06

Quem me dera.

De repente, Jonathan toca alto. Tirando o celular do bolso do paletó, ele olha para a tela.

"Tenho que atender uma ligação com um cliente. Se precisar de alguma coisa, avise o Jake. Até mais." Ele sai pelas grandes e grossas portas de vidro.

Viro-me na direção de Mia. "Como era viver na Europa?"

Ela dá de ombros. "Tudo bem."

Sua atitude antes alegre e envolvente agora é substituída pelo exato oposto. Seu sorriso desapareceu, ela parece desconfortável e olha para todos os lados, menos para mim. Como se estivesse evitando meu olhar de propósito.

Pensando que poderia ser minha imaginação, continuo a conversa informal. "Imagino que a cultura seja muito diferente por aí?"

Antes que eu pudesse terminar minha frase, ela se levantou da mesa.

"Agradeço a conversa, mas não precisa. Tenho certeza de que você e Jonathan estão ocupados hoje."

Balanço a cabeça. "Mais ele do que eu. Na verdade, estou bem flexível hoje. Você gostaria de almoçar comigo?"

"Não posso", ela diz abruptamente. Seu corpo se enrijece, sua expressão quase em pânico. Ela se inclina em direção à porta como se estivesse tentando se desligar da conversa. "Preciso ir logo."

"Certo. Então, para outro dia?" Normalmente eu não forçaria tanto, mas a linguagem corporal dela está me deixando curioso. Por que ela parece tão nervosa em dizer não?

“Acho que é melhor mantermos um… relacionamento profissional.”

O que ela quer dizer?

"Qual o problema de velhos amigos almoçarem juntos?", desafio sutilmente.

Ela parece confusa, como se estivesse lutando para encontrar uma resposta melhor. Por que a hesitação?

Após uma breve pausa, ela parece se acalmar respirando fundo e responde: "Dado o aumento do sucesso nesta empresa, que inclui a crescente demanda por gerenciar tudo, duvido que qualquer um de nós tenha tempo para isso."

Por que ela está falando comigo como se fosse um dos meus e-mails comerciais?

Levantando-me da cadeira, vou até ela. "Pode ser verdade, mas todos nós precisamos de um merecido descanso de vez em quando."

Um longo silêncio preenche o ambiente. Luto contra a vontade de segurar a mão dela. De puxá-la para perto.

Aqueles olhos lindos dela, apesar da insistência em profissionalismo, a traem. Se eu estiver certo, então o que ela realmente deseja? Por que ela está se negando isso? E por que tenho a sensação de que tem algo a ver comigo?

Foda-se. Eu sei que não deveria desejá-la, mas não posso mais negar que a quero. Não quando sinto algo entre nós. Algo tão importante quanto o ar nos meus pulmões.

Quebrando o contato visual, Mia pega o celular. Seus dedos deslizam sobre o aparelho com rapidez e eficiência. Alguns minutos depois, ela desliga o aparelho, guarda-o de volta na bolsa e se levanta.

"Minha carona chega em alguns minutos. Obrigada pelo passeio. E agradeça ao meu irmão também." Ela caminha pelo corredor em direção aos elevadores. Mais uma vez, não consigo deixar de observar a curva de seus quadris e bunda enquanto ela se afasta.

"Claro." Estou odiando o fato de ela estar indo para casa com outro cara. Um cara que não sou eu. E não tenho dúvidas de que ele está curtindo cada momento com ela.

Enquanto ela desaparece pelo corredor, um pensamento me ocorre. Ela está dizendo não, mas seu corpo diz exatamente o oposto. E se ela me quiser tanto quanto eu a quero? E se for esse o caso, como posso fazê-la admitir?

Véspera de Ano Novo

Dallas, Texas

Mia

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