CAPÍTULO 7 | ELA DANÇA, EU BEIJO.

Sofia

Chego em casa, abro a porta de entrada, passo pela sala e subo as escadas para o meu quarto. Meu pai está de plantão, só voltará para casa tarde da noite. Sean saiu com a Melissa. Então ficarei sozinha em casa pelo resto da tarde.

"Sozinha e pensando em um garoto tatuado e de olhos verdes." – Alerta meu subconsciente.

Não sei por que, mas o Matteo não saiu da minha cabeça desde hoje de manhã. A onda elétrica que eu senti pelo braço com o seu aperto de mão, seu olhar penetrante, sua boca movendo-se ao falar o meu nome...

Sacudo a minha cabeça para afastá-lo dos meus pensamentos e decido ir trocar de roupa.

Estou faminta, não comi nada na escola hoje. Desço as escadas e vou para a cozinha preparar alguma coisa para comer. Encontro um bilhete do meu pai na porta da geladeira:

...Sean e Sof....

...Preparei as suas comidas e as deixei no forno....

...Com amor....

...Papai....

Meu pai definitivamente é o melhor pai do mundo!

Fiz todos os meus deveres escolares da semana. Eu preciso sair de casa. Ficar aqui sozinha só está fazendo com que eu pense em um garoto estranho que eu conheci a apenas algumas horas atrás. Decido voltar para a escola e ir ao meu lugar favorito de lá. O único lugar onde eu esqueço todos os meus problemas e conflitos: o salão de dança.

Entro na escola passo pelo corredor que dá acesso à área aberta e arborizada da MHS. A área é bem espaçosa toda coberta com um gramado sintético. Tem alguns bancos feitos de angelim que estão fixos ao gramado. Atrás de cada banco tem árvores de Magnólias que, na primavera, florescem dando uma bela paisagem natural a escola.

Eu ultrapasso toda a área aberta que agora está úmida e fria por causa do inverno. Mesmo estando bem agasalhada com uma toca e roupa de inverno, estremeço com o vento gélido que sopra em meu rosto.

Fico feliz por me sentir mais aquecida assim que entro no ginásio esportivo. Como não tem ninguém treinando esse horário, eu prefiro cortar caminho e atravessar a quadra.

Abro as comportas que dão acesso a outro corredor. Passo pelas salas de música e de artes. Entro na última sala. Abro as portas do salão de dança, tiro as minhas botas, o meu casaco e a minha toca. Fico apenas com a minha calça de moletom preta e uma camisa top da mesma cor que a calça. Pego o meu celular dentro da minha bolsa. Vou até o som que tem na sala de dança e o conecto no bluetooth do meu celular. Aperto o Play na Música "Dangerous woman" de Ariana Grande e me entrego ao ritmo da música.

****Matteo****

Estou sentado na arquibancada da quadra do ginásio desde a hora em que saí da sala de aula. Vou jogar pela equipe de Basquete da escola para poder pagar a minha bolsa de estudos. E para falar a verdade, basquete é uma das coisas que eu mais gosto. Sem contar com desenhar, tocar violão e transar, é claro.

Ainda não quis ir para casa depois da aula. Liguei para a minha mãe para que ela não se preocupasse comigo. Usei a desculpa que eu iria treinar. A essa hora ela já deve ter voltado do hospital e para falar a verdade, eu queria ficar um pouco sozinho.

Me pego pensado em Sofia, naqueles olhos castanhos, sérios e curiosos encarando-me como se estivessem decifrando a minha alma.

Por coincidência (ou destino), vejo-a atravessando apressadamente a quadra e abrindo as portas do outro lado do ginásio. A quadra estava vazia e acredito que ela não percebeu que eu estava sentado na arquibancada.

Eu não sou uma pessoa curiosa. Porém, resolvi segui-la para saber aonde Sofia estava indo e a enxergo entrar em uma sala. Eu caminho até a porta dessa sala e espio pelo vidro dela.

Porra! Nunca fiquei tão feliz por seguir alguém na vida.

Sofia está tirando a roupa que a aquece do frio. E agora está usando apenas uma calça de moletom que sobe até o meio de sua cintura e um top que mal cobre os seus seios fartos.

Caramba!

Eu estou literalmente tendo a visão do paraíso agora.

Sofia dançando é sem dúvida é a garota mais sexy que eu já vi na vida.

Devagar eu abro a porta da sala. Ela está tão imersa na dança, que não nota a minha presença. Observo os seus movimentos perfeitamente sintonizados com a melodia pulsante e sensual da música. Sofia dança muito bem, e isso a torna ainda mais atraente aos meus olhos.

Permaneço-me parado, devorando-a, apreciando-a com os meus olhos.

De repente, Sofia para de dançar. Ela percebeu a minha presença.

A música ainda permanece ressoando no salão.

Sofia está de costas para mim. Meus olhos percorrem pelo seu belo corpo subindo vagarosamente pela parte traseira das suas pernas seguindo as curvas acentuadas do seu traseiro e quadris que vão se estreitando em sua cintura afilada. Sofia permanece parada, respirando ofegantemente. Nossos olhares se cruzam através do espelho e ficamos assim por segundos, minutos, horas... perdi completamente a noção do tempo.

Sofia

Eu saí de casa para não pensar no Matteo e justo ele está em pé atrás de mim encarando-me com aqueles olhos verdes e intensos. Como ele veio parar aqui?

Meu corpo está momentaneamente paralisado por causa da surpresa e do choque por Matteo estar aqui no salão de dança.

Quando ele entrou aqui? Será que ele me viu dançar?

Meu Deus! Que vergonha!

Eu simplesmente não consigo me mexer e nem falar. Os meus olhos estão conectados aos do Matteo enquanto os dele percorrem pelo meu corpo e agora se fixam nos meus. Esses olhos verdes que estão em brasas vívidas queimando -me e provocando-me arrepios por todo o meu corpo.

Sinto que o ar não está entrando em meus pulmões.

Respiro.

Respiro.

Respiro.

Todo barulho que escuto são das batidas descompassadas do meu coração que martelam em meus ouvidos.

Matteo se aproxima. Eu não me mexo.

Ele está quase colado em minhas costas. Eu não me mexo.

O corpo dele está tão próximo ao meu, que sinto a sua respiração soprar em meus cabelos. Meus olhos ainda estão presos ao íman que são os olhos dele. Matteo inspira profundamente atrás dos meus cabelos. Estou completa e enfeitiçadamente conectada a ele. Através do espelho. Na respiração dele. Nesse par de olhos verdes que me encaram.

"Você dança muito bem, Sofia.". Diz inclinando o canto da boca em um sorriso malicioso.

Meus olhos saem dos olhos dele e vão para a sua boca. Seus lábios vermelhos, finos e delineados que agora estão entreabertos. Ele dá uma leve mordida na parte inferior do seu lábio.

Nossa!

Matteo

Estou a 10 centímetros do corpo de Sofia. Eu inspiro profundamente inebriando-me com o perfume dela. Ela tem um cheiro floral, fresco e tentadoramente atraente ao meu olfato. Eu toco delicadamente com a ponta dos meus dedos pelo seu braço esquerdo e vou levando os dedos para a parte despida de suas costas entre a calça e o top. Meus dedos percorrem pela sua costa e passam pelo seu braço direito até que eu fique totalmente de frente para Sofia.

Ela encara-me fixamente. Depois fita a minha boca. Eu olho para a boca dela desejando desesperadamente beijá-la. Seguro o seu braço direito e delicadamente puxo Sofia para perto do meu corpo. Ela entreabre a boca, porém não diz nada. Aproximo vagarosamente o meu rosto no dela. Sofia não se afasta. Sei que ela quer me beijar tanto quanto eu quero beijá-la. Nossos lábios se tocam. Os lábios úmidos e quentes de Sofia aos poucos se abrem permitindo que eu os invada com a minha língua. Nossas bocas se encaixando perfeitamente como se tivessem sido feitas uma para a outra.

Eu ponho a minha mão na cabeça de Sofia emaranhando os meus dedos em seus cabelos sedosos e enlaço a cintura dela com o outro braço. Sofia coloca timidamente as suas mãos sobre o meu peito e seus dedos vão descendo lentamente até alcançarem e agarrarem a barra da minha jaqueta. Eu intensifico o beijo. Nossos lábios saboreando-se em um vai e vem lento e delicioso das nossas cabeças. Sinto os dedos de Sofia agarrarem com mais firmeza o couro da minha jaqueta.

De repente, a porta da sala se abre.

Droga! É o Stefan.

Eu e Sofia paramos de nos beijar, mas não nos soltamos.

O corno do Stefan nos encara perplexo e atônito.

Continua...

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