CAPÍTULO 12 | A ILHA NUNCA EXPLORADA.

Sofia

"Sim, estava.", respondo sincera. "Por que você acha que eu brincaria com um assunto desses?".

Matteo me olha por um breve momento e então começa a rir. Uma gargalhada gostosa e descontraída, divertindo-se com o que eu acabara de lhe confirmar. Se não fosse pelo fato de estar rindo da minha cara, eu até riria junto com ele. Matteo é muito lindo quando está rindo e sorrindo.

"Por acaso eu contei alguma piada?!". Censuro-o.

Para ser honesta, o riso dele me deixou bastante irritada. Como ele pode rir de mim depois de saber que "roubou" o meu primeiro beijo?

"Desculpa. É que honestamente você me pegou de surpresa.". Diz e continua rindo. "Ninguém havia beijado você antes? Tipo, ninguém mesmo?".

Ótimo! Agora o meu primeiro beijo virou motivo de chacota!

"Já que você se divertiu com o primeiro beijo alheio. Você poderia me dar licença para eu ir embora?". Falo impaciente.

Meu tom de voz sai mais alterado do que eu queria. Estou tão furiosa que a minha vontade é de chorar. Porém, me seguro para não chorar na frente dele.

Mais uma vez, estão rindo de mim. Já não bastasse por todas as humilhações que eu passei durante a minha juventude por ser uma garota gorda. Agora aparece um garoto que eu mal sei de onde veio para rir da minha cara.

Eu tento caminhar para fora da sala, mas Matteo segura o meu punho e eu me viro para ele encarando-o irritada.

"Sofia... Desculpa! Eu não estava rindo de você, mas sim da situação. Confesso que eu fiquei eufórico. Jamais poderia imaginar que ontem foi o seu primeiro beijo. Não fique zangada comigo, por favor?".

Matteo fica de frente para mim e acaricia o meu braço com as pontas dos seus dedos. Sinto aquela corrente elétrica me percorrer novamente fazendo com que a minha raiva quase se dissolva. Esse garoto tem algum tipo de poder sobre os meus sentidos. Meu braço todo está formigando com aquele simples toque.

Matteo é alto. Eu não sou tão baixa, mesmo assim, a minha testa passa um pouco da altura dos ombros dele fazendo com que ele curve o pescoço para fitar o meu rosto.

Eu encaro os olhos dele que estão fixos aos meus. Esses olhos que parecem me enxergar bem lá no fundo do meu ser. Verdes e cintilantes, como quartzos em um tom mais claro e vivo que arrebata em Matteo um olhar atraente, sedutor e misterioso. Eu acabo me perdendo nesses olhos. Quando percebo, a minha boca está colada na dele.

Estou imersa ao planeta Matteo novamente.

Matteo

C@r#lh*! A Sofia nunca foi beijada antes de mim. Essa garota é mesmo surpreendente! Se nenhum garoto a beijou, então ela nunca foi tocada por ninguém.

Nesse exato momento a empolgação e a euforia estão invadindo cada canto do meu ser e eu preciso mais do que nunca ficar essa garota!

Sofia é como uma ilha nunca explorada e eu sou o explorador. O problema é que também existe outro que a sonda: Stefan.

Eu vi a forma como Sofia retribuiu o sorriso para ele mais cedo. Eu também notei a cara azeda que Stefan fez quando me flagrou beijando-a na sala de dança.

Parece que ele nutre sentimentos por ela que vão além de uma simples amizade e eu fico feliz por saber que eles dois não estão namorando um com o outro.

Sinto muito, Stefan. A ilha Sofia já tem o seu explorador. Ela será minha.

Sofia está aqui em meus braços. Dessa vez foi ela quem me beijou e está tão sedenta por mim quanto eu estou por ela. Nesse exato momento, nossas línguas estão trabalhando juntas explorando uma a outra.

Merda! Estou excitado.

De repente, Sofia empurra o meu peito bruscamente com as suas mãos e afasta a sua boca da minha.

"Eu só posso estar ficando maluca!", diz baixinho como se estivesse falando consigo mesma.

Ela cobre os seus lábios com os dedos, como se estivesse desacreditando de que acabara de me tacar um beijo e seus olhos inexpressivos voltam a me encarar:

"Estamos na sala de aula.", sua voz soa fraca, quase em um sussurro.

"Eu não ligo pra isso.". Digo e tento beijá-la novamente.

Sofia ergue a sua mão para que eu não a siga.

"Mas, eu ligo!". Diz.

Ela pega a sua bolsa e sai da sala de aula me deixando sozinho e inquieto.

Continua...

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