteo sobre mim. Eu preciso urgentemente me soltar do imã que são esses olhos e levanto-me apressadamente da cadeira.

"Com licença. Vou ver se a senhora Ferraro precisa de alguma ajuda.".

Caminho até a cozinha sem olhar para o Matteo. Enquanto me afasto deles, ouço a voz de Matteo entrar novamente na conversa.

"A senhora está precisando que eu a ajude?". Pergunto assim que entro na bonita e espaçosa cozinha de Andrea.

Observo que ela gosta bastante de branco. O papel de parede da cozinha é branco com linha verticais cor de creme e os móveis e eletrodomésticos são todos brancos. A senhora Ferraro está usando luvas térmicas e tira um refratário de vidro com um lombo suíno recém assado de dentro do forno.

"Obrigada querida. Além de linda, vejo que você se tornou uma moça muito educada.". Andrea sorri calorosamente para mim e retira uma das luvas de sua mão.

"Obrigada, a senhora que é um amor de pessoa.". Falo com um sorriso tímido.

Não sei porque, mas gostei da mãe do Matteo de cara. Ela parece ser uma pessoa muito doce e acolhedora e isso me faz lembrar da minha mãe.

"Não seja modesta, querida. E não fique com vergonha. Você pode me chamar de tia Andrea, sem a 'senhora' no meio.". Ela põe a mão no meu rosto e sorri com ternura.

"Bom, você pode pôr os pratos a mesa para mim. Pode ser?". Pergunta.

Eu concordo com a cabeça e sorrio grata por poder ajudá-la de alguma forma. Provavelmente, tia Andrea deve ter passado bastante tempo do seu dia preparando esse jantar. Eu pego os pratos e os talheres enquanto ela pega a comida e, juntas, os levamos para a sala de jantar.

"O jantar está pronto. Fiz Peameal de Bacon, um prato típico de Toronto.". Diz tia Andrea.

Eu ponho os pratos e talheres sobre a mesa e, quando me aproximo de Matteo para pôr os talheres dele, ele toca a minha mão para pegá-los.

"Obrigado.". Diz sem soltar a minha mão.

Ele sorri (aquele sorriso cínico) e logo em seguida solta a minha mão. Só então eu percebi que havia prendido a minha respiração nesses três segundos em que a mão de Matteo tocou as minhas.

"De nada!". Falo e me afasto em direção a minha cadeira torcendo mentalmente para que nem o meu pai e nem o Sean tenham notado o clima entre mim e o Matteo.

Porém Sean, observador do jeito que, já reparou.

"Dá para ver as faíscas saindo de vocês dois.", diz mentalmente comprimindo os olhos em ironia. Depois sorri, balança a cabeça e volta a conversar com o nosso pai.

"Podem se servir que a mesa já está posta.". Diz tia Andrea.

Depois que todos nos servimos, meu pai olha para o Matteo um pouco curioso:

"Então, Matteo. Você está gostando de morar em Niágara Falls?", papai leva uma garfada a boca enquanto aguarda a resposta de Matteo.

Continua...

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