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Fazer nesse ritmo é me preparar para a "invasão" dele.

Ele olha para o relógio e dá de ombros. "Esta tarde parece uma boa."

Ele está falando sério? "Hoje? Por que não amanhã? Qual a pressa?"

"Por que esperar, querida?" ele sorri.

Tento me conter mentalmente para não discutir com ele. Jake sempre foi, e sempre será, o tipo de homem que se apega a algo quando se decide a fazê-lo.

"Tudo bem. Mais tarde. Que horas?"

"Sim, um seria o melhor." Ele nem hesita em responder.

Destrancando a porta do motorista, jogo minha pequena bolsa no banco do passageiro.

"Tudo bem. Até mais." Não olho para ele enquanto entro no carro e dirijo noite adentro.

Jake

Apesar do céu nublado, o dia de hoje promete quando entro no condomínio da Mia. Minha caminhonete está abarrotada de caixas. Ainda bem que meus móveis chegarão algumas horas depois.

Eu estava falando sério quando disse a ela que me mudaria poucas horas depois do Ano Novo. Passei tanto tempo longe dela; cansei de ficar parado. Ser forçado a vê-la se afastar de mim não é apenas torturante, mas também me irrita.

Admito que estou nervoso por me colocar na frente dela desse jeito. Da última vez que fiz isso com uma mulher, o relacionamento não terminou bem. Perceber então que não seria para sempre foi como um tapa na cara.

Durante anos, Mia esteve em meus pensamentos. Vi o quanto ela se tornou uma mulher linda. E agora que ela está de volta ao meu campo de visão, agora que a diferença de idade entre nós não parece tão terrível, quero me arriscar com ela. Não apenas para ver se meu desejo de tê-la é irreal, mas também para saber se estou destinado a encontrar o amor novamente. Se sou digno daquele sonho de cerca branca. Preciso saber se estou destinado a tudo isso. Não posso mais me questionar sobre essa questão; preciso saber.

Beijá-la no Ano Novo foi bom. Foi certo. Seus lábios macios nos meus me fizeram desejá-la mais do que nunca. Ela gostou do beijo tanto quanto eu? Menti quando disse que o beijo foi um momento de embriaguez. Eu tinha que mentir. Principalmente com a expressão assassina no rosto do Jonathan. Se eu pudesse fazer tudo de novo, teria sido longe de olhares curiosos e ainda mais apaixonado.

Quero contar ao meu melhor amigo o que sinto em relação à irmã dele, mas quando chegar a hora certa.

Se qualquer outra mulher me mostrasse tal olhar de desdém, eu agiria com cautela. Mas eu gosto demais de irritar a Mia para recuar. Além disso, ela fica bonitinha quando está brava.

Eu lhe dou um sorriso atrevido e digo: "Oi".

Ela abre a porta e fica parada na soleira. Seu cabelo está preso em uma trança longa e desgrenhada. Ela veste uma camisa marrom de mangas compridas e calça de moletom preta, com meias brancas nos pés pequenos.

"Você chegou", ela diz com uma expressão inexpressiva. Seu olhar se volta para a sacola na minha mão. "Com comida?"

“Imaginei que almoçaríamos antes de eu começar.”

"Nós?"

Sim, nós.

"Você ainda gosta do seu cheeseburger simples, certo?" Espero que ela aceite minha oferta de paz.

"Você só pode estar brincando. Primeiro você se muda para cá sem você ou o Jonathan pedirem. Depois você aparece esperando almoçar comigo na mudança. E agora quer que eu fique de alguma forma bem com tudo isso?"

Não a culpo, mas continuo com a minha mentirinha branca. É verdade que Jonathan quer ter certeza de que ela está bem, mas ele jamais chegaria a esse ponto. "Ele só quer te manter segura."

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